O coletivo Ecoenvelhescência promove, nos dias 11, 12 e 13 de junho de 2025, o III Festival da Longevidade, na Casa de Cultura do Guará, reunindo pessoas idosas, pesquisadores, artistas, professores, estudantes e ativistas para dialogar sobre os desafios e as potências do envelhecimento no Brasil.
Com o tema “A descolonização da eterna juventude”, o festival propõe o rompimento com estigmas culturais que associam a velhice à improdutividade e ao silêncio. A programação será marcada por mesas temáticas, apresentações culturais, premiações estudantis, oficinas, homenagens e shows, em uma abordagem que une educação, cultura, saúde e meio ambiente.
Um olhar político e cultural sobre a velhice
Para o coletivo organizador, o maior problema da velhice no Brasil é o preconceito. O festival nasce como resposta ao etarismo estrutural que apaga memórias e ignora o papel social da pessoa idosa. A proposta é fortalecer o reconhecimento das histórias de vida e das conquistas democráticas acumuladas ao longo das décadas.
Durante os três dias de atividades, serão debatidos temas como o impacto da crise climática na pessoa idosa e na primeira infância, a produção do cuidado como pedagogia ética e os valores intergeracionais com foco no uso medicinal da cannabis. O evento também destaca a importância da atuação conjunta entre gerações como caminho para combater a violência, a solidão e a exclusão que afetam a população pós-60 no Brasil.
Cultura, memória e resistência
A programação inclui a entrega de prêmios do Concurso de Redação Pós-60, apresentações de grupos como a Orquestra Filarmônica do DF, o Sarau Mulheral, o Boi Encanto do Itapoã e shows com artistas como Hey Johnny, Célia Porto, Rênio Quintas, GOG e Trio Cipó Caboclo. Também serão realizadas homenagens a lideranças comunitárias como Dona Socorro e Dona Lourdes, símbolos da luta por dignidade na velhice.
O festival ainda contará com ações culturais paralelas, como intervenções artísticas com lambe-lambe e grafite, além de uma feira de artesanato organizada por empreendedores locais.
Coordenado por Everardo de Aguiar, o III Ecoenvelhescência reforça que envelhecer é também resistir, transformar e influenciar o presente. Para ele, é hora de levantar a voz a partir das tradições, memórias e histórias vitoriosas que cada pessoa carrega. “Não basta viver mais, é preciso influir no tempo com dignidade, como nossos antepassados fizeram. A longevidade é uma conquista política, social e cultural”, afirma.
11 de junho – Impacto da Crise Climática na Pessoa Idosa e Primeira Infância
09h30 – Solenidade de abertura
10h – Premiação Concurso de Redação Pós-60
10h30 – Mesa Cultura Viva – Minc
11h – Palestra: Vicente Faleiros
11h20 – Homenagem: Vicente Faleiros
11h40 – Show: Hey Johnny
14h – Palestra: Mestre Aderbal
Ashogun + Roda de Prosa
15h20 – Homenagem: Dona Socorro
15h40 – Sarau Mulheral
16h30 – Orquestra Filarmônica do DF
17h – Premiação Ensino Fundamental II
18h – Show: Senhor Gonzales Orquestra Serenata
12 de junho – A Promoção do Cuidado x Produção do Cuidado
09h30 – Mesa Redonda: Cosette Castro, Juliana Martins Pinto, Zaíra Nascimento
10h10 – Premiação Ensino Fundamental I
11h – Show: Célia Porto + Maestro Rênio Quintas
14h – Roda de Conversa:
Leonardo Ortegal e Mary Negona
15h10 – Homenagem: Dona Lourdes
15h30 – Apresentação: Boi Encanto do Itapoã
16h30 – Quarteto de Cordas – Orquestra Filarmônica de Brasília
17h – Show: GOG
13 de junho – Valores e Ética Intergeracionais
09h30 – Roda de Prosa com jurados e facilitadoras
10h20 – Premiação Ensino Médio
11h10 – Contação de História
14h – Mesa: Uso Medicinal da
Cannabis na Longevidade
Participações: Leila Barros, Bruno Morabati, Andrea Donatti, Vivian da Silva Santos
16h15 – Homenagem: Dona Lourdes
17h – Fala de encerramento
17h30 – Show: Trio Cipó Caboclo
Intervenções artísticas com lambe-lambe, grafite e feira de artesanato durante todos os dias
