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“UPA do Guará não vai incomodar os vizinhos”, presidente do IGES DF, Cléber Monteiro

Presidente do IGES DF, Cléber Monteiro, garante que a rotina dentro e ao redor da UPA, que começa a ser construída no Guará II, não vai provocar os transtornos que moradores das quadras em volta imaginam. Unidade será do Tipo 3, a mais completa, com 65 leitos e ficará pronta no início de 2026

Finalmente começa a construção da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Guará, após três anos de espera. E será do Tipo 3, a maior e mais completa, que inclui atendimento de pediatria e capacidade para atender até 20 mil pessoas por mês. Mas, antes da confirmação da obra, um grupo de moradores das quadras em volta – QI 23 e QE 24 – se organizou e produziu um abaixo-assinado encaminhado ao governo contra a instalação da UPA naquele local (QI 23, em frente à estação do metrô), sob alegação de que a localização fica numa área muito povoada e próxima das residências, o que poderia provocar transtornos no trânsito e barulho de sirenes de viaturas, além de concentração maior de pessoas a procura de atendimento de acompanhantes de pacientes. E que iria provocar a desvalorização dos imóveis das proximidades.
Entretanto, o presidente do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (IGES DF), responsável pela administração das UPAs do DF e dos hospitais de Base e de Santa Maria, Cléber Monteiro, morador do Guará, garante que não há motivos para a preocupação dos moradores, porque esses transtornos alegados não acontecem nesse tipo de atendimento.
Cléber Monteiro explica também a diferença do atendimento de uma UPA em relação às unidades básicas de saúde e aos hospitais e garante que não há, e não haverá, falta de profissionais na rede pública de saúde do DF, com exceção dos períodos críticos, como o da seca ou de pandemias, quando a demanda aumenta além da capacidade de atendimento prevista.

 

UPA MAIS COMPLETA
Qual foi o critério para escolher a UPA Tipo 3 para o Guará?
A UPA Tipo 1 não atende às necessidades da população atual, principalmente por não incluir atendimento pediátrico. A Tipo 2 também não é completa. Com a sazonalidade de doenças respiratórias e o aumento da demanda, seria inviável entregar uma unidade sem esse serviço. A UPA Tipo 3 é mais completa e adequada, garantindo um atendimento mais eficaz e amplo.

Quantos leitos terá a UPA do Guará?
Serão 65 leitos, com capacidade para até 20 mil atendimentos por mês.

Quando começam as obras?
Já está sendo montado o canteiro de obras. A empresa contratada está pronta para iniciar e a previsão de entrega é no primeiro trimestre de 2026.

O que diferencia uma UPA de um hospital?
A UPA é uma unidade de pronto atendimento voltada para emergências pontuais, como mal súbito. Já o hospital possui estrutura para internações prolongadas e especializadas. A função da UPA é ser um pronto-socorro de passagem, mas, devido à alta demanda, acaba funcionando como uma porta aberta para mini-hospitais, o que não é o ideal. Ainda que os pacientes não devam permanecer internados por longos períodos, é natural que alguns fiquem um ou dois dias, e para isso é necessário garantir estrutura adequada, conforto e silêncio para a recuperação.

Neste caso, quando há necessidade do paciente ficar mais tempo internado na UPA, o que é feito?
Não deveria acontecer, mas acontece de vez em quando. Por isso estamos planejando ampliar a rede de retaguarda, incluindo um hospital de suporte em Ceilândia (Hospital do Sol). O objetivo é evitar internações prolongadas nas UPAs e garantir fluxo adequado para os pacientes.

FALTA DE MÉDICOS
Uma das principais críticas da população é que não adianta construir novas UPAs se faltam médicos nas atuais unidades da rede pública. Como o IGES lida com isso?
Cada nova UPA prevê cerca de 280 profissionais. O dimensionamento é feito com base em mapas de atendimento e previsão de demanda. Apesar de situações pontuais, como ausências médicas por atestados, as unidades possuem quadro completo. Em períodos críticos, como seca ou picos sazonais, pode haver superlotação, mas o atendimento é sempre priorizado conforme a gravidade do caso.

Existe dificuldade para contratação de médicos para a rede pública?
Depende da especialidade. Há maior disponibilidade de médicos generalistas, aqueles que ainda não tem especialização em determinadas patologias. Já os especialistas são mais difíceis de encontrar, pois o mercado privado é mais atrativo e, como tratamos com dinheiro público, não podemos oferecer salários mais atrativos do que a rede privada. Ainda assim, há equipes estáveis, como no Hospital de Base, que trabalham com excelência.

Então, não está faltando profissional?
Não. O que ocorre são situações pontuais. O número de atendimentos às vezes supera a capacidade prevista. Por exemplo, em uma UPA com previsão de 6 mil atendimentos mensais, chega-se a atender 9 mil. Por isso, o IGES está redimensionando os quadros e contratando mais profissionais para retaguarda. É feito um dimensionamento adequado para o atendimento. Agora acontecem situações que fogem do nosso controle, por exemplo, o médico adoecer ou ter que deixar de trabalhar por motivo de força maior. E se o médico que naquele plantão não for, fica um desfalque. As UPAs tem o quadro completo de médico, só que realmente tem momentos em que as pessoas não conseguem entender isso.

AGILIDADE NA CONTRATAÇÃO
Qual a vantagem de a UPA ser administrada pelo IGES e não diretamente pela Secretaria de Saúde?
O IGES tem mais agilidade na contratação de profissionais e na aquisição de materiais. Enquanto um concurso público da Secretaria de Saúde levou mais de um ano para ser homologado, o IGES contratou 30 pediatras para a UPA de Sobradinho em duas semanas. Isso é possível por usar o regime CLT e processos administrativos mais ágeis.

E como será o processo de contratação dos profissionais para a nova unidade?
Será um processo seletivo simplificado, porém criterioso. Os profissionais serão contratados conforme o perfil da UPA, e todos os equipamentos da unidade serão novos e específicos para seu funcionamento.

VIZINHANÇA INCOMODADA
Como o sr responde às críticas dos moradores da QI 23 e QE 24 sobre possíveis transtornos com a nova UPA?
É natural haver algum incômodo, mas não será significativo. Toda obra pública próxima a áreas residenciais gera algum impacto. No entanto, o projeto da nova UPA prevê sustentabilidade com energia solar e sistema de gás silencioso, evitando barulho de geradores.
É importante esclarecer também que as ambulâncias que transportam pacientes raramente usam sirenes, salvo em emergências. Os motoristas são orientados a desligar as sirenes ao se aproximar da unidade, respeitando pacientes e moradores do entorno.

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