NOSSO CASTIGO

O mundo parecia que ia acabar, o que tínhamos feito não tinha perdão. Deixamos praticamente Brasília sem água, parecia que o Armagedom batia à nossa porta ou nas nossas nascentes.
Foi então que resolveram que, como culpados, tínhamos que passar por alguma pena, obrigaram-nos a economizar migalhas, pra salvar o que?
Assustados, com um sentimento de culpa jamais experimentado, como verdadeiros otários, baixamos a cabeça como todo bom rebanho e passamos a economizar sem o menor questionamento, afinal, os poucos litros economizados na nossa panela, na pia, no banho e na própria higienização da família, pouco nos custaria na visão reduzida deles.
Muito sacrifício para nada, pois a sanha dos governantes pelo vil metal é imensurável, apesar de todo sacrifício feito pela população (no caso o racionamento). Como se não bastasse, ainda querem que façamos mais sacrifícios, com intuito de manter salários e mordomias de uns poucos, pois o faturamento encolheu.
Quando a grana fica minguada, ficam sempre procurando uma brecha para empurrar no nosso lombo, algo que compense os desmandos praticados.
É isso que a ADASA e CAESB, unidas, estão querendo nos empurrar goela abaixo, sem dó nem piedade, sem direito de reclamar, apenas para manter a máxima incompetência no mesmo patamar.
Agora para nos compensar do susto do anúncio do reajuste nas nossas contas, estão anunciando a suspensão do famigerado reajuste.
Isso depois da chiadeira da população e para aplacar os efeitos, fizeram uma encenação parecendo que o bom senso estava de volta.
Afinal, as eleições estão aí.