Circo Vitória, o que acontece por de trás do picadeiro

Uma história de tradição, amor à arte de artistas que viajam o Brasil levando alegria e emoção ao público.

Na estrada há mais de 15 anos, o circo Vitória arma sua tenda no Guará e coloca todo mundo para dar boas gargalhadas com os palhaços Trapinho, Bolinha, e Mandioquinha; se arrepiar com Giovana Moura, a única mulher  no globo da morte no Distrito Federal, além das outras atrações incríveis como lira espacial, tecido aéreo, malabares e o espetáculo especial dos super-heróis.

Fundado em 2002 pelo casal Antenor de Almeida e dona Leonor Beruzzo, juntamente com seus filhos, genros, nora e netos, a tradição e a arte tem se mantido na família Almeida ao longo dos anos. Hoje sob os cuidados de Loiri Teresinha Mocellim (nora do senhor Antenor), e uma equipe de 12 pessoas. Mas a vida não é só glamour, os mesmos artistas que brilham a noite na arena encantada, também cuidam da montagem da tenda, com a supervisão de um engenheiro experiente, fazem os lanches para vender, souvenirs e ainda recebem o público com a maior alegria. Enquanto não estão se apresentando ou treinando para os shows, os artistas vivem uma vida comum, levam as crianças na escola, passeiam no shopping, pagam contas, cuidam dos afazeres domésticos e alguns reparos na estrutura do circo.

Para quem pensa que estes artistas vivem pelo mundo sem endereço certo, está enganado. Com moradia fixa em São José do Rio Preto/SP, a equipe viaja boa parte do ano pelos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás e o Distrito Federal, mas algumas épocas do ano como Carnaval, Natal e Ano Novo não são favoráveis para as apresentações, é então que o circo tira “férias” e os mestres do picadeiro podem curtir uma vida, digamos, mais tranquila.

Conversamos com Loiri Teresinha Mocellim, proprietária do circo Vitória, que nos explicou como é feita a escolha do itinerário: “Não é simples escolher para qual cidade iremos, precisamos pesquisar como está o comércio na região, visitamos a cidade antes, e temos contatos com outros donos de circos, somos todos amigos e trocamos informações entre nós, há uma comunicação muito boa, o que facilita a escolha da próxima parada.” Esse preparo todo é necessário porque, segundo a proprietária, os custos para instalar o circo são elevados, existem muitas taxas, transporte, montagem, energia, e se tudo não for bem planejado há um grande risco de ficarem no prejuízo. “Principalmente com a crise econômica que o Brasil tem enfrentado nos últimos anos, fomos afetados, sentimos diretamente a diminuição do público”, completou Loiri, mas ainda assim, ter um circo é um bom negócio, não só pelo lado financeiro, mas pela satisfação em estar fazendo o que amam.

Simplicidade, paixão, dedicação, e alegria foram os pontos que mais chamaram a atenção de quem assistiu as apresentações do circo Vitória. A funcionária pública Luciana Ribeiro, veio de Sobradinho com a filha de 2 aninhos para assistir a apresentação e não se arrependeu. “Nunca gostei de circo, mas amei esse, principalmente os palhaços. Minha filha é agitada, porém ficou quietinha observando tudo, e já está pedindo para voltarmos ao circo.”

A jornalista Maria Aparecida Araújo Mora levou o filho de 10 anos para assistir ao espetáculo na Candangolândia, e agora que o circo está no Guará, eles já foram mais duas vezes. “A simplicidade e o esforço de fazerem o melhor espetáculo é nítido nos artistas, isso me chamou atenção. Minhas mãos ficaram vermelhas e doloridas de tanto que bati palmas”, finalizou a jornalista.

Outra espectadora que ficou encantada foi Mayara Franco, empresária e mãe de dois filhos, ela diz que riu muito dos palhaços, “É um circo simples, mas com atrações divertidas e com um preço justo, infelizmente artistas circenses não são muito valorizados. Gostei muito e voltarei mais uma vez para levar um grupo de amigos”, encerrou Mayara.

A atenção com os fenômenos da natureza como chuva forte e ventania são cuidados primordiais para a equipe do circo, “Já aconteceu de cancelarmos apresentações por conta da segurança do nosso público, não podemos arriscar e colocar em perigo as vidas das pessoas que aqui vieram nos prestigiar.”, afirmou Loiri. Em meio ao triste acontecimento com o circo Khronos na Asa Norte na última segunda-feira (27/03), onde um jovem perdeu a vida por conta do desabamento da estrutura do circo depois de um vendaval na região. Loiri lamentou o ocorrido e afirma que é preciso muita prudência com a montagem da estrutura e de cada detalhe, por isso o circo Vitória antes de receber o público passa por vistoria, tem o Alvará de funcionamento e recebeu autorização tanto dos Bombeiros quanto do CREA atestando que estão em perfeitas condições de segurança.

Serviço: o circo Vitória está no Guará em frente ao Edifício Consei EQ. 31/33, ainda da tempo de aproveitar. Quinta e Sexta-feira às 20:30h, Sábado às 18:00h e às 20:30h e Domingo às 16:00h, 18:00h e às 20:30h.