Encerrou no dia 23 de outubro o atendimento da Delegacia Regional do Trabalho (DRT), agência do Guará que funcionava em duas salas dentro da Administração Regional. O posto funcionava há mais de 40 anos na cidade e já esteve instalado na QE 15, depois se mudou para próximo da Junta Militar na Administração, passou por um período fechado e foi reaberto no edifício Pedro Teixeira. Sem verbas para o aluguel e com riscos de fechar novamente, os próprios funcionários foram atrás de salas cedidas e conseguiram o espaço no CRAS. Posteriormente foram transferidos para a Agência do Trabalhador na QI 2 e por último, a DRT se fixou na Administração, por três anos.
Cristiane de Assis Moura Nunes, chefe da agência Guará, trabalha há 17 anos na cidade não aceita o fechamento do posto. “A população do Guará e cidades vizinhas sofrerão bastante com o fim da agência, acredito que se todos se mobilizarem ainda da tempo de revogarem a decisão”, alerta Cristiane. Segundo ela, nem mesmo os funcionários locais sabem qual o motivo que acarretou para o encerramento das atividades da agência.
“Para mim a realidade é que o fechamento desta agência tem a ver com intriga política, o superintendente (autoridade máxima dentro do órgão) é um cargo comissionado, diferente de nós que somos concursados. Há uma coisa entre os partidos políticos, indicações e interesses muito fortes”, afirma a chefe da agência. O processo de encerramento é de domínio público e já foi encaminhado para o Ministério do Trabalho, mas Cristiane afirma ter protocolado pedidos para ter vistas do processo e não obteve resposta.
Desde que soube que o posto do Guará fecharia, Cristiane entrou com processo no Ministério do Trabalho e Emprego para que a deliberação não acontecesse, protocolou também um abaixo-assinado, mas nada adiantou. Em agosto deste ano o Sindicato dos Servidores Públicos (Sindsep) organizou uma manifestação na porta da Administração do Guará contra o fim da agência, mas a participação da comunidade foi muito pequena e a manifestação não teve impacto algum.
A DRT é a representação do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em um nível regional e sua função é executar, supervisionar e monitorar as ações relacionadas ao MTE. Na prática, a agência do Guará fabricava carteiras de trabalho (CTPS), auxiliava os trabalhadores, empresas e contadores com atendimento de seguro-desemprego, cálculo trabalhista, homologações de termos de rescisão, recursos e orientação trabalhista. Em média, 2.200 pessoas eram atendidas por mês no endereço.
A agência trabalhava em parceria com o SINE (Sistema Nacional de Emprego) que também tem sede na Administração Regional. Qualquer problema encontrado nos dados do trabalhador, era encaminhado para a DRT do Guará. “Muitos trabalhadores foram direcionados para cá com risco de não conseguir vaga de emprego por ter perdido a carteira de trabalho ou outros problemas, e conseguimos agilizar rapidamente a tempo do trabalhador ainda pegar a vaga”, destaca Cristiane.
Com o fim do serviço no Guará, os cidadãos deverão procurar atendimento nas agências mais próximas que são em Taguatinga, Plano Piloto ou Riacho Fundo 1 (ainda não está em funcionamento, deverá ser inaugurada no mês de novembro no shopping Riacho Mall). Os três funcionários que trabalhavam no Guará foram transferidos para a unidade do Riacho Fundo.
Em nota, a assessora do MTE, Joana Santas, esclarece que: “a decisão foi tomada com base na portaria ministerial nº 1141, de 19 de outubro de 2017, que visa dar atendimento de melhor qualidade aos usuários dos nossos serviços. A partir de segunda-feira (30/10/2017) todas as demandas das Agências do Trabalho do Guará e do Núcleo Bandeirante serão atendidas na Agência do Trabalho no Riacho Fundo.”