Moradores das três quadras do final do Guará II, entre eles gestantes, estudantes e idosos, estão sendo obrigados a andar até dois quilômetros para conseguir pegar ônibus, porque na última licitação das novas linhas do transporte coletivo, promovida pelo Governo Agnelo, elas foram excluídas dos trajetos. Desde então, as lideranças comunitárias da região tem reivindicado a retomada do percurso antigo, através de abaixo-assinados, audiências e reuniões com representantes do DFTrans, da Secretaria de Mobilidade e da Administração do Guará, mas sem resultados.
Nesta segunda-feira, 29 de janeiro, os dois lados – governo e moradores – voltaram a discutir o assunto. Promovida pela prefeita comunitária da QE 46, Célia Caixeta, a reunião teve a presença de representantes do DFTrans e de cerca de 80 moradores das três quadras, para se buscar mais uma vez a solução para o problema que já se arrasta há mais de quatro anos. O presidente da TCB e ex-administrador do Guará, André Brandão, também esteve presente mas apenas como observador e morador da cidade, porque a empresa estatal não pode atender as linhas do Guará.
“Estamos reivindicando apenas um direito, previsto na Constituição, que assegura transporte coletivo para quem reside em áreas urbanas por mais de um quilômetro. E não são soluções difíceis, basta boa vontade por parte do governo, o que, infelizmente não aconteceu até agora”, reclama Célia Caixeta.
Ampliação de rotas
Durante a reunião, os moradores reafirmaram a proposta de ampliar o percurso da linha 0.157, que circula em todo o Guará, para a via que divide as três quadras. Eles sugerem também que a linha 0.90, que circula entre Cruzeiro, Sia e Candangolândia, entre até o balão entre as QEs 44 e 66 ou circule pela via entre as duas quadras. Outra sugestão é que a linha 0.73 que faz o percurso Candangolândia, Lago Sul e Aeroporto também chegue às três quadras.
“A rota das três linhas seria acrescentada em apenas 1 quilômetro e resolveria o problema. É muito pouco para tanta solução”, afirma Célia. Os moradores pediram também aos técnicos do DFTrans estudo para a criação de uma linha entre as quadras e a L2 Sul e Norte, para atender estudantes das faculdades Unieuro, Uniplan, UnB, outras escolas públicas e particulares, e pacientes que procuram os vários hospitais e clínicas da L2.
Insegurança dos pedestres
Durante a reunião, vários moradores citaram a insegurança de quem é obrigado a andar até a via contorno do Guará II ou até a Candangolândia em busca de transporte coletivo, principalmente durante a noite. Segundo eles, com a desocupação do Parque do Guará, a área próxima à Saída Sul está sendo ocupada por consumidores de drogas e desempregados, que tem assaltado os pedestres durante a noite. Vários moradores contaram durante a reunião que foram ou tiveram parentes assaltados quando saiam das três quadras a pé.
Os dois representantes do DFTrans, a gerente de Mobilidade Kátia Isabel dos Santos, gerente de Programação e Monitoramento, e Gustavo de Moura Bastos, técnico em Transporte Urbano, anotaram as sugestões e se comprometeram a apresentar as respostas aos moradores nos próximos dias. “Não vamos desistir das nossas reivindicações, porque são justas, urgentes e fáceis de serem atendidas”, garante Célia Caixeta.