Onze anos depois que o jornalista Roberto Kuppé, morador da QE 19, ganhou quase R$ 19 milhões na Mega Sena, outro morador da cidade abocanha o prêmio milionário da loteria, também sozinho. O ganhador do prêmio de R$ 9,349 milhões da Mega Sena da semana passada fez a aposta na lotérica localizada no Supermercado Pão de Açúcar, no Guará I, mas a Caixa Econômica não divulgou seu nome e nem ele quis tornar público o prêmio, diferente do que fez o jornalista em 2007.
Depois de ter ganhado o prêmio milionário em 2007, Roberto Kuppé passou a ficar conhecido em todo o país, através de entrevistas em programas de TV, criou um blog de política, se candidatou a deputado federal por Rondônia mas não foi eleito, criou uma fundação para ajudar os conterrâneos que vinham a Brasília fazer tratamento de saúde, comprou uma gráfica especializada em impressão de jornais, entre outras iniciativas midiáticas. Sem os holofotes da época, Roberto Kuppé mantém atualmente o blog Mais Rondônia, onde fala sobre política do seu estado e posta foto com políticos, principalmente do PT, em Brasília.
Iniciativas midiáticas
Quando ganhou sozinho um dos maiores prêmios da história da Mega Sena, o jornalista, que tinha 46 anos, era assessor legislativo da Câmara dos Deputados e ganhava pouco mais de R$ 4 mil de salário. Na época, o prêmio estava acumulado há seis semanas e o jogo simples (com seis números) foi feito na lotérica Supremo, que funcionava na QE 19 do Guará II, quadra onde ele morava.
Logo depois de ficar milionário, Kuppé anunciou a criação de uma fundação social que levava o nome do seu irmão morto num acidente cinco anos antes. Midiático, ele ficou conhecido em todo o país depois de aparecer no Programa do Jô, no Fantástico e em várias reportagens de jornais e revistas nacionais. O prêmio que ele ganhou era o terceiro maior pago pela Mega Sena na época.
Depois de adquirir uma casa no Lago Sul, onde abriu sua fundação, o novo milionário adquiriu uma gráfica para impressão de jornais – vendida menos de dois anos depois -, fundou uma TV, que depois foi fechada, e deixou de patrocinar bandas jovens, como chegou a fazer durante dois anos.
O acaso da sorte
Roberto Kuppé veio morar no Guará depois de deixar Rondônia para trabalhar no jornal Tribuna do Brasil, um dos três diários que existiam na época em Brasília, do seu amigo senador Mário Calixto.
Ele contou na época que havia apanhado um papel com os números da Lotomania no pára-brisas do seu carro, que estava no estacionamento da Câmara. Era um daqueles papéis com propaganda de imobiliárias. “Amassei e joguei fora. No dia seguinte tinha outro bilhete, só que este estava cortado na metade. Também joguei fora. Mas fui pra casa pensando naquilo e, no outro dia pela manhã, um sábado [dia 21], decidi jogar. Comprei o bilhete e a moça do caixa fez o jogo automático. Ganhei R$ 2.703. Só conferi na segunda-feira. Fiquei impressionado, mas não contei nada para ninguém. Com o dinheiro paguei minhas contas e me sobrou R$ 14. Então fui novamente à lotérica e joguei R$ 10,50 e depois mais R$ 1,50. No sábado [28 de agosto] fui conferir e vi que tinha conseguido acertar a Mega Sena. Abri a porta da varanda da minha casa e disse: ‘Meu Deus, por que eu?’, depois chorei e chorei e chorei. Não falei nada para ninguém, mas também não consegui dormir. Na segunda-feira trouxe meus irmãos para Brasília para combinar como seria daqui para frente”, contou o jornalista em agosto de 2007.