Administrador regional do Guará de 1979 a 1985, Francisco José Pinheiro Brandes foi quem ficou mais tempo no cargo numa mesma gestão. E só deixou a Administração do Guará para assumir a Secretaria de Administração do GDF atendendo a convite do então governador José Aparecido de Oliveira.
Professor Brandes, como é mais conhecido, era professor de Matemática em Sobradinho quando teve o nome sugerido ao governador José Ornellas pelo senador José Sarney, de quem é conterrâneo e compadre, para que fosse o administrador do Guará. O próprio Brandes ria ao contar que na primeira visita que fez à cidade logo depois de indicado sequer sabia onde ficava o prédio da Administração Regional e se perdeu à procura do endereço. Mesmo envergonhado, teve que pedir informações para chegar ao seu novo local de trabalho.
Maranhense de Barra do Corda, Brandes, conquistou logo a população guaraense e fez muitos amigos na cidade com seu jeito simples, alegre e conciliador. Era época da ditadura militar, mas ele impôs uma política de ouvir todos os segmentos da comunidade antes de tomar as decisões. Era um período de mais recursos e de mais autonomia das administrações regionais – não havia Câmara Legislativa e nem parlamentares representando o Distrito Federal. Com essa autonomia, ele concluiu a construção do estádio do Cave, construiu o Ginásio Coberto e o Clube de Vizinhança II, o salão de Múltiplas Funções e a Feira do Guará.
Da Secretaria de Administração foi para uma das diretorias do Inmetro, sempre indicado pelo amigo José Sarney. De lá, para uma das diretorias do Sebrae/DF e depois foi nomeado delegado regional do Ministério da Agricultura no Distrito Federal.
Fatalidades
Em 2006, ainda no cargo de delegado, sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC), que lhe retirou parte dos movimentos e da fala. Obstinado, enfrentou uma pesada carga de exercícios físicos e de fonoaudiologia até recuperar boa parte do que a doença havia lhe tirado. Em 2007, outra fatalidade tirou a vida de um dos quatro filhos, Adriano, vítima de um infarto fulminante enquanto jogava futebol. Embora com as sequelas, Brandes continua lúcido e bem de saúde.
Hoje, aos 82 anos, dedica-se apenas aos seis netos (Bárbara, Amanda, Felipe, Marcela, Adriano e João Francisco), à mulher Cleidiomar e aos filhos Galeno (servidor da Caesb), Andrea (servidora do Tribunal de Contas do DF) e Francisco Brandes Júnior (promotor público da cidade de Cristalândia, no Tocantins) em sua casa na QI 10 do Lago Norte ele dedica boa parte do seu tempo a uma das maiores paixões, a literatura. Poeta e escritor, Brandes escreveu seis livros de poesia, entre eles Versos Diversos, Céu de Estrelas e Veredas de Minhas Quimeras.