Depois de ensaiar (e desistir de) uma aliança com Izalci Lucas (PSDB), Cristovam Barque (PDT), Rogério Rosso (PSD) e Wandeley Tavares (PRB) para o lançamento de uma terceira via para as eleições deste ano, o guaraense Alírio Neto garante que continua pré-candidato ao governo do Distrito Federal. Além do apoio incondicional do seu partido, o PTB, o ex-administrador regional do Guará e ex-deputado distrital aposta que as alianças nacionais em torno das candidaturas dos presidenciáveis podem favorecê-lo numa composição local.
“O quadro somente será definido a partir de julho, com as convenções partidárias para a indicação dos candidatos. Até lá, vai se reunir muito, especular muito, mas pouco será definido. A terceira via, por exemplo, era uma realidade forte há um mês, mas já desmanchou”, explica. Alírio acredita inclusive numa coligação com o próprio Izalci, se houver uma determinação das executivas nacionais do PTB e do PSDB – os dois partidos deverão ser aliados na campanha presidencial.
O pré-candidato ao governo não descarta também uma aliança com Eliana Pedrosa (Pros) outra pré-candidata ao governo. “A realidade é que temos hoje um candidato que está à frente nas pesquisas, o Frejat, e Rodrigo Rollemberg, que embora faça um governo ruim, tem a máquina pública nas mãos. Para enfrentá-los, teremos que construir uma terceira via forte, com chances de ir ao segundo turno e ganhar as eleições”, analisa.
Mesmo com a pré-candidatura posta e o apoio do seu partido – é o único pré-candidato do PTB a governador – Alírio garante que está disposto a ceder em prol de um projeto de consenso. “Desde o início da discussão da formação da terceira via,eu me coloquei à disposição para o que fosse melhor na composição da chapa, desde que as escolhas fossem baseadas em critérios técnicos e acima de interesses pessoais, sem intransigências. Infelizmente não foi o que acabou acontecendo, porque somente eu estava disposto a ceder”.
Busca por outros parceiros
Depois que deixou a terceira via, que estava sendo coordenada pelo senador Cristovam Buarque e pelo presidente do PSD, Rogério Rosso, Alírio passou a procurar outros partidos para a formação de uma frente em torno de seu nome. O PPL, o PCdoB e a Rede chegaram a ser anunciados como possíveis parceiros, mas o PPL negou essa possibilidade. A leitura é que entre os pré-candidatos ao governo com reais chances, Alírio seria o único com viés mais à esquerda, por ter já ter pertencido ao PPS e participado de coligações com o PT no DF, portanto, se encaixaria nos ideais dos dois partidos.
Mas, enquanto aguarda a definição do quadro, Alírio ensaia uma aproximação com a também pré-candidata Eliana Pedrosa (Pros). Os dois almoçaram na semana passada numa galeteria do Lago Sul e o cardápio principal foi a possibilidade de aliança entre eles, ou no primeiro turno ou no segundo turno. “Não cabe intransigência agora. Não pode haver projetos pessoais que não tenham chances de vencer. Recuperar o Distrito Federal deve ser o foco e pra isso precisamos unir o máximo possível os grupos de oposição”, prega.
O ex-administrador regional do Guará diz que não se preocupa com os possíveis ataques que deve receber durante a campanha, por ter sido denunciado em dois processos na Justiça referentes ao período em que foi presidente da Câmara Legislativa. “Nenhum deles foi por corrupção”, adianta. São por supostos erros administrativos – um por autorizar a recomposição do Plano Color aos funcionários, e outro por não preencher a quantidade exigida para os funcionários efetivos. “Nos dois casos, fui respaldado pelo corpo jurídico da casa e não tive qualquer ganho pessoal com os atos que pratiquei. E as decisões da Justiça não interrompem minha candidatura”, diz ele.
“Não devemos nos iludir com o quadro atual. A política é muito dinâmica e muda a cada hora, e muita água ainda vai passar sob a ponte. Mas se eu tiver a oportunidade de chegar ao governo, tenho um projeto consistente para tirar o Distrito Federal do caos em que se encontra”, afirma.