O Governo do Distrito Federal aprovou as Diretrizes Urbanísticas do Eixo de Dinamização da Via TransBrasília, ou seja, determinou as regras de ocupação para as áreas que serão ocupadas ao longo da grande avenida que será construída ligando Samambaia ao Plano Piloto, cortando Águas Claras e Guará, ao longo de onde hoje está a linha de transmissão de energia de Furnas.
O mais provável é que esta avenida seja construída através de Parceria Público Privada, e os investidores recebam em contrapartida pela obra os lotes ao longo da via, todos em área nobre. Por isso, a aprovação das diretrizes urbanísticas abre agora a possibilidade da formulação de propostas dos investidores.
A Transbrasília
Idealizada ainda no Governo Cristovam com o nome de Interbairros, a avenida intervém em Águas Claras, Guará, Park Way, Plano Piloto, Samambaia e Taguatinga. Entre esses empreendimentos está a criação do Centro Metropolitano do Guará, um conjunto de edifícios comerciais e residenciais entre Guará I e II, onde existem hoje as torres de alta tensão de Furnas. Entre as benfeitorias apresentadas até o momento pelo governo estão: dotar as margens da Transbrasília de ciclovias, facilitar a integração com o metrô e o acesso a parques, priorizar o transporte coletivo e arborizar o perímetro da via.
Para possibilitar o empreendimento, a linha de transmissão de Furnas, que vai do Guará até Samambaia, será enterrada. A medida é necessária porque hoje o “linhão”, como é conhecido, divide os locais das regiões pelas quais passa. E a ideia da Transbrasília é integrá-las.
Ganhos e custos
Uma possível parceria para a construção da Transbrasília abrange ganhos em diversas perspectivas. Para o empresariado, com a exploração de empreendimentos feitos ao longo da via — haverá a possibilidade de erguer conjuntos habitacionais, shoppings, estacionamentos, entre outros, e lucrar com eles. Para o governo, estabelece-se uma parceria com melhor prestação de serviço e menor impacto nas contas públicas.
A consequente geração de emprego e renda nas regiões administrativas pela qual a via passará, além de mais opções de lazer, são vantagens para os moradores desses locais. O fomento da economia deve, ainda, desafogar o trânsito, hoje concentrado no sentido Plano Piloto — a ideia é mudar o panorama vivido no Distrito Federal, aumentando as opções de locomoção.
Os impactos nas finanças e na questão fundiária ainda serão alvo de estudo. A razão de ser desse procedimento de manifestação de interesse é a formulação de um modelo técnico, jurídico e econômico-financeiro da parceria. Existem áreas praticamente abandonadas ao longo do caminho que podem ser exploradas comercialmente.