Maria Clara Nogueira Barros, 16 anos, estudante 2º ano do Ensino Médio do Centro Educacional (CED) 1 do Guará, está preparando as malas para embarcar em uma grande jornada. A estudante guaraense foi a única selecionada no Distrito Federal para concluir o Ensino Médio na Armênia, no continente asiático. Ela fez parte do processo seletivo da UWC (United World Colleges) para estudar durante dois anos com bolsa estudantil no programa acadêmico internacional oferecido por esse grupo educacional, que conta com 17 colégios localizados em 4 continentes do planeta.
Maria Clara ficou sabendo do programa através dos amigos da escola, fez a inscrição pela Internet (pagou R$ 70), depois respondeu um questionário. Na data marcada fez uma prova (de conhecimentos gerais das matérias do Ensino Fundamental) e uma redação. Após passar nessa etapa, foi convidada para uma entrevista pessoal e, em seguida selecionada para a fase final, que foi passar um final de semana em São Paulo juntamente com os outros classificados do Brasil inteiro. O final de semana incluía atividades em grupo para ver como cada candidato reagiria ao convívio social. Todo o processo seletivo durou um ano.
“Não fiz nada de excepcional para passar nas etapas, só tentei controlar o nervosismo. O conteúdo das provas para mim não foi novidade, nas entrevistas e na etapa do convívio fui o mais natural possível, não tentei fingir quem não sou. A bagagem e o conhecimento que fui adquirindo ao longo da minha vida acadêmica me proporcionou esse resultado e estou muito feliz, posso afirmar que o DF está muito bem representado”, declara a estudante.
A viagem
A guaraense embarcará para a Armênia em agosto e sabe que por lá a rotina vai ser puxada. De manhã, cursará as matérias do Ensino Médio normalmente, e à tarde os estudantes fazem parte do programa extracurricular CAS (Criatividade, Atividade e Serviço), onde desenvolverão atividades voltadas para a comunidade, ONGs e projetos sociais. Os estudantes residem nos alojamentos do colégio e o idioma mais falado é o inglês, porém os alunos estrangeiros contam com o auxílio de monitores durante as aulas.
Maria Clara é filha da comerciante Geralda Nogueira, residente no Guará há 16 anos. “Acho que nesse momento, a palavra que traduz meu sentimento é orgulho da minha filha”, diz a mãe. Ela conta que desde pequena Maria Clara era muito articulada e obediente na escola, sempre que era chamada na escola a avaliação dos professores em relação à aluna era positiva. “Eu sempre tentei equilibrar a liberdade com a responsabilidade na educação dos meus filhos, e incentivar a criatividade deles. Eu fui criada de uma forma diferente e vi que isso não foi bom”, afirma Geralda. “Maria Clara vai longe, quero que ela voe alto no conhecimento. O mundo é dela”, completa.