DINASTIA MING

Quando encontro com o Caixa Preta, aproveito para curtir os casos malucos que ele gosta de contar, sempre, é claro, bebendo aquela cerva gelada lá no Porcão.
Sentados na nossa mesa favorita, bem longe da fumaça que vem da cozinha e também para evitar a visão dantesca que é ver a Al-Qaeda preparando os pratos, de quebra ajuda a evitar de vomitar antes da hora.
O velho Caixa foi logo começando com o conto da semana, muito engraçado e atrapalhado como sempre. Diz ele que foi convidado para almoçar na casa de uma amiga de escola, a qual fazia tempo que não via.
Pense numa comida gostosa, um manjar caprichado, tudo muito bom, de primeira, servidos em pratos de porcelana chinesa, segundo ele eram da dinastia Ming, que ela havia herdado da avó.
Depois de saborear aquele almoço supimpa, ela falou que estava saindo e disse: – Como você é de casa, a louça é sua!
Parece que o velho Caixa não entendeu direito. Foi quando a amiga lhe disse que a louça era dele. Ele quase não pôde se conter, assim que ela saiu, pegou a louça, colocou numa sacola e foi embora.
Pense numa confusão boa. No dia seguinte acordou com a polícia na porta, pois a amiga queria a louça de volta. Ficou sem entender nada, pois ela deu e agora queria tomar de volta na maior cara de pau. Que coisa mais estranha, vai entender esse povo…dá num dia e toma no outro…Muito esquisito.
Não ri, para não levar uma cadeirada, até agora não sei como consegui resistir.