O Distrito Federal avança nas Parcerias Público Privadas. A ideia é trazer investidores para a capital federal. E mais um passo foi dado nesta terça-feira. Uma delegação de representantes da China Railway Construction Company (CRCC) foi recebida no Palácio do Buriti pelo vice-governador Pacco Brito e por outras autoridades do GDF. Na ocasião, foram apresentados projetos e oportunidades de investimentos em transportes e infraestrutura em geral.
Investidores chineses
A China é, desde de 2009, o principal parceiro comercial do Brasil e vem se constituindo numa das importantes fontes de investimentos no país, uma das principais direta de estrangeiros. O vice-governador Pacco Brito disse que o DF tem total interesse em cooperação e parceria com a China. “Brasília está credenciada para fazer grandes negócios. Queremos torná-la o principal parceiro comercial do DF”, ressaltou.
Dentre as oportunidades de investimento estão um novo hospital público para o Guará, a reforma do Cave e do Kartódromo e a Transbrasília, que é um grande projeto de infraestrutura, desenvolvimento urbano e revitalização de parques urbanos. O investimento estimado é de R$ 2,4 bilhões, com contrato de 20 anos. O Centro Esportivo do Guará também tem aplicações aproximadas de R$ 14 milhões e estimativa de contrato de 30 anos.
Outro projeto de destaque é o Shopping Popular, com investimento de R$ 15 milhões e concessão de 35 anos. Na iluminação pública, a estimativa de recursos é de cerca de 1.4 bilhão. Estão em estudo ainda parcerias para o Parque da Cidade, Zoológico de Brasília, Teatro Nacional Cláudio Santoro, além do trem urbano (ligando Luziânia à antiga Rodoferroviária). Há oportunidades também para expansão do Metrô e para implantação do VLT.
Novo Hospital
Com uma população estimada em 145 mil habitantes, a cidade continua carecendo de um bom hospital, que serviria também para atender as comunidades vizinhas, como Núcleo Bandeirante, Riacho Fundo, Estrutural e Candangolândia. O que é chamado de “hospital” oferece atendimento apenas de um posto avançado, sem, por exemplo, um serviço de emergência mais completo, além de outras especialidades.
Essa carência, entretanto, pode estar com os dias, ou meses, contados. O primeiro passo foi dado com a destinação de recurso de R$ 2 milhões, através de emenda parlamentar do deputado distrital Rodrigo Delmasso à Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2019, para a elaboração do projeto do novo hospital da Região de Saúde Centro-Sul.
O hospital será construído na QE 23 do Guará II, no terreno do Posto de Saúde 2, ao lado de posto de combustíveis e em frente à QE 17. De acordo com o projeto elaborado pela Secretaria de Saúde, o hospital terá entre 390 a 420 leitos – o atual HRGu tem apenas 53 leitos.
Parceria com a
iniciativa privada
A construção do novo hospital não teria recursos públicos, de acordo com a proposta apresentada pelo próprio deputado Rodrigo Delmasso. A obra será custeada pela iniciativa privada, através de Parceria Pública Privada (PPP), ou de Concessão de Obra Pública, modelo que está usado pelo governo no Centro de Convenções e que deverá ser usado também para a revitalização do Complexo do Cave. Mesmo sendo construído e gerido pela iniciativa privada, o hospital será público, no mesmo modelo implantado no ano no Hospital de Base, ou do Hospital da Criança, em que uma empresa ou instituição se responsabiliza pelos custos e o funcionamento, e cobra do governo o repasse pela quantidade de atendimentos. Se dependesse de recursos públicos, a construção do hospital teria poucas chances de acontecer porque o caixa do governo mal dá para o custeio da sua máquina.
De acordo com a proposta, após a construção do novo hospital, o atual Hospital do Guará se transformará numa policlínica ou em uma unidade de tratamento de oncologia. O custo da obra está previsto entre R$ 150 milhões e R$ 200 milhões, comparados a custos de obras semelhantes no país. “A idéia surgiu da manifestação de interesse de uma grande rede de hospitais de São Paulo, que construiu e administra hospitais próprios e outro na cidade de Jaú, que tem atendimento público custeado pelo governo de São Paulo. E devem surgir outros interessados”, explica Delmasso.
Para o deputado, o governo, inclusive o federal, já não dispõe mais de recursos para conseguir atender as demandas da saúde, “por falta de orçamento ou por ineficiência de gestão. A solução é dividir com a iniciativa privada, que, além de tudo, é muito mais ágil nas providências”.