MY SWEET LADY JANE

Estava sentado lá no “Porcão” curtindo uma cerveja bem gelada, de lá eu via o pessoal passeando no Calçadão da Vergonha que a um ano está “quase pronto”,quase concordando com o “quase” mas pronto para ser detonado pelas chuvas, como muitas coisas por aqui costumam acontecer.
Tudo isso se deve a incompetência de alguns deslumbrados que passaram por essa Administração, gerando décadas de atrasos, gambiarras e invasões de áreas públicas. Temos que levantar as mãos pro céu agora que chegou aos cinquenta anos, agradecendo ainda podermos contar com com que restou do nosso Guará.
Muita gente bonita fazendo do calçadão a sua passarela. Segundo o velho Caixa muita gente que não precisa e muita que não tem jeito, pode passar o resto da vida andando por ali que não tem melhora. Isso sem contar com os nossos “usadões” que tentam ganhar mais um tempo de vida, mas até agora o que ganharam foi joelhos arranhados pelas quedas e atropelamentos por parte de alguns ciclistas mal educados.
Como do nada me aparece Caixa Preta tentando cantar uma antiga música dos Stones, o cabra querendo me sacanear, cantava uma das mais lindas, Lady Jane, com aquela mistura de línguas(nordestinês com inglês) faria os súditos da rainha enfartarem se ouvissem aquela blasfêmia que saia da boca do velho Caixa.
Depois de algumas “cervas”, a música não me saía da cabeça, fui pra casa cantarolando entre um tropeço e outro ”My Sweet Lady Jane” lembrava um bom tempo da minha juventude, onde ser rebelde era deixar o cabelo crescer. Confesso que bateu uma saudade doída, a rainha que me perdoe.