Brasília é referência nacional no kart. E o Guará, por ser a única pista oficial em condições de uso do Distrito Federal, revelou praticamente todos os pilotos que competiram com a bandeira de Brasília nos últimos anos. O kartódromo Ayrton Senna, localizado no Cave, atrás do estádio, é alvo de uma disputa há alguns anos. O local figurou nos mapas das parcerias público privadas que vão trazer a iniciativa privada para a gestão do Cave por diversas vezes.
As tentativas de privatizar a gestão do kartódromo esbarraram sempre nas pessoas envolvidas com o esporte. Afinal, ali mais de 250 pessoas trabalham semanalmente, em provas ou treinos. O próprio Campeonato Brasiliense de kart, principal competição do DF, está em curso. E uma paralisação das atividades obrigaria o campeonato ser também cancelado.
José Argente está à frente do kartódromo com o Guará Motor Clube. Ele é um dos principais críticos da PPP proposta pelo governo anterior, por conta do custo elevado e da impossibilidade de manter os empregos de todos que precisam do espaço para sobreviver. “Mesmo com poucos investimentos públicos, o kartódromo do Guará sempre foi referência do DF. Fomos pegos de surpresa com a Ordem de Serviço emitida pela Administração Regional. Não fomos notificados ou sequer comunicados ainda. Portanto, não sabemos ainda que caminho tomar. Mas, vamos recorrer do ato unilateral por entender que o esporte precisa ser preservado, os compromissos cumpridos e os empregos mantidos”, explica José Argenta. Para ele, é sim preciso desvencilhar o espaço do governo, tornando possíveis os investimentos privados no kartódromo. “Podemos e queremos investir aqui, mas é preciso segurança jurídica para isso”, conclui.
A Administração Regional do Guará alega que “por determinação da Controladoria Geral do DF, a Administração Regional do Guará solicitou o espaço do kartódromo ao grupo Guará Motor Clube. A decisão visa regularizar a utilização do local. Os atuais ocupantes administravam o kartódromo do Guará há vários anos, porém, o convênio firmado em gestões anteriores está em desajuste com o poder público, entre outras irregularidades, como a inadimplência com o pagamento de taxa pública e a não renovação do convênio, tendo em vista parecer da Procuradoria Geral do DF. Em 2016, o local foi requerido, porém, a ordem não foi acatada. o grupo terá 30 dias a contar da publicação no Diário Oficial do DF para a desocupação”.