Uma dança que “parece muito antiga, mas na verdade é muito nova”, assim define a coreógrafa Carolena Nericcio o estilo que criou: o Tribal Fusion Belly Dance ou ATS. Como o próprio nome revela, é um estilo de expressão corporal que reúne elementos da dança do ventre, com referências tribais (sejam urbanas ou étnicas) e a fusão diversas vertentes de dança e estilos musicais. Na prática é um espetáculo cênico musical que reúne a sensualidade, técnica das danças de Matriz Pélvica, com referências de culturas no berço da Espanha e Índias Orientais como o flamenco, o ventre e a dança indiana.
Uma das principais seguidoras desta escola de dança é Shabbanna, desenvolvedora de fusões e precursora deste estilo em Brasília. A dançarina começou seu estudo de hibridização de estilos há dez anos e tem se apresentado frequentemente em casamentos, festas particulares, jantares, recepções, casas noturnas (principalmente as temáticas, que reencenam tavernas medievais) e shows. Seu trabalho enquanto pesquisadora se dá através das artes integradas, palavra chave que permeia a vida desta jovem dançarina, que equilibra a rotina de ensaios e estudo com as aulas (aos sábados na Casa da Cultura e na Fênix Academia de Dança) e com a criação do primeiro filho, Rudá, com pouco mais de um ano de idade.
”O Tribal Fusion nos dá a possibilidade de explorar os movimentos corporais, entender-nos como mulher a partir do conhecimento do próprio corpo e entender o mundo que nos cerca ao incorporar uma grande gama de elementos psicológicos, cênicos e musicais à dança”, explica a bailarina. Suas apresentações são montadas de acordo com o ambiente e o evento. Como é ela que edita as músicas de seu set, em um evento de música popular, como o que participou no domingo passado, após apresentação do Boi de Seu Teodoro na Casa da Cultura. Em um evento onde o rock predomina, suas escolhas são mais pesadas e com apelo visual característico, variando entre o metal e o eletrônico.
Essa flexibilidade de gêneros também é levada para as aulas, já que as músicas e estilos são pensados em cada aluna. “Por isso a preferência por mulheres depois dos 30 anos (nas aulas), com mais experiência de vida e capaz de concentrar e refletir melhor seus sentimentos nos movimentos do corpo”. As aulas acontecem sempre aos sábados, a partir das 11h, na Casa da Cultura do Guará. Shabbanna cobra valores bem abaixo do mercado, por acreditar no ambiente colaborativo do espaço e dar oportunidade de prática do Tribal Fusion ao maior número de pessoas.
Atualmente se dedica como atriz, do teatro ao cinema, compondo a equipe de direção de arte e coprodução do filme “Espelho de Ébano”, do cineasta e músico Walter Sarça, como bailarina- intérprete. Ela acaba de participar do filme “Espelho de ébano”, no cineasta e músico Walter Sarça, como intérprete e bailarina. Apresentação com a banda Celtic Souls, performances em raves, e nas casas Mittelalter na Asa Sul e Esquina da Sede no Cruzeiro Novo. No Guará, pode ser vista constantemente no Zepelim, no Polo de Modas, e na Rua do Lazer, onde faz questão de estar presente.
O estilo
O Tribal Fusion Bellydance surgiu a partir do American Tribal Style (ATS) em meados dos anos 90 em São Francisco, Califórnia. Jill Parker, fundadora do Ultra Gypsy, primeiro grupo de Tribal Fusion, havia estudado American Tribal Style (ATS) com Carolena Nericcio e o FatChanceBellyDance®, porém num determinado momento deixou o grupo para investir em suas próprias criações com mais liberdade, uma vez que o ATS® é um sistema com regras específicas, além de ter sido planejado para ser dançado em grupo, o que excluía a possibilidade de solos.
Pode-se dizer que de modo geral o Tribal Fusion preencheu a lacuna da liberdade de criação. Amplamente influenciado pelos movimentos da contracultura, atraiu pessoas de estilo de vida alternativo, com tatuagens, piercings e dread locks. Com uma estética baseada na adesão de novas informações a todo instante, torna-se impossível definir todas os novos gêneros que surgem de suas possibilidades de fusões e releituras. Podendo-se apenas mapear algumas das produções realizadas e suas características marcantes como o Gothic ou Dark Arts, Vaudeville ou Vintage, Burlesque.
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Aulas na Casa da Cultura
Sábados às 10h
R$ 80 por mês, ou R$ 25 por aula avulsa