Foram 9 durante a caminhada em volta da Administração e outros 13 se juntaram ao grupo durante as falas num dos quiosques da Feira do Guará. Mesmo com ampla divulgação nos grupos sociais de WhatsApp e Facebook da cidade, o protesto contra a privatização do Cave, na manhã desta segunda-feira, teve baixíssimo quórum – cerca de 0,0015% dos 150 mil habitantes do Guará. O dia da semana (segunda-feira) foi a justificativa dos organizadores para o desinteresse da população pelo ato.
Portando cartazes com os dizeres “O Cave é do Povo”, “O Cave é Nosso”, “Tirem as mãos do Cave”, os primeiros nove participantes deram uma volta em redor do prédio da Administração Regional gritando palavras contra a intenção do governo de repassar o espaço do Cave para iniciativa privada, prevista para os próximos meses. Após a caminhada, outras 13 pessoas se juntaram ao grupo para acompanhar as falas, num dos quiosques da Feira do Guará.
Os manifestantes criticam o projeto de entregar o complexo para a iniciativa privada, que terá o direito de explorar o espaço por 30 anos ou mais, em troca da revitalização e ampliação dos serviços, entre eles a conclusão da reforma do estádio do Cave e a construção de um novo ginásio coberto com medidas oficiais. A PPP será semelhante a que foi feita no complexo do Mané Garrincha. “É uma decisão que está sendo empurrada de goela a baixo da população guaraense. Estão querendo entregar um espaço público, que deveria ser usufruído pelos moradores, para o capital, para a geração de lucro”, protestou o músico e agitador cultural Rênio Quintas. “Por que não transformam o Cave num centro olímpico para a formação de atletas e uso da população guaraense”, perguntou o radialista Alexandre Torres. “Os interesses econômicos estão acima dos interesses culturais e sociais nessa tentativa de privatização”, completou o agitador cultural Miguel Edgar Alves.
Prometem mais
O baixo quórum, entretanto, não parece arrefecer os ânimos do grupo manifestante, que promete outros atos contra a privatização. Além de protocolar um documento na Administração Regional e encaminhá-lo também ao Tribunal de Contas do DF e ao governador Ibaneis Rocha, alegando os motivos do protesto, os líderes do movimento criaram um grupo de WhatsApp somente para tratar da mobilização. Foi lançado também uma abaixo-assinado para colher a assinatura dos moradores contra a PPP, que será entregue ao governo.
Mas, todo esse movimento pode ser inócuo. Durante a visita ao Jornal do Guará em dezembro, o vice-governador Paco Britto garantiu que a privatização do Cave é uma das prioridades do governo para este ano e previu inclusive o lançamento do edital de licitação para a escolha do concessionário no máximo até março, após a liberação do parecer do Tribunal de Contas do DF, a última etapa exigida para esse tipo de concessão.