Avenida das Cidades tá chegando!

GDF e Aneel assinam termo de cooperação para o enterramento da linha de alta tensão de Furnas, o único empecilho para o andamento do projeto. Guará será a região mais impactada. Início da obra previsto para 2020

A rede de alta tensão de Furnas era o único impedimento para o andamento do projeto da grande via que liga o Plano Piloto a Samambaia, passando pelo meio de Guará, Águas Claras e Taguatinga. Não será mais. O Governo do Distrito Federal, por meio da Secretaria de Projetos Especiais (Sepe) e a Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap), assinaram nesta quinta-feira, 19 de fevereiro, termo de cooperação com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), autorizando Furnas a fazer o enterramento de 16 km de cabo de alta tensão no percurso da Avenida das Cidades, idealizada com o nome de Interbairros no governo Cristovam Buarque, Interbairros no governo Arruda e rebatizada de TransBrasília no governo Rollemberg.
A agência autorizou o aterramento de sete linhas de transmissão aéreas. “A avenida das Cidades é um projeto antigo que já foi promessa de campanha de vários candidatos ao governo do DF nos últimos 20 anos. A pista de ligação entre Samambaia e o Plano piloto é considerada como a maior obra viária da história de nossa cidade e virou uma das prioridades do Governo Ibaneis Rocha”, explica o secretário de Projetos Especiais, Everardo Gueiros. “A Aneel contribui com o desenvolvimento do DF, e essa autorização viabiliza a continuidade desse importante projeto, afirma o presidente da Terracap, Izidio Santos Junior. A avenida, que vai unir as cidades da região Sul – Samambaia, Taguatinga, Águas Claras, Park Way e Guará – ao Plano Piloto terá extensão de 26 km. A obra deve começar em 2022 com o enterramento e também remanejamento das linhas aéreas de alta tensão que estão no trajeto da via. O valor estimado do investimento é de R$ 2,9 bilhões, desse valor R$ 1 bilhão é para o enterramento.
A Avenida das Cidades vai impactar principalmente Guará e Águas Claras, porque vai implicar no aterramento de todo a linha de alta tensão de Furnas e cessão dos terrenos entre Guará I e II para a iniciativa privada construir lojas e apartamentos, além de equipamentos públicos. O adensamento, entretanto, será compensado com a abertura de uma nova via para os dois lados – Taguatinga, Samambaia, Park Way e Águas Claras e Plano Piloto do outro lado.
Além da melhoria da infraestrutura de transporte, da integração das cidades e da conexão com o sistema viário existente, o complexo urbanístico vai contribuir para a geração de novos centros de negócios, lazer e habitação. “Vamos obter um sentido de contra fluxo em direção a novos eixos, descentralizando a oferta de trabalho e emprego, que hoje é concentrada no Plano Piloto”, esclarece Gueiros. A obra terá duração de 8 anos e deverá gerar mais de 20 mil empregos diretos no período de construção. E depois de pronta mais de 80 mil empregos diretos devem ser criados. De acordo com o secretário Everardo Gueiros, além de valorizar toda a região sul do DF, o projeto vai valorizar também os imóveis que são adjacentes a avenida, dando mais qualidade de vida a população
De acordo com os cálculos do governo, a Avenida das Cidades vai beneficiar inicialmente cerca de 400 mil motoristas. “Essa via vai privilegiar muito mais a convivência das pessoas, com ciclovias, calçadões, jardins, praças, parques. É uma via muito mais para unir as cidades que hoje estão segregadas, que hoje estão divididas”, pontua o secretário.

Etapas do projeto
O projeto da Avenida das Cidades está em fase de análise final dos estudos e, após aprovação do Conselho Gestor de Parcerias Público-Privadas, presidido pelo governador, será encaminhado para análise do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF). Depois serão feitas Consulta e Audiência Pública. A licitação, por meio de Parceria Público-Privada (PPP), será conduzida pela Sepe e pela Terracap. O edital deve ser publicado em meados do segundo semestre de 2020. A empresa ou consórcio vencedor terá um ano para apresentar o Projeto Executivo, obter as licenças ambientais e ter o projeto aprovado no Conselho de Planejamento Territorial e Urbano do Distrito Federal (Conplan). Após todas essas etapas, as obras terão início no final de 2022.

Contrapartida
As terras adjacentes à Avenida da Cidades serão concedidas pelo GDF para o setor privado que, por sua vez, será responsável por toda construção da infraestrutura e manutenção da via por um período de 25 anos. Após esse período, a área retornará para a Administração Pública.
“Hoje essas áreas não têm valor econômico, porque não podem ser utilizadas. Com o projeto, haverá uma supervalorização dos terrenos. A iniciativa privada vem, custeia essas obras, custeia a manutenção e se ressarce desses investimentos a partir da venda dos imóveis ao longo da via. Então é impensável até você fazer uma obra de 3 bilhões de reais que vai beneficiar a população, sem que não haja um investimento direto do governo”, explica Everardo Gueiros.


Habitação e comércio
O empreendimento incluirá espaços para habitação, comércio e entretenimento. Também serão construídos 200 quilômetros de ciclovias, oito parques e 900 mil metros quadrados de calçadas.
Na fase de implantação, serão gerados 20 mil empregos, de acordo com o governo. Durante a operação, o número deve saltar para 80 mil.
O acordo também envolve linhas da empresa Vale do São Bartolomeu. Entre pontes, viadutos, elevados e trincheiras, estão previstas 35 obras e a plantação de 700 mil árvores.