O corpo do ex-ditador paraguaio Alfredo Stroessner, que está enterrado em Brasília, será exumado para recolhimento de material genético em ação de investigação de paternidade. A exumação foi autorizada pela 2ª Vara da Família da capital federal, em decisão publicada no Diário Oficial da Justiça no dia 17.
O autor da ação é morador do Guará II, deu entrada na ação de paternidade com petição de herança. A exumação de Stroessner foi deferida com anuência de sua única herdeira viva, idosa de 74 anos e residente no Paraguai.
Alfredo Stroessner liderou governo autoritário no Paraguai por 34 anos, de 1954 a 1989. Deixou o poder ao ser derrubado por um ex-aliado, exilando-se no Brasil, onde morreu aos 93 anos, em 2006. Ele está enterrado no cemitério Campos da Esperança, em Brasília.
Documentos públicos revelam que a ditatura comandada por Stroessner perseguiu adversários políticos. O ex-ditador é acusado de mandar matar 423 pessoas e mandar torturar outras 19 mil. Em 2019, foi elogiado pelo presidente Jair Bolsonaro ao empossar o diretor-geral da usina Itaipu-Binacional, em Foz do Iguaçu, na tríplice divisa com Argentina e Paraguai.