Cidade ganha ambulatório especializado em doenças crônicas

Objetivo é reduzir ocorrências de infartos, AVC e amputações. A expectativa é de atender cerca de 60 casos novos por mês, com a perspectiva de multiplicar esse número por cinco ou seis vezes

Guará recebeu o primeiro Centro Especializado em Diabetes, Hipertensão e Insuficiência Cardíaca (Cedhic), de atendimento ambulatorial. A unidade começou a funcionar nesta quarta-feira, 9 de setembro, no Hospital Regional do Guará e amplia a oferta de serviços de saúde especializados para os moradores da Região de Saúde Centro-Sul (formada por Guará, Cidade Estrutural, Setor de Indústria e Abastecimento, Setor Complementar de Indústria e Abastecimento, Candangolândia, Núcleo Bandeirante, Park Way, Riacho Fundo I e II), pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Com atendimento multidisciplinar, o novo ambulatório é destinado para pacientes de alto e muito alto risco para hipertensão e diabetes da Região de Saúde Centro-Sul. O atendimento aos pacientes com doenças crônicas na região já era realizado, mas não era integrado.

“O paciente passa por um circuito de várias especialidades no mesmo dia: cardiologista, endocrinologista, psicologia, enfermeira, assistente social e fisioterapia. Agora, os atendimentos são integrados. No mesmo dia o paciente passa por diferentes especialistas tendo em vista serem pacientes de alto e muito alto risco”, explica a superintendente da Região de Saúde Centro-Sul, Flávia Costa.

Com o atendimento multidisciplinar, o resultado esperado é aumentar a resolutividade regional, reduzindo a ocorrência de infartos, acidente vascular cerebral e amputações. “Há substancial melhora na qualidade de vida de pacientes portadores de doenças crônicas, sem aumentar custos para o sistema de saúde”, analisa a gestora.

A expectativa é de atender cerca de 60 casos novos por mês com a perspectiva de multiplicar esse número por cinco ou seis vezes mais nos próximos seis meses.

Na frente, a superintendente Flávia Costa e o diretor administrativo Evilásio Ramos, a cardiologista Luciane Satoro e o diretor da Atenção Secundária, Thiago Braga
Porta de entrada

Os pacientes atendidos pelo Cedhic são encaminhados para o ambulatório pelas unidades básicas de saúde (UBSs). São as UBSs que realizam o primeiro atendimento, avaliam e direcionam aqueles de alto e muito alto risco para a atenção secundária ou especializada. Esse atendimento acontece nos ambulatórios e Policlínicas que funcionam em todas as Regiões de Saúde. Com o modelo de atendimento integrado, a expectativa é de maior adesão e continuidade no tratamento dos doentes crônicos e de acesso à rede de atenção especializada.

O novo ambulatório é mais um avanço da Região de Saúde Centro-Sul na proposta de Planificação de Atenção à Saúde, projeto viabilizado pelo Proadi-SUS, do Ministério da Saúde.

 

O ambulatório

O Centro Especializado em Diabetes, Hipertensão e Insuficiência Cardíaca está localizado no Hospital Regional do Guará. Ele é uma policlínica vinculada à Gerência de Serviços da Atenção Secundária. Os atendimentos serão realizados sob forma de circuito multidisciplinar composta por especialistas em cardiologia, especialmente em Insuficiência Cardíaca e hipertensão arterial, endocrinologistas, enfermeiras especializadas em cuidados com “pé diabético”, atendimento psicoterapêutico, nutricional, fisioterapêutico e com assistente social.

 

Atendimento na Emergência do HRGu ganhou mais 13 leitos

O atendimento no pronto-socorro de Clínica Médica do Hospital Regional do Guará (HRGu) ganhou mais 13 leitos para internação a partir de agosto, com a reestruturação dos espaços internos do prédio. A parte ampliada está usando parte do espaço da ala pediátrica, mas é temporária e atende a necessidade do aumento significativo da taxa de ocupação e atendimentos na Unidade de Clínica Médica, que muitas vezes fica superlotada, de acordo com a direção do hospital. Na pediatria, o atendimento emergencial não foi alterado e a unidade continua recebendo os pacientes. A internação conta com quatro leitos e, excedendo esse quantitativo, as novas internações são reguladas para os hospitais Materno-Infantil de Brasília (Hmib) e Regional da Asa Norte (Hran), a depender do perfil do paciente, e conforme pactuação já realizada.

Em todo o processo da ampliação foi feito levantamento de dados de atendimento e ocupação. A estratégia adotada pelos gestores do HRGu levou em consideração os dados diários e a dinâmica de atendimento que precisa assegurar a saúde dos pacientes e profissionais. O levantamento revelou uma taxa de ocupação média de 180% no atendimento e internação dos pacientes da Clínica Médica. Já na pediatria, esse índice gira em torno de 6%. Segundo o médico e diretor hospitalar do HRGu, Ronan Garcia, esse indicador pode ser reflexo das medidas de isolamento social e ausência temporária das aulas, evitando assim a transmissão de doenças infectocontagiosas.

“Adotamos essas medidas para melhor atender os pacientes que mais têm demandado cuidados na unidade. Vale ressaltar que a pediatria não foi desconsiderada e segue atuante. Os leitos foram redistribuídos visando atender às demandas crescentes. Estávamos registrando uma superlotação diária na Clínica Médica e não podíamos continuar dessa forma, sendo que, na pediatria, o número de atendimentos caiu expressivamente frente à pandemia de Covid-19. O período normal da sazonalidade de doenças pediátricas típicas da estação foi amenizado quando comparado aos anos anteriores. O confinamento contribuiu para evitar o contágio entre as crianças pelas doenças infecciosas características dessa época no DF. Com isso, estamos otimizando o espaço para atender mais pacientes na Clínica Médica”, explica Ronan.

 

Mais de 3 mil atendimentos por mês

O HRGu atende, em média, 3,2 mil pacientes por mês somando as duas áreas atendidas na emergência. Esse número, segundo a direção, tende a permanecer. Todavia, no momento, cerca de 92% desses atendimentos são exclusivos da Clínica Médica. Dessa forma, o atendimento emergencial da unidade permanece normal e a internação seguirá com o remanejamento de fluxo, até que as internações da clínica médica diminuam para o retorno completo da internação da pediatria. A área de observação, medicação e atendimento de porta, continuam sem alterações. Atualmente, o hospital também está em processo de abertura da Sala Vermelha de suporte avançado para a pediatria.