O governador Ibaneis Rocha anunciou obras na Feira do Guará no sábado (26 de setembro), em visita aos feirantes. Ele anunciou uma grande reforma a ser licitada em janeiro de 2021, após conclusão do projeto encomendado pela Novacap. Porém, por conta das chuvas, a recuperação do telhado foi ordenada para início imediato.
Com custos de R$ 5 mil e trabalho executado por equipes próprias do GDF, a intervenção iniciada tem previsão de durar uma semana. Apesar de ser paliativa, é eficaz e já serve como preparação para uma reforma mais ampla da feira, prevista para começar em janeiro de 2021.
De acordo com os técnicos que estão no local, após o estudo e identificação dos pontos críticos, foi concluído que a aplicação de mil metros lineares de uma manta asfáltica fria aluminizada será suficiente para concluir a impermeabilização nas juntas, aplicar veda-calhas nos parafusos desgastados e desentupir calhas, que estão muito sujas. O trabalho conta com a colaboração da Administração Regional do Guará.
“Há muitos anos os feirantes aguardavam essa melhoria, e o governador Ibaneis Rocha foi o único gestor comprometido com a causa da Feira do Guará”, comemorou a administradora da cidade, Luciane Quintana.
Há 25 anos atuando como comerciante na Feira do Guará, o vendedor de roupas e boné, Vandelson Araújo, 45 anos, ficou feliz com a notícia imediata da reforma do lugar ao qual dedicou boa parte da vida. “Estávamos nos sentindo abandonados pelo poder público, mas o governador Ibaneis é um homem sensível, tanto que veio aqui nos ouvir, vai cuidar muito bem da nossa feira”, elogiou.
Obras em 2021
Além da recuperação completa dos 13 mil metros quadrados de telhado, o pacote de intervenção na feira inclui construção de mezaninos para todas as bancas, reformas nos banheiros e nas instalações elétricas. As obras que serão executadas no cativo espaço da cidade fazem parte do programa Feira Legal e estarão sob responsabilidade da Novacap. Técnicos da empresa já visitaram o local e estão debruçados sobre os detalhes das futuras obras.
O projeto prevê não apenas a impermeabilização do telhado, como descrito anteriormente pela Administração do Guará, mas também a captação de energia solar e água das chuvas em toda extensão do telhado. Além disso, a troca das portas de ferro dos boxes por vidro temperado, reforma da área administrativa, reforma e construção de banheiros e uma nova área, chamada de Praça de Alimentação.
Ex-administrador acusa gestão da Feira do Guará de irregularidade
Edberto Silva afirma que atual presidente de Associação de Feirantes
esticou mandato sem respaldo dos associados e não presta contas do que arrecada
O anúncio de investimentos de R$ 40 milhões, a visita do governador Ibaneis Rocha no sábado passado e a eleição para a nova diretoria da associação de feirantes colocam a Feira do Guará como o principal assunto da semana na cidade. Mas surgiu um outro. O ex-administrador regional do Guará em 2015, no início do governo Rollemberg, Edberto Silva, acusa o atual presidente da Associação dos Feirantes, Cristiano Jales, de ter ampliado o seu mandato por dois anos sem o respaldo da assembleia dos associados e de não prestar contas do que arrecada de taxa de ocupação dos boxes na sua gestão.
O ex-administrador garante que tomou a decisão de denunciar as possíveis irregularidades apenas como cidadão e não motivado pela eleição da nova diretoria da associação dos feirantes, no dia 16 de outubro. “Recebi o relatório de uma banca de advogados, contratada por um grupo de feirantes, atestando os mal feitos do atual presidente e sua diretoria. Esse grupo recorreu a mim, porque participei ativamente das demandas deles quando fui administrador regional. Não posso ficar calado”, afirma Edberto Silva. De acordo com o documento assinado pelos advogados Luis Carlos Ormay Júnior e Rafael Echeverria Lopes, com base no Estatuto da Associação, e depoimentos de feirantes, a atual gestão teria prorrogado a gestão por dois anos, a primeira vez em 2015 e a segunda em 2019, quando deveria ter ocorrido a eleição para a renovação da diretoria.
“Em 2013, conforme ata registrada em cartório, foi alterado o período do mandato para 48 meses (quatro anos), mudança essa feita por alteração no Regimento Interno, contudo sem alteração do Estatuto. A mudança apenas no Regimento Interno não é suficiente para validar tal alteração, conforme rege o Código Civil”, diz o documento assinado pelos advogados. “A mudança de 3 para 4 anos, ainda que tivesse sido alterado pelo Estatuto, teria validade apenas para o mandato seguinte. Portanto, o primeiro mandato deveria ter sido encerrado em 2015, o que não aconteceu. O mandato foi estendido ilegalmente até 2016. Na sequência desse raciocínio, o segundo mandato iniciando-se em 2015, como seria o correto, teria seu término em 2018. Portanto, temos aí 2 anos de mandatos ilegais, cujos atos praticados pela presidência nesse período podem ser juridicamente contestados na Justiça Comum. As eleições, portanto, deveriam ter ocorrido em 2018 e não em 2020”, completa o documento.
Não prestação de contas
“Além dessa ilegalidade, nessas duas gestões a atual diretoria não submeteu a prestação de contas ao Conselho Fiscal, que, portanto, foi omisso, e nem à Assembleia Geral Ordinária, conforme prevê ata registrada em cartório no dia 8 de junho de 2018. Os feirantes não sabem o que está sendo arrecadado, quem está pagando ou não, porque não há transparência”, ataca Edberto. Segundo o ex-administrador regional, o recebimento das taxas é feito de forma manual “numa caixa de sapatos”, porque a Associação está com suas contas bancárias bloqueadas pela Justiça por causa de dívidas que somam R$ 3 milhões, com Caesb, CEB, TV Record e outros fornecedores.
Cristiano nega irregularidades e diz que Edberto está sendo instrumento da oposição
“O ex-administrador Edberto Silva está sendo usado por um pequeno grupo apenas com interesses eleitoreiros. Esse grupo tenta retomar a associação a qualquer custo, porque não tem o respaldo da maioria dos feirantes. Sequer conseguiu formar uma chapa de oposição à nossa”, contra-ataca o presidente da Associação dos Feirantes da Feira do Guará (Ascofeg), Cristiano Jales, candidato à reeleição.
Cristiano garante que as denúncias não tem fundamento. “A ampliação do mandato foi decidida em assembleia e registrada em cartório. Como a assembleia é soberana, as suas decisões são automaticamente legais. A mudança basta constar no Regimento Interno e desde que seja registrada”, explica o atual presidente. Em relação à prestação de contas, ele garante que falta apenas a de 2019, que deveria ter sido submetida à assembleia até março de 2020, mas foi suspensa por causa da pandemia que provocou o fechamento da feira por quatro meses. “Mas todos os balancetes e contas estão à disposição de quem quiser consultar, inclusive no dia da votação”, afirma Cristiano.
Para Cristiano, as denúncias tem o único objetivo de tentar evitar a sua candidatura à reeleição. “Por que apareceram somente agora, às vésperas da eleição?”. Ele acusa também o grupo opositor de forjar uma chapa cujo candidato à presidência da associação, Tiago Alberto Meireles, sequer mora no DF. “Basta acessar o Facebook dele para comprovar que ele mora em Caldas Novas. Ninguém o conhece aqui na Feira. Além disso, a banca em nome dele está alugada e na verdade pertence ao pai de criação dele. Não por coincidência, o vice dele é o ex-presidente da Associação, Kleber Nunes, que seria o presidente de fato caso a chapa fosse eleita”, ataca Cristiano. Segundo o atual presidente, a chapa opositora só teria conseguido a adesão de seis feirantes para a Diretoria e nenhuma para o Conselho Fiscal.