Preso um dos esquartejadores de morador do Guará

Jadson Santos dos Santos

Um dos indiciados no esquartejamento de Anderson Rocha Alves, 35 anos, morador da QE 28, em julho de 2020,  Jadson Santos dos Santos foi preso na manhã desta quarta-feira, 20 de janeiro,  por agentes da 4ª Delegacia de Polícia (Guará) em casa, na QE 36, conjunto H, casa 2, do Guará II, a poucos metros do 4º Batalhão da Polícia Militar.

Jadson estava foragido desde o crime do ano passado, quando teve mandado de prisão preventiva expedido por associação para o tráfico de drogas e por homicídio.

O crime chocou a população guaraense pelos requintes de crueldade. Depois de ser torturado, Anderson foi morto e depois esquartejado e partes do corpo foram jogadas na rede de esgotos que passa dentro do parque até chegar ao Centro de Tratamento da Caesb, às margens do Lago Sul, nas proximidades da Unieuro. O crime teria sido cometido, de acordo com as investigações da polícia, por causa de um acerto de contas de venda de drogas. Anderson teria adquirido droga da quadrilha comandada pelo traficante conhecido como “Mancha” e pago com notas falsas. A venda acontecia dentro do Parque Ezechias Heringer, o Parque do Guará, no local conhecido como “Biqueira”, nas proximidades da QE 9 do Guará I.

Assim que descobriram que o dinheiro era falso, a quadrilha resolveu torturar e executar Anderson.  Foragido, Jadson  foi reconhecido por uma vítima de roubo praticado por ele na semana passada.

A vítima Anderson Rocha Alves
Onde e como foi o crime

Investigadores da 4ª Delegacia de Polícia do Guará descobriram que o crime foi cometido dentro do Parque do Guará, na biqueira, onde existe uma nascente de água cristalina e onde acontece um frenético comércio e uso de drogas. A execução de Anderson ocorreu entre os dias 19 e 20 de junho e teria sido cometido pelo grupo comandado pelo traficante conhecido como “Mancha”, que comandava o tráfico de drogas na biqueira.

Da época do crime para cá, foram presos três suspeitos em Santa Maria, Recanto das Emas e Guará, mas, com a prisão de Jadson, quatro envolvidos no crime continuam foragidos, inclusive o líder Mancha.

Como a polícia descobriu

Como as partes do corpo foram encontradas na Asa Sul, o caso foi inicialmente registrado na 1ª Delegacia de Polícia, mas, assim que tomaram conhecimento do achado, policiais da 4ª Delegacia de Polícia do Guará suspeitaram tratar-se de Anderson, que havia dado como desaparecido pela família uma semana antes. A suspeita foi confirmada pelo Instituto de Pesquisa de DNA Forense (IPDNA) depois de exame das partes encontradas.
Para confirmar que se tratava de Anderson, foi realizada uma comparação do material genético dele com as amostras de DNA coletadas da mãe. Além dos cinco foragidos, Luis Guarino Couto, que seria um dos alvos da operação desta terça, já havia sido morto durante um assalto a um motorista de aplicativo, no Paranoá.

Biqueira, ponto de drogas

A biqueira é considerado o principal ponto de comércio e uso de drogas no Guará. Consumidores chegam a dormir lá por dias em barracas de camping consumindo drogas, mas a polícia pouco pode fazer se o consumo for considerado dentro dos limites permitidos pelo Artigo 28 da Lei 11343/2006, que diz: “Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: I – advertência sobre os efeitos das drogas; II – prestação de serviços à comunidade”. Como sabem disso, os consumidores se limitam a portar o limite para evitar o flagrante e a prisão.

Mesmo foragido, a polícia suspeita que Mancha ainda comanda o tráfico de drogas na biqueira.