Antes da construção do Hospital da Região Centro-Sul, obra prevista para ser iniciada em 2021, a cidade deve receber uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), Porte III (mínimo de 15 leitos de observação. Capacidade de atendimento médio de 350 pacientes por dia. População na área de abrangência de 200 mil a 300 mil habitantes.). A proposta foi apresentada pelo deputado distrital Rodrigo Delmasso (Republicanos) à Secretaria de Saúde e ao Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (Iges-DF) e à Administração Regional do Guará em reunião virtual nesta quarta-feira, 3 de fevereiro. O próprio deputado se prontificou a apresentar emenda parlamentar para viabilizar a instalação da Upa na cidade, que custa em torno de R$ 7 milhões já toda equipada. Ele negocia também com o deputado federal Júlio César, seu colega de partido na Câmara dos Deputados, a destinação de outra emenda parlamentar no Orçamento da União para completar o custo da obra.
A Upa, do Porte III 3, deve ser construída no terreno onde funciona atualmente a Regional de Ensino do Guará, na entrada da QE 38, a antiga “escola de lata”. O terreno vai ficar vago com a transferência da Regional para uma nova sede, que será construída na QI 23 do Guará II, em frente à estação Metrô Guará, no lote que pertencia à Caesb. A Upa iria complementar o atendimento do Hospital Regional do Guará e do futuro Hospital Centro-Sul ao fazer os atendimentos de emergência e encaminhamento ao hospital correspondente ao tratamento pedido e conforme o grau de complexidade.
Delmasso afirma que resolveu tomar a iniciativa de propor a construção da Upa no Guará depois de receber denúncia de um paciente que estaria há bastante tempo aguardando atendimento na Upa do Núcleo Bandeirante. “Ao chegar lá, percebi uma sobrecarga na unidade de saúde e que muitos pacientes eram oriundos do Guará. Apesar da organização, muitas pessoas estavam aguardando atendimento. Quando eu fui achei que estavam faltando médicos. Entrei e vi que havia uma superlotação, apesar da equipe completa, com todos os insumos, mas superlotado”.
Durante a reunião virtual com os representantes do governo, o diretor-presidente do Iges-DF, Paulo Ricardo Silva, explicou que, com a equipe do Instituto, estão conseguindo dar respostas às demandas. “Ainda não temos resultados como gostaríamos, mas estamos no caminho. É muito bom contarmos com a parceria do deputado Delmasso e de outros parlamentares que queiram contribuir com a melhoria da saúde pública”, afirmou.
Falta de estrutura no Hospital do Guará
Para Rodrigo Delmasso, a falta de estrutura adequada do Hospital do Guará para atender a comunidade é um dos motivos de superlotação da UPA do Núcleo Bandeirante, a mais próxima. Após ouvir a explicação dos representantes da Secretaria de Saúde e do Iges, o parlamentar sugeriu também a ampliação do Hospital Regional do Guará e colocá-lo sob a gestão do instituto. Jair Tabchoury Filho, diretor de Atenção à Saúde do Iges, concordou que uma solução viável é a ampliação do Hospital do Guará. “Hoje o HRGu não tem a estrutura adequada para a região e a solução seria a ampliação de suas instalações”, completou.
Recentemente, Delmasso destinou R$ 1 milhão, via PDPAS (Programa de Descentralização Progressiva de Ações da Saúde), para fazer pequenos reparos em todas as unidades de saúde do Guará. “Mas ainda é preciso fazer muito pela saúde da população da cidade. A ampliação do Hospital com a transição de gestão para o Iges e a construção de uma UPA vão ampliar este atendimento. A nossa meta seria realizar a licitação e a construção em 2022. Enquanto isso, vamos levantando recursos e acertando os detalhes”, afirmou o parlamentar.
O QUE É UMA UPA
A UPA (Unidade Pronto Atendimento) funciona 24 horas por dia, sete dias por semana e poder resolver grande parte das urgências e emergências, como pressão e febre alta, fraturas, cortes, infarto e derrame. Com isso, ajudam a diminuir as filas nos prontos-socorros dos hospitais. A UPA oferece estrutura simplificada, com raio-X, eletrocardiografia, pediatria, laboratório de exames e leitos de observação. Nas localidades que contam com UPA, 97% dos casos são solucionados na própria unidade. Quando o usuário chega, os médicos prestam socorro, controlam o problema e detalham o diagnóstico. Eles analisam se é necessário encaminhar a um hospital ou mantê-lo em observação por 24 horas.
Hospital Centro-Sul fica para 2022
A bancada do Distrito Federal no Congresso Nacional – oito deputados federais e três senadores – não quis destinar no Orçamento da União para 2021 emenda parlamentar no valor de R$ 20 milhões para o início das obras do Hospital Centro-Sul, que está previsto para ser construído no Guará. Nem o senador Izalci Lucas, criado na cidade, atendeu aos apelos do deputado Rodrigo Delmasso para a inclusão da emenda, que representaria apenas 13% do valor total previsto da obra, orçada em R$ 160 milhões.
A proposta de Delmasso era contar com essa verba para iniciar a obra em 2021, que está com o projeto técnico concluído, enquanto o Governo do DF buscaria os recursos restantes necessários, ou no próprio caixa do governo e da União, ou de financiamento externo.
Mas o deputado guaraense não desistiu da empreitada e agora vai tentar convencer o governador Ibaneis a usar parte dos recursos arrecadados com o Refis (refinanciamento de dívidas com o GDF) para não deixar mais atrasar o projeto.
Como será o hospital
Com 365 leitos, uma central de diagnóstico, um laboratório completo e duas unidades de UTI, o futuro Hospital Regional da Região Centro-Sul, que deverá ser construído na QE 23 do Guará II, será o de maior capacidade e o mais bem equipamento do Distrito Federal entre os hospitais públicos. Em dimensão e capacidade de atendimento, vai superar o Hospital de Base e o Hospital da Asa Norte (HRAN).
O novo hospital deve começar a ser erguido no primeiro semestre de 2022 com previsão de ser entregue em 2024. Nesta quarta-feira, 11 de novembro, uma reunião entre o secretário de Saúde, Onsei Okumoto, o vice-presidente da Câmara Legislativa, Rodrigo Delmasso, a administradora regional do Guará, Luciane Quintana, e técnicos da Novacap definiu os últimos ajustes do projeto.
Embora já tenha sido anunciado oficialmente pelo governador Ibaneis Rocha como uma das prioridades do seu governo, não está definida ainda a origem dos recursos, que podem vir de um financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) como do Orçamento da União com a contrapartida do GDF. O custo total está previsto inicialmente em R$ 390 milhões, sendo R$ 160 milhões para a construção e outros R$ 230 milhões para os equipamentos e formação do quadro técnico e de apoio.