Há alguns dias, a Secretaria de Desenvolvimento Social acompanha uma pessoa que estava há cerca de uma semana com desorientação mental e pernoitando em uma parada de ônibus no Guará II. Trata-se da paraense Valdete Teixeira, de 49 anos, que teve apoio da equipe de abordagem e foi encaminhada para acolhimento na Casa Flor, em Taguatinga Sul.
No local, destinado exclusivamente a mulheres, a transexual relatou sua história de vida e disse que busca contato com a mãe, Adolar Paiva. Segundo a acolhida, sua mãe se encontra, provavelmente, em algum lugar próximo a Belém (PA). “Mãe, eu estou em Brasília e quero te achar”, enfatiza Valdete.
Hospedada em um dos quartos exclusivos para transexuais na Casa Flor, ela é acompanhada pela equipe de especialistas da unidade, composta por assistentes sociais e psicólogos. “Conseguimos perceber que, aparentemente, a desorientação mental ocorre em virtude das fragilidades vivenciadas nas ruas”, conta a gerente do Serviço de Acolhimento para Mulheres, Alamarque Bernardes.
De acordo com a especialista, a partir de agora, a equipe vai buscar familiares e tentar a reinserção de Valdete no convívio do lar. “Nem sempre é possível voltar à família, mas tentamos a volta à comunidade”, conta Alamarque. “Qualquer pessoa, quando sai de casa, tem dificuldades para retornar. Então, às vezes, não é o caso de tentar recolocá-la nesse núcleo, mas em algum próximo”.
Ainda de acordo com a assistente, isso pode ocorrer por meio de um auxílio-aluguel e com a concessão de algum benefício que garanta a subsistência temporária da pessoa até que ela alcance a autonomia necessária para prover os próprios recursos.