Arte, tecnologia e expressões criativas como meio para discutir temas que envolvem saúde mental. Essa foi a proposta do projeto The Art of Living – em livre tradução “A arte de viver”.
Por meio de parceria com escolas de Gana e dos Estados Unidos, 40 estudantes brasileiros dos centros interescolares de línguas (CILs) de Sobradinho, Taguatinga e Guará viveram uma experiência que eles mesmos descrevem como incrível: aulas ministradas em inglês com professores e estudantes dos três países para incentivar de forma lúdica a responsabilidade social, conexões entre culturas e pensamento crítico.
Segundo a coordenadora intermediária do CIL do Guará, Ana Cristina Chaves, no decorrer dos encontros, ficou claro que nos três países os jovens participantes têm os mesmos anseios, medos, dificuldades e sonhos.
“A autoestima de todos também foi bem elevada, pois se sentiram capazes de se expressar com pessoas de outros países, se comunicando em inglês”, acrescenta.
Em entrevista para o canal FOX 5 de Washington DC (EUA), a professora americana Brittany Ann Dimyan, idealizadora do projeto, confirmou a experiência: “Durante a pandemia, os estudantes dos três países demonstraram dificuldades, anseios e medos comuns a todos. Eles se sentiram acolhidos pelo projeto e entenderam que não estão sozinhos nesse momento difícil”.
O projeto foi dividido em oito encontros virtuais, sempre às sextas-feiras pela manhã. Na última aula, os estudantes apresentaram os trabalhos finais, utilizando temas e manifestações artísticas discutidas ao longo do projeto.
Distância que aproxima
Gabriel Oliveira, 16 anos, estuda no CIL de Taguatinga e adorou a experiência. O projeto final do estudante abordou um cenário de resiliência e esperança.
“O projeto proporcionou uma atividade diferente para os estudantes, ao fazê-los dialogar com outros falantes de língua inglesa, abordando temas que giram em torno da saúde mental, muito importante nesse período de pandemia. Ao ouvir as histórias, os estudantes começavam a valorizar os temas e se identificar com os relatos. Eles também tinham contato com lições de vida valiosíssimas”, diz Gabriel.
O jovem espera que o trabalho tenha continuidade e está ansioso por uma nova edição. “Espero que esse projeto ocorra novamente; creio que todos que participaram gostaram muito e não tenho dúvidas de que essa experiência mudou a vida deles, assim como mudou a minha”, reforça.
Emoção dos professores participantes
“Com o fim do projeto, do qual fomos piloto, fica a sensação de dever cumprido, gostinho de quero mais e orgulho por ver como aprender uma língua estrangeira é libertador, transformador e promissor. Todos fomos presenteados com esse projeto e criamos vínculos muito fortes”, conta Sandra Araújo, professora do CIL Taguatinga.
Já o professor Tibyriçá Valle, do CIL Sobradinho, fala sobre a sensação de ver os estudantes se conectarem ao mundo por intermédio de uma língua estrangeira: “Isso nos mostra o quanto nossos professores se dedicam e se esforçam para que nossos estudantes sejam capazes de expressar seus sentimentos e conhecimentos usando o idioma que escolheram estudar”.
A professora Rita Andrade, do CIL Guará, também se mostra realizada. “Me emocionei várias vezes com as partilhas deles, tanto sobre como eles estão vencendo suas barreiras e medos quanto em como os CILs fazem parte nessa formação de cidadãos para o mundo”, destaca.
* Com informações da Secretaria de Educação