A temporada dos ipês começou e Brasília se destaca como uma das cidades brasileiras com o maior número de ipês por habitante. Segundo o governo do Distrito Federal, existem cerca de 230 mil árvores da espécie plantadas por aqui. E é na exuberância dos ipês que o artesão Aurélio Prado, morador do Guará II, foi buscar inspiração para os bordados que faz – aliás, bordados que já encantaram clientes de dentro e de fora do país.
“Nunca imaginei chegar tão longe, até porque, nem imaginei que algum dia pudesse ser capaz de bordar”, conta Aurélio Prado, bordadeiro de mão cheia, como se dizia antigamente. No Instagram há pouco mais de três anos, a marca Marias Bordadeiras (@bordadeirasmarias), criada por ele, e que já contabiliza mais de 42 mil seguidores, celebra o sucesso das mais de mil peças produzidas, entre elas as que saíram do DF e embarcaram para outros destinos nas Américas, Europa e Oceania.
Inglaterra, Canadá, Alemanha, Austrália, Espanha e, por último, a França, são países onde várias Marias, como Prado chama os quadros que borda, estão morando agora. “Quando eu sonhei que tinha essa marca, eu não sabia bordar, mas decidi que queria fazer algo diferente, que pudesse envolver outras pessoas e divulgar, de alguma forma, o nosso cerrado”, explica o artesão que, literalmente, sonhou que sabia bordar.
Ele traz tatuado no braço o primeiro desenho que bordou e, agora, celebra o reconhecimento da marca materializado pelo carinho dos seguidores e, também, de parceiros comerciais importantes como a Karsten Ateliê, o Armarinho Tricota Crocheta e a fábrica de bastidores Pedro Artefatos de Madeira.
Quem são as Marias? Como Prado diz, cada Maria é única e feita especialmente para cada cliente. “Isso mesmo, chamo os quadros de Marias porque são bordados manuais e produzidos sob medida, com design único, exatamente como o cliente imaginou. É por isso que faço questão de dizer: cada Maria tem uma história diferente para contar, um DNA que é só dela, que não se repete. Cada uma vai carregada de sentimentos como amor, amizade, saudade… e tudo mais que você quiser passar para alguém ou registrar para si”, explica.
Ah, e vale dizer que o artesão trabalha sozinho. Isso mesmo! Apesar de ter um nome feminino e plural, as Marias Bordadeiras materializam o trabalho de Prado, que atua sem a ajuda de outras pessoas. “Quem são as Marias? São as nossas ancestrais. E quando digo ‘nossas’, me refiro às mulheres com esse nome que existem em todas as famílias brasileiras e que bordam ou já bordaram. É um jeito de homenagear todas as pessoas que passaram uma vida bordando, criaram filhos e prosperaram usando essa arte milenar”, enfatiza o bordadeiro, como ele mesmo se autointitula.
Ipês para todos os gostos: Embora tenha um repertório bastante variado de pontos e Marias já bordadas, que pode ser visto no perfil da marca, no Instagram, o carro-chefe são os ipês. “A exuberância do ipê amarelo sempre chama a atenção, assim como a realeza do branco e o romantismo do rosa e do roxo. Tem até ipê colorido para quem não quer ter que decidir entre um e outro. Além de incríveis, os ipês são, na minha opinião, ‘seres’ que nos ensinam muito, especialmente a resiliência, pois na época mais quente e seca do ano, é quando eles explodem para nos mostrar que a gente pode esperar uma manhã melhor, sempre”.
SAIBA MAIS
Quer saber mais sobre as Marias? Acesse:
Site: www.mariasbordadeiras.com.br
Instagram: @bordadeirasmarias
E se quiser falar com o Aurélio, basta ligar: 61 98221-0321.