O guaraense Mano Dáblio (William Tomaz) é sujeito de pensamento inquieto, com foco na poesia, música, acessibilidade, graffiti e outros segmentos artísticos culturais. Aos 35 anos, o poeta, ator, intérprete, letrista, transformista e ritmizador venceu o Prêmio Profissionais da Música em sua categoria.
Produtor independente, segue carreira solo na música rap, onde foi pioneiro com Brachiaria e Abra-te, ambos videoclipes de rap em Língua Brasileira de Sinais – Libras, tendo Libras como parte criativa da obra e não como recurso de acessibilidade. Desde 2018 tem ganhado projeção no cenário nacional, tanto pelas poesias faladas no Slam (campeonato de poesias faladas) quanto no Rap/ Hip Hop. Sua marca registrada são suas letras fortes que provocam e trazem um convite a pensar o cotidiano do povo brasileiro.
O artista acredita que a convivência com a diversidade é a chave da inclusão e possibilidade concreta da construção de uma ponte para um mundo melhor. Onde a cena no geral seja mais ampla, equânime, respeitosa e diversa. Pensando nisso criou o projeto “Imaterial”, que reúne artistas das periferias do Distrito Federal e Entorno para evidenciar a força do rap periférico e da poesia marginal como resistência na cena brasiliense, dando espaço para o protagonismo feminino e outros segmentos minorizados, além da sustentabilidade. Em 2022 o artista planeja dar continuidade ao projeto com pelo menos mais quatro edições.
Prêmio Profissionais da Música
Depois de cinco dias cinco dias de evento e quase dois anos de expectativa por sua realização, o Prêmio Profissionais da Música (PPM), uma das mais abrangentes premiações do setor musical do Brasil, revelou seus destaques em 105 categorias subdividas nos módulos Criação, Produção e Convergência. A grande diversidade se explica pela importância dada não apenas àqueles que sobem ao palco, mas a todos que fazem a engrenagem do mercado da música girar. Em 2021, 100% digital devido à pandemia, o PPM teve como slogan “Do Analógico ao Digital, Viva o Direito Autoral”, e recebeu centenas de pessoas que prestigiam sua vasta programação, coroada por duas noites de premiação.
“Apesar de todos os desafios, esta foi a maior das edições do PPM, pois conseguimos expandir nacionalmente e avançar internacionalmente. E isso de forma inclusiva, transparente e horizontal, com vasta programação gratuita, atrações de todas as regiões do Brasil e também de outros países, unindo jovens e veteranos em torno do assunto que toca a todos: a música”, avalia Gustavo Vasconcellos, idealizador do PPM.
Além da revelação dos vencedores, as noites de premiação tiveram como ponto alto as homenagens feitas à cantora Cássia Eller, à instrumentista e professora Odette Ernest Dias e à jornalista Patricia Palumbo. Enquanto a programação de atividades digitais aconteceu através da plataforma Sympla, as cerimônias foram transmitidas direto de um auditório do estádio Mané Garrincha, num cenário que envolveu muita tecnologia, beleza e emoção. Foram três atrações musicais para reverenciar as homenageadas. Para Odette, um duo de flauta e violão com Sergio Morais e Jaime Ernest Dias. Para Patrícia, a jovem cantora e compositora Amanda Maia apresentou em primeira mão “Chuva de Arroz”, canção produzida pelo LAB PPM, uma das ações do evento. E, para Cássia, Janette Dornellas e o violonista André Dias em uma comovente interpretação de “Por Enquanto”.
Representando 19 estados brasileiros e o Distrito Federal, concorreram 482 finalistas inscritos (destes, 55 do DF) e 20 indicados. Contando os empates, serão 121 troféus “A Parada da Música”, remetidos via Correios ou entregues pessoalmente. O evento também foi prestigiado por profissionais de 14 nacionalidades, presentes em atrações musicais, pineis e lives realizados nas salas temáticas.