Em depoimento divulgado nas redes sociais, ele enaltece as qualidades da avó e pede ajuda para encontrar o assassino
Uma comovente declaração de amor à avó e de revolta pelo crime, publicada nas redes sociais pelo neto André Neves nessa terça-feira, aumentou mais ainda a comoção da comunidade pela morte de Geralda Cândida Santos Nascimento, 79 anos, enforcada com um fio de extensão elétrica, nesta segunda-feira, 6 de dezembro, à tarde, na casa dela no Conjunto “A” da QE 30.
Na carta, o neto lamenta não ter aproveitado mais a presença da avó, considerada por ele como “Uma mulher guerreira, batalhadora, e de um coração de uma forma inexplicável”; “Uma mãe exemplar e a melhor avó do mundo inteiro”, e pede para que ajudem a família a encontrar o assassino, que teve imagens registrados por câmeras de segurança da rua mas que ainda não foi identificado pela polícia.
Criminoso dizia que era marceneiro
O criminoso teria entrada na casa de dona Geraldo depois de se apresentar como marceneiro especializado em reparos de móveis. A família acredita que ela tenha se interessado porque a caixa d`água da casa estaria com defeito. Dentro da casa, ele teria enforcado a idosa com um fio de extensão elétrica e levado o laptop de uma das duas netas, como quem dona Geralda vivia.
De acordo com relato de vizinhos da vítima, o homem estaria desde a manhã batendo de porta em porta da quadra oferecendo seus serviços. Uma doméstica, que não quer se identificar, conta o suposto marceneiro teria batido na porta da casa onde trabalha, dizendo que precisaria entrar para fazer um serviço que os filhos da patroa dela, que tem 80 anos, teriam contratado. Com a negativa dela, o homem chegou a forçar o portão, mas não conseguiu entrar. “Minha patroa tem mais de 80 anos e poderia ter sido vítima também. Ele só desistiu depois que viu um pintor que estava trabalhando dentro da nossa casa”, conta.
A polícia continua à caça do criminoso, com base nos vídeos das câmaras de segurança, mas pede que, se alguém sabe quem é ou chegar a vê-lo, basta ligar para o fone 197.
A carta do neto:
“Dona Geralda Cândida Santos do Nascimento, uma mulher guerreira, batalhadora, e de um coração de uma forma inexplicável. Uma mulher que nunca fez mal a ninguém, sempre ajudou ao próximo. Sempre foi de muita FÉ! Mas, infelizmente um verme tirou a vida da anciã da minha família por nada, sobe um ódio, um desejo de vingança, mas tenho que ser racional ao ponto de não fazer besteira.
Desculpe por não ter aproveitado melhor sua presença em minha vida. Dói saber que nunca mais poderei comer sua comida, rir com a senhora […] Vó, você sempre foi tão querida que Deus quis te levar para perto dele só para sentir todo o amor que a senhora sempre transbordou.
Você já cumpriu sua missão aqui, pois foi uma mãe exemplar e a melhor avó do mundo inteiro. Toda a família sentirá muito sua falta, mas sabemos que você estará melhor ao lado de Deus. Vou guardar nossas lembranças para sempre e quando eu tiver os meus netos, contarei histórias sobre a senhora. Eu te amo dona Geralda”.