A transição entre os segmentos sempre é motivo de preocupação para os responsáveis e para os próprios alunos. São muitas mudanças que acontecem em um curto intervalo de tempo, sobretudo quando as crianças saem do ensino fundamental anos iniciais e vão para o fundamental anos finais e, ao migrarem da educação infantil rumo ao fundamental anos iniciais. No intuito de reduzir esse hiato entre as fases escolares, alguns colégios já estão atentos e realizam trabalhos com os estudantes e com os seus responsáveis.
Uma das escolas que está engajada em um processo de transição eficaz é o Elite Guará. Por lá, foi criado o Projeto ELO. Segundo Glaucia Sobral, coordenadora dos segmentos Ensino Fundamental Anos Iniciais e Educação Infantil, cada fase escolar possui as suas particularidades e algumas lacunas eram percebidas quando os alunos mudavam de segmento. “Os estudantes chegavam nas séries de transição sem serem devidamente acolhidos por ações que os preparassem para os novos desafios. Por isso, criamos o ELO. O projeto antecipa ações dentro da zona de conforto das crianças, além de estimular e mostrar tudo que virá de novo no próximo ano e as permanências que existirão. Quando há diálogo e vivências assistidas, a transição é suave e segura”, afirma Glaucia.
Acolhimento e preparação
Os alunos ficam curiosos e se sentem confortáveis para exporem seus sentimentos em relação ao futuro. A partir das vivências promovidas pelo Elite, eles entendem que existe um movimento de mudanças, mas com acolhimento e preparação. Os responsáveis também estão incluídos na engrenagem. “Por meio de comunicados, ficam sabendo quais ações estão sendo experimentadas e são convidados a apresentarem seus anseios junto à equipe pedagógica. Os filhos chegam em casa repletos de novidades. Esse diálogo é enriquecedor, pois os estudantes começam a mencionar as suas descobertas sobre o ano seguinte”, destaca a coordenadora.
Durante o Projeto ELO, os estudantes que mudarão de segmento já têm contato com seus futuros colegas, lancham e jogam juntos em dias específicos. A integração não ocorre somente em momentos livres. Eles montam caixas de perguntas com dúvidas e os alunos do ano seguinte são convidados a irem às salas para responderem e conversarem. “Temos aulas com os professores das séries acima, a fim de que os jovens já tenham contato com novos profissionais e entendam que cada professor possui seu jeito de ensinar e acolher a turma e que essas novas experiências serão muito boas para o seu desenvolvimento. Ter contato com os materiais, espaços e profissionais do próximo ano é primordial para perceberem o que será semelhante e o que será diferente”, diz Glaucia.
No universo da Educação Infantil, a mudança de campos de experiência para disciplinas é radical. Na transição entre Fundamental Anos Iniciais e Finais, as disciplinas são semelhantes, a diferença está na alteração e na rotatividade de profissionais que irão ministrar as aulas. Antes a criança possuía professores que a acompanhava em quase todas as disciplinas e criavam-se laços de afetividade e confiança. Depois, ela precisa desenvolver isso com um grupo muito maior.
Pedro Henrique Oliveira, do quinto ano do Elite, destaca a relevância do processo de transição no colégio. “Eu e meus amigos pudemos conhecer nosso próximo segmento e ficamos bastante contentes. Já vimos as salas e os professores do sexto ano”.
Mudança de escola
Os responsáveis que pensam em mudança de escola precisam conhecer a proposta pedagógica que irá direcionar o aprender do jovem. Se viável, esteja com o seu filho na hora de visitar a nova instituição de ensino, converse com a equipe de coordenação e de direção, alinhe expectativas e faça perguntas. Nesse encontro, estreite laços de confiança para que, ao comunicar ao aluno sobre uma nova escola em sua vida, ele se sinta seguro com a escolha dos seus pais. Se possível, agende uma nova visita e leve o filho.
“Sempre use palavras positivas ao descrever o novo ambiente e indique o que será benéfico nessa mudança. Mostre o quanto é interessante crescer e mudar de fase, assim como nos jogos. Ao sentir algum desconforto em relação a alguma atividade, busque orientar-se pela escola. Assim, poderá entender qual foi o intuito da proposta desenvolvida. A instituição precisa estar aberta aos responsáveis”, orienta Glaucia.
Quando o responsável se interessa pela rotina escolar, é muito mais fácil que o estudante participe com mais desenvoltura, sem medo e com muito mais autonomia. “Uma dica valiosa: precisamos preparar nossas crianças. Elas devem ter protagonismo no aprendizado repleto de descobertas em cada etapa. Fazer parte desse crescimento e acompanhar cada mudança é encorajar e mostrar que se importa, mas que o percurso deve ser percorrido pelo aluno. Os responsáveis são parte desse caminho, mas não o meio”, finaliza a coordenadora do Elite.