Dos sete identificados pelo espancamento e morte de Daniel Júnio Rodrigues Freitas, 24 anos, em outubro do ano passado, os quatro que estavam foragidos foram presos nesta quarta-feira, 26 de janeiro, por policiais da 4ª Delegacia de Polícia do Guará. Três haviam sido presos um mês após o crime, L.A.A. (44 anos), K.S.S. (19 anos) e G.S.A (20 anos). Agora foram presos L.A.S.M (20 anos); J.M.O (20 anos); P.H.N.S (20 anos) e G.S.C (23 anos). Eles são acusados pela prática de homicídio qualificado por motivo fútil e impossibilidade de defesa da vítima, incursos no Artigo 121, parágrafo 2º, II e IV do Código Penal e podem pegar de 12 a 30 anos de prisão.
Como foi o crime
Uma briga no Polo de Moda na madrugada do dia 10 de outubro, domingo, terminou com a morte de Daniel Júnio, que, após ser agredido, caiu, bateu a cabeça no asfalto, continuou sendo agredido por sete rapazes, e morreu com traumatismo craniano.
A discussão entre Daniel Rodrigues dos Santos, 24 anos, e um grupo de rapazes teria começado dentro de um bar nas proximidades da sorveteria Nosso Sabor por causa de um esbarrão. Depois que foi expulso do bar pelo dono do estabelecimento, o grupo ficou do lado de fora aguardando a saída de Daniel. Ao perceber que estava em desvantagem, ele tentou correr, tropeçou e bateu a cabeça no asfalto. Inerte, passou a ser chutado pelo grupo.
Depois de sofrer as agressões, Daniel Junior Rodrigues Freitas, 24 anos, chegou a ser socorrido e reanimado por paramédicos do Corpo de Bombeiros, mas morreu ao dar entrada no Hospital de Base. Um vídeo mostrando as agressões viralizou nas redes sociais e foi notícia em veículos nacionais de imprensa. Pelo vídeo, gravado por um morador, vê-se que as agressões somente foram interrompidas depois do som de tiros, o que provocou a dispersão dos agressores.
De acordo com investigações da 4ª Delegacia de Polícia do Guará, a agressão aconteceu depois de uma briga entre dois grupos, mas sem motivos anteriores. “Dois rapazes se esbarraram dentro do bar, começou a discussão e um dos grupos foi retirado, mas aguardou o outro do lado de fora. Os grupos não se conheciam e nem tinham rivalidade”, esclarece o delegado Anderson Espíndola, titular da 4ª DP.
Policial tentou evitar
Ao perceber as agressões, o policial militar aposentado Sidney Sebastião da Silva, 53 anos, que lanchava na praça da Moda com o filho, disparou algumas vezes para o alto para dispersar os agressores.
“No começo, achei que estavam curtindo. É comum ver jovens brigando aqui no Polo de Moda. Depois que percebi que o grupo estava espancando um rapaz, eu me levantei e agi”, conta o policial, que disparou os tiros para o alto. Antes de atirar, Sidney afirma que tentou apartar a briga, mas não conseguiu. “Algumas garotas aplaudiam os agressores e gritavam ‘Bate! Bate! Espanca!’ Quando o rapaz caiu, os outros o viraram para continuar batendo”, conta o policial. Segundo ele, algumas pessoas que estavam no bar e nos quiosques nas proximidades não esboçaram reação e nem tentaram ajudá-lo a apartar a briga, e só foram para o local do espancamento depois que a vítima estava inerte no chão.
A falta de reação de quem presenciou a briga deve ter acontecido porque o fato é recorrente no Polo de Moda. Dos cinco homicídios no Guará de janeiro até aqui, três foram na quadra – outro aconteceu na QE 7 e um feminicídio foi no setor Lúcio Costa. Nesse período aconteceram duas tentativas de homicídio no Polo, o último em julho, quando o dono de uma distribuidora na quadra recebeu vários tiros, mas sobreviveu.
Daniel, que comemorava o aniversário no bar com amigos, tinha um histórico de roubos e agressões, a maioria praticada no Polo de Moda, e estava com um mandado de prisão em aberto.