ANDRÉ KUBITSCHEK – Para manter o legado do bisavô, criador de Brasília

Mais de 60 anos se passaram da última eleição vencida por Juscelino Kubitschek – em 4 de junho de 1961, ele venceu o pleito suplementar de senador por Goiás, após a renúncia de Taciano Melo e de seu suplente, Sócrates Diniz, ambos do PSD, mesmo partido de JK. A filha dele, Márcia Kubitschek, seria deputada federal em 1986, atuando como constituinte. Em 1990, foi eleita vice-governadora na chapa de Joaquim Roriz. Agora, 32 anos depois, um novo Kubitschek volta às urnas. Aos 29 anos, André Octávio Kubitschek Barbará Alves Pereira, ou simplesmente André Kubitschek, retoma o caminho político traçado principalmente pelo bisavô, pela avó e por seu pai, Paulo Octávio, candidato ao GDF nas eleições deste ano, duas vezes deputado federal, senador e vice-governador.
André Kubitschek se vê preparado para disputar a concorrida eleição deste ano e conquistar uma das oito vagas para deputado federal. Para chegar lá, tem à frente um caminho complexo. Para que um deputado federal seja eleito, sua legenda precisa alcançar pelo menos 180 mil votos. Neste sentido, ele vem usando o novo e o tradicional nas eleições, somando as estratégias digitais e com a velha e boa sola de sapato, como se fazia no tempo de seu bisavô. Todos os dias, André Kubitschek vem visitando as cidades do Distrito Federal. “Conhecer as demandas das pessoas é fundamental para se elaborar um plano de atuação. Não é o que eu quero para a população. É o que a população quer de um deputado”, avalia. “A política é a forma de mudar a vida das pessoas. Por isso, quem gosta de política deve vivê-la. Aprendi que quem não gosta de política acaba sendo governado por quem gosta. Então, decidi dar este passo por querer trazer um caminho novo e realizar mudanças importantes no DF e no Brasil”

Emprego, esporte e educação

Foi assim que traçou um plano em para nortear seu destino político, com ênfase em emprego, educação e esporte. Ex-atleta, André Kubitschek enxerga no esporte uma saída lógica para os jovens. “Esporte é disciplina. Impede que a pessoa dê passos errados, exige concentração, descanso e mente focada. É mais difícil que um atleta caia no mundo da bebida exagerada e das drogas, pois isso vai atrapalhar seu desempenho. E o esporte é o contraturno ideal para a atividade escolar, assim com atividades artísticas”, defende.
Ele também pretende olhar com rigor para o modelo brasileiro de educação e ensino. “Professor tem de ser uma das carreiras de estado. Precisamos deles e começamos com eles. Por que estão fora deste olhar do estado? Por que são muitos? O Brasil arrecada muito e gasta mal, e um dos gastos errados é este, com os péssimos salários pagos aos profissionais da educação. Além disso, esquecemos das escolas profissionalizantes. Por quê? O Brasil tem sérias carências de profissionais técnicos. Está na hora de colocar a educação profissionalizante na pauta da atuação dos congressistas”, acredita.
Em relação ao emprego, reconhece, o trabalho será difícil e em parceria com o próximo ocupante do Palácio do Buriti – que pode ser seu pai, Paulo Octávio. “Brasília tem 257 mil desempregados. No Brasil, milhões de pessoas estão sem alento, sem salário, sem esperança. É preciso mudar isso, desonerando empresas e criando empregos. O melhor programa social é salário no bolso. Não que os demais não sejam importantes, mas eles precisam canalizar seus esforços para devolver os assistidos mais bem qualificados ao mercado. Há vagas, por exemplo, que não são preenchidas por falta de qualificação. Por que não investir nosso? É isso que me incomoda”, afirma.

Experiência empresarial

Herdeiro de nomes politicamente importantes, André Kubitschek, embora jovem, tem vivência empresarial. E com casos de sucesso. Afinal, teve de enfrentar a maior crise do setor hoteleiro em 100 anos. A pandemia da Covid-19, que ceifou milhões de vidas no mundo, transformou o segmento hoteleiro em um deserto.
“A ocupação caiu a 8%, o que gerava uma receita insuficiente para pagar salários, água e luz”, conta. Racionalizou, então, os hotéis. E viu uma saída: a hospedagem de longo prazo. “Muitas pessoas, por suas profissões, precisavam de um lugar para viver fora de casa, ou por morar com pais idosos ou com crianças. Oferecemos a possibilidade de elas estarem em um ambiente seguro e com despesas como aluguel, condomínio, telefonia, luz e TV. A ocupação subiu vertiginosamente”, diz.
Com sucesso empresarial e caminhando na política, sobra pouco tempo para a vida pessoal. “Hoje estou em um relacionamento sério. E o meu relacionamento sério é com Brasília, neste momento”, afirma essa promessa da quarta geração de uma família que já ocupou todos os cargos possíveis na política.