O GDF deu mais um passo para a criação do Setor Habitacional Jóquei, ao lado da Quadra Lúcio Costa, na área que já pertenceu à Região Administrativa do Guará. Nesta terça-feira, 11 de outubro, o Instituto Brasília Ambiental (Ibram) promoveu a audiência pública virtual de apresentação e discussão do Estudo de Impacto Ambiental (EIA/Rima) para parcelamento de solo urbano referente ao licenciamento ambiental da área, uma das últimas etapas legais para a implantação de projetos urbanísticos no Distrito Federal.
Durante a audiência, transmitida ao vivo pelo YouTube, foi apresentada uma exposição técnica do projeto e aberto espaço para a participação de interessados. As audiências públicas servem para colher informações com o objetivo de aprimorar o processo e os estudos para concessão de licenciamento de atividades e empreendimentos que empregam recursos naturais ou que possam causar algum tipo de poluição ou degradação ao meio ambiente.
Como será o Setor Jóquei
Entre a quadra Lúcio Costa e as quadras 1 a 3 de Vicente Pires, e as vias EPTG e Estrutural, vai nascer mais um setor residencial de médio e alto padrão, semelhante à cidade Águas Claras, mas com limites menores de altura das projeções. O Setor Habitacional Jóquei Clube vai ocupar uma área de 252 hectares (cada hectare equivale a 10 mil metros quadrados) e a previsão é que até 52 mil moradores possam ocupar os 17,5 mil apartamentos que devem ser construídos no bairro. Os prédios terão no máximo 12 pavimentos, ou 37,5 metros.
Como parte do complexo habitacional que será implantado na região, o Setor Jóquei terá como vizinho o Setor Quaresmeira, na Região Administrativa do Guará, entre o setor Guará Park e a via EPTG.
Como a mesma propota do Setor Jóquei, o Setor Quaremeira terá os mesmos parâmetros de altura e ocupação do solo. Os dois setores serão apenas verticais, ou seja, sem oferta de casas, com exceção dos equipamentos de serviços – escolas, postos de saúde, de segurança etc.
Área foi quase arrendada
Há quase 30 anos, a direção do Jóquei Clube chegou a negociar a área com os empresários Luis Estevão e Paulo Octávio, que pretendiam construir um grande parque temático no terreno de 300 mil metros quadrados. Mas a Terracap contestou e retomou a área na Justiça
O acordo entre o Jóquei e os dois empresários foi firmado em 1996, conforme reportagem do Jornal do Guará da primeira quinzena de fevereiro daquele ano. Em troca da cessão do terreno, as empresas Saenco Engenharia, de Luiz Estevão, e Principal Construtora, de Paulo Octávio, pagariam ao Jóquei R$ 5 milhões mensalmente, além de construírem uma nova arquibancada para os apreciadores da corrida de cavalo que ainda aconteciam no clube.
Mas o acordo foi vetado pelo então governador do Distrito Federal, Cristovam Buarque. Logo depois, a Terracap entrou na Justiça para a retomada do terreno, que havia sido cedido ao Jóquei pelo ex-presidente Juscelino Kubistchek, e ganhou a causa cinco anos depois. Há três anos, a área do Jóquei deixou de pertencer à Região Administrativa do Guará e foi incorporada à Região de Vicente Pires.