Vítor Pinheiro começou a fazer cinema ainda na escola, no CED 1 do Guará. Ali, um projeto do professor Peterson Paim, o iniciou no universo da produção cinematográfica. “Comecei para participar do evento escolar, mas no mesmo ano surgiu a oportunidade de inscrever os filmes produzidos na escola em uma mostra estudantil que fazia parte do Festival de Brasília. Nesse início eu produzi 10 filmes e 6 deles foram selecionados para esse festival de curtas de estudantes paralelo ao Festival de Brasília. Ter esse êxito foi determinante para optar por essa carreira de produtor. Mas, o difícil era a formação superior em audiovisual, muito caro e para a família não parecia ser algo seguro. Então, em 2017, no último ano que eu participei desse festival estudantil, eu ganhei junto com o prêmio de Melhor Diretor uma bolsa de estudos integral para estudar no curso de Cinema e Mídias Digitais do IESB”, conta o produtor.
Durante a faculdade ele conheceu o colega Herlon Kremer e passaram a realizar diversos projetos juntos, incluindo curtas de ficção, documentários, videoclipes, experimentais. Ambos fascinados em construir narrativas díspares e que fogem do que comumente se produz no Brasil. “Ele é um extremo fã do humor ácido, principalmente das produções do Alan Ball, e também de filmes brasileiros como Janela Aberta e Ilha das Flores. Então ele pensando em uma história que queria contar concebeu o filme Desamor que condensa referências dessas produções e conta a história de Heloísa e Alfonso, um casal de idosos cujo matrimônio não tem mais afeto e carinho, e eles são totalmente inertes. Nessa narrativa vamos acompanhar como o casal soluciona todos os problemas da relação”, explica Vítor.
Agora, o filme de curta metragem Desamor é um dos selecionados da Mostra Brasília do Festival Candango do Cinema Brasileiro. Com uma equipe de oito pessoas e quatro atores, dispondo apenas de recursos próprios, o curta-metragem foi gravado em um apartamento na Asa Sul, e finalizado em 2022 após conseguir os recursos complementares. “O filme é uma produção da Rovit Filmes, e embora o filme tenha sido gravado em 2019 e tenhamos realizado um primeiro corte, ele só foi realmente finalizado em 2022 quando pudemos dedicar mais tempo ao projeto. Alegria extrema e inexplicável, eu comecei no audiovisual participando do Festival de Brasília em uma mostra do ensino médio, agora eu volto anos depois como um profissional da área com um filme que concorre a todos os prêmios”, relata ao produtor.
A exibição acontece no dia 15 de novembro às 18h no Cine Brasília e a expectativa do produtor é “que o público se encante com nossa produção e que a narrativa seja interessante para os presentes”. Paralelamente à produção de curtas, Vitor Pinheiro toca academia do Cinema, um projeto de ação formativa em cinema e audiovisual com cursos totalmente gratuitos ministrados por professores atuantes no mercado. E, também com o parceiro Herlon Kremer, prepara seu próximo curta: A Mula.