Um dos crimes que mais chocou a comunidade guaraense finalmente teve sua conclusão definitiva nesta quarta-feira, 4 de janeiro. O Tribunal do Júri, da Vara Criminal do Fórum do Guará, condenou José Paulo de Andrade, 64 anos, à prisão de 28 anos pelo assassinato da idosa Geralda Cândida, 79 anos, no dia 6 de dezembro de 2021, na casa dela, na QE 30 do Guará II, enforcada com um fio de telefone. Ele havia sido preso em 30 de julho do ano passado na cidade de Ribeirão Preto (SP) por equipes da 4ª Delegacia de Polícia do Guará, depois de quase mais de seis meses de busca e monitoramento. A condenação foi confirmada pelo juiz de Direito Francisco Marcos Batista, do Fórum do Guará.
De acordo como delegado titular da 4ª DP, Anderson Espíndola, equipes da delegacia chegaram a ir quatro vezes ao Rio de Janeiro e São Paulo e várias vezes ao interior de Goiás, principalmente à cidade Acreúna, para tentar prendê-lo, a partir de informações do paradeiro do criminoso. “Nunca deixamos de procurá-lo desde o dia em que tivemos a certeza que ele era o assassino. Sabíamos por onde ele andava, mas faltava o detalhe da localização certa, até que conseguimos”, comemora o delegado.
Vários outros crimes
Foragido da Justiça de São Paulo, onde foi condenado a 12 anos de prisão por uma série de roubos e furtos, José Paulo Trindade, foi identificado por investigadores da 4ª Delegacia de Polícia do Guará como o homem captado pelas câmeras de segurança entrando na casa de Geralda do Nascimento, que foi encontrada morta logo depois com um fio de eletricidade enrolado no pescoço.
O acusado estava foragido da polícia e da justiça de São Paulo desde 2015. Mesmo com extensa folha corrida de crimes, João Paulo Trindade não tinha anotação anterior de homicídio – o de dona Geralda teria sido o primeiro.
Enforcada
Geralda Nascimento foi encontrada morta, com um fio de telefone envolto no pescoço, às 16h do dia 6 de dezembro, por uma das netas com quem morava no Conjunto A da QE 30. De acordo com as imagens das câmeras de segurança da rua, ela teria sido morta por volta de 14h15, quando o homem deixou a casa dela com uma mochila nas costas, possivelmente com o laptop de uma das netas.
Imagens de câmeras de outras quadras recebidas pela 4ª Delegacia de Polícia do Guará mostram que José Paulo tentou entrar em outras casas na QE 36 e depois na QE 32 antes de ser recebido por dona Geralda.
Ele se apresentava nas casas como marceneiro, especializado em pequenas reformas de móveis e pequenos serviços. Antes, ele procurava se informar quem estava em casa. Se fosse criança ou idoso, ele dizia que um parente havia solicitado que ele fosse até lá executar um determinado serviço. Minutos antes de entrar na casa de dona Geralda, ele tentou aplicar o golpe numa empregada doméstica de uma casa vizinha, mas, desconfiada, ela não abriu a porta.
Fuga
A PCDF teve acesso às imagens do ônibus que José Paulo pegou ao sair da QE 30, onde cometeu o latrocínio, e desembarcou na QI 7, no Guará l. Ele tinha um corte na bochecha e na boca, provocado possivelmente por uma luta corporal com a vítima. Outra característica que ajudou na identificação do suspeito é que José Paulo mancava ao andar, em decorrência de uma artrose.
Logo após o crime João pegou um ônibus e fugiu para Planaltina de Goiás, onde uma filha dele mora. Lá, ele trocou de roupa e fugiu. A PCDF apreendeu a camiseta usada por ele durante o latrocínio.