O que estava prometido e o que a cidade não recebeu em 2022

UPA, Complexo Escolar, duplicação da Via Guará-Núcleo Bandeirante e revitalização do Cave deveriam estar com as obras em andamento, mas está tudo parado ainda

O ano de 2022 deveria ter sido o ano de maiores investimentos públicos no Guará, se todas as promessas tivessem sido cumpridas. E não se trata de meras promessas, sem perspectivas de serem atendidas ou de execução a longo prazo, mas de projetos que tinham condições de terem sido iniciados ou executados.
O ano de 2023 deveria ter sido iniciado com as obras de construção da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), porque a licitação para a escolha da empreiteira vem sendo prometida desde maio do ano passado e inexplicavelmente ainda não aconteceu, mesmo com o terreno destinado na QI 23 do Guará II e os recursos previstos no Orçamento do GDF. Mas a promessa continua viva e foi mais uma vez garantida no discurso do governo Ibaneis Rocha durante posse da segunda gestão da secretária de Saúde Luciene Florêncio nesta terça-feira, 3 de janeiro.


Também a duplicação da via Guará – Núcleo Bandeirante deveria ter a contratação da empreiteira homologada, mas o edital de licitação que deveria ter sido aberto no dia 1º de dezembro foi suspenso, porque o Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) fez questionamentos que precisaram ser respondidos pela Secretaria de Infraestrutura e Obras. Como o órgão está de recesso até o final de janeiro, somente a partir de fevereiro é que o edital com as alterações será novamente analisado. Com isso, a obra deve sofrer atraso de até três meses e, se o novo edital for aceito, pode ser iniciada até o meio do ano e ficar pronta até dezembro.
Os moradores poderiam estar acompanhando também o início das obras do novo Complexo Educacional do Guará, previsto para ser construído no Cave, com quatro novas unidades escolares da unidade básica ao ensino médio, para atender cerca de 4 mil alunos. O complexo prevê ainda uma creche, uma escola classe, um centro de ensino fundamental e um centro de ensino educacional. Os recursos, no valor de R$ 38 milhões, foram disponibilizados pelo Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE), do Ministério da Educação desde 2020, mas correm o risco de serem cancelados pelo governo Lula porque o projeto não ficou pronto a tempo de as obras serem empenhadas. A Secretaria de Educação do Distrito Federal alega que não conseguiu concluir o projeto técnico, porque seus técnicos tiveram que priorizar a elaboração do projeto de novas escolas na Estrutural e em outras regiões carentes do Distrito Federal. Com a mudança no governo federal, não dá mais nem para ter esperança na chegada do Complexo, muito menos de seu início em 2023.
Outra obra que deveria ter sido iniciada em 2022 seria a revitalização do Complexo Esportivo e de Lazer do Cave, que deveria ter sido entregue à iniciativa privada, mas o edital para a escolha dos concessionários, previsto para ser aberto no dia 29 de janeiro do ano passado, foi suspenso pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal atendendo a pedido do Conselho de Cultura do Guará, que contestou a inclusão no projeto de terceirização do Teatro de Arena, o que estaria contrariando a Lei Orgânica da Cultura. Quase um ano depois, o TCDF ainda não liberou o projeto, mas o próprio governo resolveu se antecipar, embora não oficialmente, e decidido reduzir o projeto de privatização apenas ao estádio do Cave e ao kartódromo Ayrton Senna, o que vai atrasar o processo em mais de um ano, com perspectiva de ser resolvido ainda em 2023.