CIDADE VAI GANHAR HOSPITAL ORTOPÉDICO

Governo desiste do projeto anterior e aprova unidade específica para atendimento de ortopedia, na orla do Guará II

A senha já havia sido dada pelo governador Ibaneis Rocha no dia 1º de janeiro quando ele anunciou as metas para seu segundo mandato. Durante a entrevista, ele afirmou que seriam construídos três novos hospitais, mais cinco Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e 17 Unidades Básicas de Saúde (UBS) e cinco Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) nas cidades do DF. Entre os três hospitais previstos, um deles seria o hospital ortopédico do Guará.


O que não tinha ficado claro na fala de Ibaneis é se seria um novo hospital além do Complexo Hospitalar da Região Centro-Sul, que vinha sendo anunciado desde 2021, ou se estava havendo mudança no projeto. Esta semana veio a confirmação de que o governo optou pela construção de um hospital ortopédico no Guará e não mais o complexo regional. A mudança no projeto foi aprovada em reunião do Comitê Gestor da Secretaria de Saúde, formado pela secretária de estado, secretários adjuntos e os superintendentes regionais. Ficou decidido que o Hospital Ortopédico do Guará será construído no mesmo terreno previsto para o Hospital da Região Centro-Sul, ocupado pela Unidade Básica de Saúde 2, ao lado da via contorno e em frente às QEs 17 e 19 do Guará II.
Nesta quinta-feira, 16 de março, durante o discurso de retomada do governo após a suspensão determinada pelo ministro do STF, Alexandre de Morais, Ibaneis confirmou o lançamento do Hospital Ortopédico do Guará em abril, junto com o anúncio da construção do Hospital de São Sebastião.

Atendimento somente específico de ortopedia

Em vez dos 312 leitos previstos no projeto do Complexo Centro-Sul, o Hospital Ortopédico do Guará terá 160 leitos, sendo 20 de UTI, 48 de clínicas e 48 de cirurgia ortopédica e custará R$ 216 milhões, recursos provenientes do Orçamento da União, através de emendas parlamentares da bancada do DF no Congresso Nacional, mais a contrapartida do Governo do Distrito Federal. A previsão é que a obra da construção do novo hospital seja licitada até o segundo semestre deste ano e concluída em até dois anos depois de iniciada.
A decisão de substituir o projeto do Hospital da Região Centro-Sul pelo Hospital Ortopédico atende ao projeto do Governo Ibaneis de descentralizar os serviços de atendimento médico nas regiões administrativas e reduzir a demanda do Hospital de Base e do Hospital do Paranoá, localizado na região norte do DF, os únicos especializados em atendimento ortopédico da rede pública.
E os serviços de emergência de pronto socorro para os guaraenses serão atendidos pela UPA, que será construída na QI 23 do Guará II, em frente à Estação Guará do Metrô, com início de obras previsto para os próximos meses e entrega até o primeiro semestre de 2024.

 

Mas, Conferência da Região
Centro-Sul quer ampliar especialidades

Os debates na Região de Saúde Centro-Sul reuniram cerca de 250 pessoas, entre representantes dos usuários, trabalhadores e gestores do Sistema Único de Saúde, que definiram metas e reivindicações para a área

Embora o governo tenha decidido pela construção de um hospital com atendimento específico em ortopedia no Guará, as 250 pessoas que participaram da 11ª Conferência Distrital de Saúde para debater as demandas da Região Centro Sul (Candangolândia, Cidade Estrutural, Guará, Park Way, Núcleo Bandeirante, Riacho Fundo, Riacho Fundo II, SIA e SCIA), nesta quarta-feira, 15 de março, na Escola Técnica do Guará, estão reivindicando a ampliação das especialidades também para maternidade e pediatria. A reivindicação está incluída no relatório final, resultado das discussões plenárias entre representantes dos usuários, trabalhadores e gestores da região Centro-Sul.
Os representantes da área de saúde estão solicitando também a ampliação de serviços de Atenção Domiciliar para pacientes acamados e em uso de dispositivos para alimentação e oxigênio, e de terapia e melhoria dos serviços voltados à Saúde Mental, e também a criação de políticas públicas de enfrentamento para erradicação de Siflis, Hiv-Aids, aumento de cobertura vacinal e combate à violência doméstica e sexual.
“O objetivo é trazer o usuário para dentro da formulação das políticas públicas. E, junto com o trabalhador e os gestores, construir um modelo de referência para todos”, explica a superintendente da Centro-Sul, Michelle Lopes. As propostas elaboradas nas etapas regionais seguem para a 11ª Conferência Distrital de Saúde, quando serão debatidas diretrizes do Plano Plurianual de Saúde do Distrito Federal para o período de 2024 a 2027. Depois, os debates chegam a nível nacional, na 17ª Conferência Nacional de Saúde, que será realizada em julho.
A presidente do Conselho de Saúde do Distrito Federal, Jeovânia Silva, ressalta a participação social como o grande diferencial das políticas públicas do segmento. “Os usuários, gestores e trabalhadores são as pessoas mais apropriadas para avaliarem o quanto a saúde naquela localidade avançou ou não e elaborar propostas”, afirma.