O governador Ibaneis Rocha, acompanhado de secretários e presidentes de empresas do governo, veio ao Guará nesta quinta-feira, 23 de março, para lançar um pacote de obras para as novas quadras da cidade (QEs 48 a 58 e QEs 38 e 42). Serão investidos R$ 15,6 milhões em obras de infraestrutura, principalmente asfalto e drenagem.
A visita de Ibaneis para o lançamento do pacote estava prevista para o final de janeiro ou início de fevereiro, após o resultado da licitação dos serviços e antes que a empreiteira contratada começasse a executar as obras, mas a suspensão imposta pelo STF a ele provocou o adiamento. O governo chegou a anunciar a presença da governadora em exercício Celina Leão para a visita e assinatura da Ordem de Serviço, mas, assim que o governador foi liberado para voltar ao governo, a presença dele passou a ser prioridade no Guará.
Durante a assinatura da Ordem de Serviço – na prática as obras já foram iniciadas há cerca de 20 dias – Ibaneis lembrou sua ligação com o Guará, onde morou na adolescência e juventude na QE 15 e na QE 7, e na QE 42 depois que se casou, e aproveitou para anunciar oficialmente a construção do Hospital Geral Ortopédico do Guará, informação adiantada pelo Jornal do Guará na edição anterior.
Antes de Ibaneis, falaram o administrador regional Artur Nogueira, que lembrou da amizade com o governador desde a adolescência em Correntes (Piauí), de onde os dois vieram, o deputado federal Gilvan Máximo, novo padrinho político do Guará, que prometeu a destinação de emendas parlamentares para investimentos na cidade, a deputada distrital Dayse Amarílio, única parlamentar guaraense de moradia, que reafirmou o compromisso com o governo em defesa do Guará, e a líder comunitária Tereza Ferreira Dias, que agradeceu a chegada das obras, segundo ela, aguardadas há cerca de três anos, e aproveitou para solicitar ao governador mais atenção com a segurança das novas quadras, que tem sofrido com a incidência de furtos de material de construção, e ainda a instalação de uma Unidade Básica de Saúde (UBS), prevista no projeto da expansão, e a revitalização do parque Bosque dos Eucaliptos.
O presidente da Terracap, Izídio Santos, responsável pela execução das obras, destacou que esta etapa dos investimentos, completa a infraestrutura básica para as áreas residenciais e comerciais da região. “Com esse investimento, a gente vai chegar ao final da infraestrutura de todas essas quadras novas, levando tudo que precisa para captação de água e pavimentação, para essa população poder morar com dignidade”, afirmou. De acordo com ele, as obras puderam ter início devido à construção da bacia de retenção do Setor Bernardo Sayão. “Para que a gente pudesse chegar neste ponto, precisamos ter uma integração com a Secretaria de Obras, porque eles estão executando as lagoas e toda essa água vai para o reservatório”, explicou.
Quais serão as melhorias
As obras serão executadas pela empreiteira Artec, que venceu a concorrência promovida pela Terracap no final do ano passado e contrato assinado no dia 26 de janeiro. Conforme o contrato, o prazo de conclusão da infraestrutura restante é de dois anos, mas a expectativa do governo é que seja concluída em menos tempo.
As obras na parte que corresponde aos lotes distribuídos pelas cooperativas habitacionais, entre as QEs 54 e 58, estavam previstas desde 2022, mas sofreram atrasos por conta de contestação da licitação pelo Tribunal de Contas do DF e depois pelo atraso na liberação da licença ambiental por parte da Secretaria de Meio Ambiente.
Conforme o contrato, as obras envolvem a pavimentação das QEs 44, 56 e 58, e também concluir, nas QEs 38, 44, 48, 50, 52, 54, 56 e 58, os estacionamentos previstos no projeto urbanístico e a drenagem pluvial com ramais de ligação e captação (bocas de lobo).
Quadras vão receber 8 mil moradores
Quando a chamada Expansão do Guará estiver concluída, serão mais 8 mil moradores acrescidos à população da cidade, em mais de 1.600 lotes residenciais, sendo que metade destinada às cooperativas habitacionais e a outra metade vendida em leilões mensais promovidos pela Terracap. Logo na entrada do setor, no acesso pela via Guará-Núcleo Bandeirante, está sendo erguido um condomínio vertical com mais de 400 apartamentos para cerca de 1200 pessoas.
O ritmo acelerado das obras faz surgir a cada dia uma quantidade maior de novas casas e a chegada de novos moradores. E, à medida que o setor passa a ter ocupado por novos moradores, aumenta a demanda por oferta de comércio e serviço. A avenida principal, que separa a “cidade do servidor” do setor Iapi, começa a receber várias atividades empresariais em pouco tempo, como é caso de duas padarias, um supermercado e mais três lojas de material de construção.
Vendas
começaram em 2010
Concebida para ser destinada aos servidores públicos – daí o apelido de “cidade do servidor” – a expansão deveria começar a ser ocupada em 2010, quando os lotes começaram a ser vendidos através de licitação. Antes, a Justiça, a pedido do Ministério Público, havia abortado a proposta do ex-governador José Roberto Arruda de priorizar a destinação aos servidores públicos, ao entender que seria ilegal privilegiar uma determinada categoria com a distribuição de terrenos públicos.
A ocupação sofreu atrasos logo no início da venda dos lotes, porque o Plano Diretor de Ocupação Territorial (PDOT) do Guará, aquele que foi irresponsavelmente alterado pela Câmara Legislativa para permitir a construção de arranha-céus na orla do Guará II, foi considerado ilegal pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal. A decisão da Justiça impediu que a Administração Regional do Guará concedesse alvará de construção a quem havia adquirido lote na expansão. Nesse período, a Terracap teve que interromper as vendas de novos lotes. A situação foi somente resolvida em 2018, com a aprovação da nova Lei de Uso e Ocupação do Solo (Luos), que definiu o que poderia ser construído nas diferentes regiões do Distrito Federal.