Por Douglas Oliveira | AIs Comunicação
De acordo com o dicionário, o conceito de inovar é criar algo novo, introduzir novidades, renovar ou recriar. A inovação é sempre vista como sinônimo de mudanças e/ou melhorias de algo já existente. E os avanços tecnológicos na sociedade pressionam, cada vez mais, as empresas a fazerem da inovação uma parte fundamental de sua estratégia e isso será dificilmente implementado do dia para a noite.
A inovação tornou-se um diferencial competitivo para os negócios, independente da área de atuação. “Essas mudanças estão acontecendo muito rapidamente, em muitos setores, e a disrupção não é o futuro, mas uma ameaça presente”, diz a biomédica e gestora em saúde Nayana Cambraia Viana Oliveira, moradora do Guará, criadora da Ubuntu, empresa de gestão de projetos para inovação e inovação social, voltados para o setor da saúde, com sede no Setor Iapi.
Nayana, 40 anos, pertence a uma família de classe média. Ela brinca que, como toda família tradicional brasiliense, sempre foi incentivada a prestar concurso e seguir carreira como funcionária pública. Assim fez e acabou trabalhando por mais de dez anos na área da saúde. Seu último emprego, antes de se arriscar no mundo do empreendedorismo, foi como diretora do Hospital de Campanha de Águas Lindas de Goiás, durante a pandemia da Covid-19.
Entretanto, por meio de suas inquietações e insatisfações, a biomédica abandonou o funcionalismo público e resolveu empreender, mas buscou um negócio que promovesse transformações por meio da tecnologia e tecnologias sociais. “Aprendi que todas as mazelas da sociedade acabam dentro de um hospital. Então queria fazer algo para ajudar a diminuir essas dores sociais e esse sofrimento que existe ali”, explica Nayana.
Especialização em gestão de saúde
Ela conta que por ser mãe de cinco filhos (João Victor, 22; Heitor, 15; Thomaz, 13; Otávio, 09; e Pérola, 07), frutos do casamento de 19 anos com Denilson Oliveira, 47 anos, sempre sentiu a necessidade de fazer algo positivo para transformar a sociedade num lugar com menos dores e sofrimento, promovendo ações que fizessem todo mundo se sentir parte de algo, despertando um sentimento de pertencimento por meio da dignidade humana. “Se a gente olhar o conceito de saúde, é muito mais do que somente a ausência de doença. A gente tá falando de um bem-estar que também envolve a questão social e mental. E quando a gente trabalha para que as pessoas se mantenham, para que elas possam desenvolver os seus sonhos, acredito que a gente cumpre o nosso papel. É por isso que nós somos a Ubuntu, que significa “humanidade para com os outros”, diz a empresária guaraense.
Foi com esse propósito, alinhado com inovação e tecnologia, que a biomédica tirou do papel a empresa que hoje oferece consultorias para clínicas de saúde, gestão da qualidade de produtos e serviços, promove treinamentos e desenvolve conteúdos acadêmicos para universidades. Por meio desse projeto, Nayana foi vencedora do Prêmio Startup For Women em 2019 e recebeu o prêmio de Mulher Inovadora do Conselho de Biomedicina Inovadora em 2020.
Mas, assim como qualquer empreendedora de sucesso, para alcançar o êxito e colher os frutos do empreendedorismo, Nayana teve que superar vários obstáculos, ainda mais sendo uma mulher negra, vivendo em uma sociedade machista e preconceituosa. “Os preconceitos estão enraizados. Eles causam na sociedade vários vieses de consciência, que dificultam a vida da mulher empresária. O acesso ao crédito, por exemplo, sempre foi um dificultador, mas nunca um impeditivo. Romper essas barreiras do sistema é uma forma de coragem e ousadia”, relata.
Se por um lado a empresária encontrou diversas dificuldades, por outro ela pôde contar com apoio especializado quando mais precisou. Por meio dos programas Sebraetec e Sebrae Delas, promovidos pelo Sebrae no DF, a biomédica conseguiu encontrar respostas e soluções para problemas que impediam o desenvolvimento da Ubuntu. “Foi por meio do Sebrae no DF que comecei a entender e adquirir habilidades técnicas necessárias para o crescimento do meu negócio”, afirma.