Nyedja Gennari – Contadora de histórias, escritora, professora … e apaixonada pelo Guará

Ela é a mais conhecida contadora de história de Brasília. Além de encantar crianças em vários shoppings, Nyedja Genanari anima casamentos, aniversários, eventos e até conta história de mortos em velórios. Multifacetada, ela também escreve livros infantis, alguns traduzidos para o espanhol e inglês e adotado em escolas de três países, foi assessora parlamentar e é professora da rede pública de ensino.

A história de Nyedja com o Guará começou em 1987, quando ela tinha 11 anos de idade e veio de Cuiabá acompanhando a família – o pai, professor de mecânica, foi convidado para assumir o Senai de Taguatinga. Vieram morar no edifício Mediterranée, na QI 25 do Guará II. Dessa época, ela lembra das icônicas ruas de lazer, que faziam a alegria de crianças e jovens nas praças da cidade, e das festas em escolas e em casas de amigos e do Colégio Compacto, onde estudou durante muitos anos.
Muito falante desde criança, e articulada, Nyedja entrou para o mundo da arte e educação não por acaso. Quando estudava Magistério, foi convidada a se tornar professora na própria escola onde estudava e aos 17 anos já lecionava no Cantinho Infantil Padre Difrância e depois no Colégio Rogacionista, que fazem parte da mesma rede, por mais de dez anos. Depois, lecionou no Colégio Ciman, no Cruzeiro, e é concursada da rede pública de ensino do DF. Até maio deste ano, foi assessora parlamentar do senador Izalci Lucas e no Senado ficou conhecida por animar as sessões solenes contando histórias de datas comemorativas, de políticos e personalidades homenageadas pela casa.
A contação de histórias como profissão começou no Ciman, onde lecionava, para animar as crianças que lá estudavam. Descoberto e despertado o talento, Nyedja passou a fazer da arte uma profissão. Há 11 anos ela é contratada da rede de shoppings Paulo Octávio, onde chega a reunir até 500 crianças de uma vez para ouvir suas histórias infantis, algumas que ela mesmo cria. Parte dessas histórias autorais foi transformada em livros – tem cinco publicados -, alguns deles, como o Fofoca Reversa, foram traduzidos para o espanhol e o inglês e introduzidos no currículo de escolas da Colômbia, Espanha e Canadá. Aos domingos, ela alegra as crianças no projeto do Clube do Choro, no Eixo Monumental.

Contação de histórias

Mas é na contação de histórias que Nyedja Gennari se tornou mais conhecida. Além da interpretação, o que mais chama a atenção do público é a facilidade que ela tem de decorar textos, às vezes longo, feito inimaginável para a maioria das pessoas. O segredo, além de uma memória prodigiosa, ela não esconde. “Transcrevo o texto que recebo até três vezes, com minha própria letra. É como, se desta forma, ele entrasse no meu cérebro quase que por osmose”, diz.
Quando apresentou a primeira fábula aos alunos, Nyedja Gennari não imaginava que a arte de contar histórias e inventar personagens para elas fosse tomar conta da sua vida. Mas assim aconteceu e hoje ela cria histórias e personagens que surgem em seus caminhos pelos eventos nacionais e internacionais, shoppings, festas e empresas em que se apresenta.
“Sempre gostei de escrever e as histórias passaram a brotar tão naturalmente dentro de mim que sinto que posso passar o dia todo contando textos diferentes. Eu misturo criações que já conheço, invento personagens, mudo os detalhes das antigas histórias que possam carregar preconceitos ou ideias que não precisam ser reproduzidas, como o fato de o saci-pererê fumar, por exemplo. É assim que componho as histórias e repertórios”, explica.
Ela já representou o Brasil em feiras, encontros e congressos internacionais, especialmente na Colômbia, Argentina e México. Participou do Círculo de Narradores Orais da América Latina. Como escritora, ela vai receber o reconhecimento máximo como “patrona” da 37ª Feira do Livro de Brasília, que acontece de 28 de setembro a 2 de outubro, no Parque da Cidade.
Formada em Ciências da Educação, ela tem especialização em Literatura Infantil e pós-graduação em Educação Infantil.
Na vida privada, é mãe dedicada de Luiza, 21 anos, e Maria Eduarda, 19 anos, e esposa de Luciano Rodrigues há 24 anos.