Com 157 mil habitantes, Guará está em 199º lugar em população entre as mais de 5.600 cidades brasileiras, de acordo com último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e projeções do Instituto Pesquisa e Estatatística do Distrito Federal (IPEDF) e, como qualquer cidade média ou grande, tem seu lado mais modesto e o mais nobre. Embora esteja separado fisicamente do núcleo urbano pelo Córrego Guará, o Setor Park Sul, antigo Setor de Oficinas e Garagens Sul, se configura como o bairro nobre da cidade, principalmente depois que se transformou numa área residencial de alto padrão e de abrigar grandes empreendimentos hoteleiros.
Desde 2007, com o início do boom da construção civil no Distrito Federal, a área que pertence à Região Administrativa do Guará, vem mudando suas características de prestação de serviços automotivos para abrigar grandes condomínios residenciais de luxo e se apresentando como uma importante opção de hotelaria, em parte por causa da sua localização privilegiada, num eixo entre as principais cidades do DF, a principal saída para outras regiões do país, do mais importante shopping brasiliense e do aeroporto Juscelino Kubstchek.
Diferente dos setores Sudoeste e Noroeste, planejados para serem os bairros nobres de Brasília, o Park Sul apresenta vantagens para conquistar essa fama, por oferecer moradia com mais conforto em condomínios em estilo ressort, com grandes áreas de lazer e projetos arquitetônicos diferenciados. Além da facilidade de acesso através da via Epia e do metrô e futuramente da via Avenida das Cidades (ex-Interbairros), o Park Sul ainda oferece a comodidade de ter dois shoppings (ParkShopping e CasaPark), com seus complexos de cinema e restaurantes, os hipermercados Carrefour Sul e Assaí, a loja de material de construção Leroy Merlim e a rodoviária interestadual.
População ultrapassa os 15 mil habitantes
Em poucos mais de 12 anos de entrega dos primeiros grandes condomínios residenciais, a população do Park Sul já chega a cerca de 15 mil habitantes, mas com possibilidade de chegar a 20 mil em dois anos com os cinco empreendimentos que estão em andamento.
Entretanto, o aumento da quantidade de moradores representa a redução das empresas, porque esses empreendimentos residenciais ocupam os lugares que antes eram ocupados por elas. De acordo com o presidente da Associação Comercial do Park Sul, Carlos Kobayashi, antes do boom residencial o setor tinha cerca de 480 empresas, quantidade reduzida para cerca de 400 atualmente. “Cada condomínio ocupa no mínimo quatro lotes, ou seja, o lugar de quatro a seis empresas. Mas, por outro lado, quem consegue permanecer é beneficiado com a chegada de uma camada de alto poder aquisitivo para consumir”, explica.
Esse contingente de selecionado poder aquisitivo tem atraído também o segmento hoteleiro. Além da rede Quality, ao lado da Leroy Merlin, o setor conta com dois grandes hotéis, da rede Jade e HPlus, este mais especializado em apart-hotel. Para Viviane Ricelli de Oliveira, gerente geral do Jade Hotel, “o Park Sul tem se tornado num grande centro de negócios, por causa da proximidade com o SIA, as grandes corporações que estão no Parkshopping, como Vivo e Neoenergia, e a proximidade com o aeroporto”. Segundo ela, a tendência é que a rede hoteleira da Esplanada dos Ministérios continue recebendo o turismo cívico e de interesse político e o de negócios vá se concentrar na região do Park Sul.
Segurança e conforto
A segurança é outro diferencial que fizeram os grandes empreendedores imobiliários se mirarem no Park Sul e, consequentemente, atrair os compradores. Praticamente todos os edifícios contam com tecnologia de vigilância 24 horas, cercados de sistema infravermelho e identificação sistemática para a entrada de veículos e pedestres. As câmeras também estão presente nas recepções, garagens, áreas comuns e de trânsito de pessoas. Todo esse aparato coloca o novo bairro como a região com menor incidência de ocorrências policiais do Distrito Federal, de acordo com levantamentos da Secretaria de Segurança Pública.
“Além da segurança, a localização privilegiada é o diferencial para quem escolher morar no Park Sul, que se encaminha para se tornar a região mais nobre do Distrito Federal e não apenas do Guará”, afirma o presidente da Associação de Moradores do Park Sul, Paulo Muradas. Segundo ele, após essas obras de drenagem e melhorias, o setor vai buscar agora a chegada de serviços públicos, como posto policial, de saúde, entre outros.
Metro quadrado mais caro do DF
Todo esse interesse transforma o bairro no metro quadrado mais caro do Distrito Federal, entre R$ 11 mil e R$ 15 mil, acima inclusive do setor Noroeste. A tendência, de acordo com estudo da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-DF), é que essa valorização aumente ainda mais à medida em que a demanda vá superando a disponibilidade de terrenos para novos lançamentos de luxo.
Todos esses atrativos convenceram o empresário Paulo Coimbra a mudar-se do Sudoeste para o Park Sul há quatro anos. “Além do conforto oferecido pelo espaço e pela comodidade de encontrar quase tudo nas proximidades, tenho o mesmo custo que tinha antes por muito mais. Com praticamente o mesmo valor de condomínio que pagava lá sem ter quase nada, aqui a minha família pode desfrutar de uma grande área de lazer”, avalia.
Ex-moradora do Lago Sul, a aposentada Gislaine Sobreira Silva garante que fez a melhor opção ao trocar sua casa por um apartamento no novo bairro. “Ganhei em segurança, em sociabilidade porque antes ficava praticamente sozinha com a saída dos filhos e aqui convivo com muita gente, e em praticidade por não ter que me deslocar para ir a supermercado, shopping e buscar outros serviços”.
Além de todas essas facilidades, o morador do Park Sul vislumbra a possibilidade de desfrutar o meio ambiente do parque Ezechias Heringer, o Parque do Guará, que, em seu plano diretor, prevê uma série de atrações dos dois lados do Córrego Guará.
Park Sul recebe R$ 65 milhões em investimentos
Obras vão focar principalmente na drenagem pluvial acessibilidade e sinalização no setor que vive grande expansão residencial e comercial
Área com grande potencial desenvolvimento, o Park Sul, no SOF Sul, vai passar por obras de infraestrutura com investimento de R$ 65 milhões. A intervenção inclui drenagem pluvial, pavimentação e sinalização das vias, paisagismo e implantação de mobiliário urbano – bancos e lixeiras –, calçadas e estacionamentos públicos.
Deste valor, R$ 42,5 milhões serão custeados pelo GDF, enquanto os demais R$ 22,5 milhões serão pagos por incorporadoras que ergueram prédios residenciais no Setor de Garagens, Concessionárias e Veículos Sul (SGCV), como medida compensatória relativa ao Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV).
Ao falar das obras nesta quarta-feira, 13, durante a autorização para os serviços, o governador Ibaneis Rocha destacou a importância de acabar com os alagamentos e trazer infraestrutura para os moradores.
“Quem passa aqui em período de chuva sabe a dificuldade que é por conta da drenagem que existe hoje”, afirmou o governador. “Esta é uma obra para melhorar a qualidade de vida das pessoas que resolveram vir morar neste lugar maravilhoso, muito bem-localizado, muito bem-estabelecido, e faltava o governo fazer a sua parte aqui nesta região.”
Praças e pavimentação
“A região vai ter estacionamentos organizados, calçadas com acessibilidade, praças de convivência e drenagem. É uma obra que vai ajudar no desenvolvimento e trazer dignidade”Luciano Carvalho, secretário de Obras
Está prevista ainda a implantação de duas praças na região, entre as quadras 5/6 e 10/11, e a pavimentação da via IA SP1, que liga o Park Sul à Estrada Parque Taguatinga (EPTG). Para resolver os problemas de drenagem, serão construídas quatro lagoas de contenção.
“Essa é mais uma requalificação urbana que o GDF vem fazendo em várias áreas e vai ser feita aqui”, reforçou o secretário de Obras, Luciano Carvalho. “A região vai ter estacionamentos organizados, calçadas com acessibilidade, praças de convivência e drenagem. O asfalto tem uma qualidade ruim não à toa; o setor cresceu muito, e o Estado não acompanhou essa evolução. É uma obra que vai ajudar no desenvolvimento e trazer dignidade.”
A proposta de requalificação não altera o traçado viário do setor, tampouco o uso ou normas de gabarito. O projeto propõe mudanças na configuração dos dois canteiros centrais situados entre as quadras 5 e 6 e 10 e 11, que passam a configurar pequenas praças lineares, abrigando, além de passeios compartilhados e rotas acessíveis, mobiliário e áreas de lazer.
Jardins e estacionamentos
“A população esperava esse trabalho havia muitos anos”, comentou o administrador do Guará, Artur Nogueira. “Aqui são mais de 10 mil pessoas, uma região que cresce muito rápido, que se desenvolveu de uma maneira espetacular. São grandes empresas aqui, e há indústrias também, um setor de oficinas, a área comercial.”
Ainda conforme o projeto, a vegetação existente será preservada e incrementada com novas espécies de árvores e jardins. Foram criados nesses espaços estacionamentos públicos com vagas em 45 graus e em 90 graus.
Outra mudança proposta consiste nos estacionamentos públicos nas vias internas do setor, que passam a ser de bloco intertravado de concreto e com inclinação, tendo como base inicial o nível da faixa de rolamento e base final no nível da calçada.