Criado para promover a inclusão social e prevenir a violência através da arte e do esporte, o projeto Prevenindo com Arte, desenvolvido pelo 4º Batalhão da Polícia Militar do Guará foi além das expectativas dos seus criadores nesses oitos anos de funcionamento. Hoje, são cerca de dois mil moradores da cidade, de quatro a 80 anos, que praticam várias atividades desportivas e culturais, de graça. O do Guará é o maior projeto com esse objetivo oferecido pela Polícia Militar do DF.
Em parceria com as secretarias de Educação e de Esporte e Lazer e de Juventude, o projete oferece atividades de capoeira, dança, música, teatro, artes marciais, judô, futebol, vôlei, basquete e ginástica funcional. As aulas são ministradas por instrutores da Polícia Militar, profissionais das secretarias de Educação e de Esporte e Lazer, e voluntários da comunidade.
De acordo com os objetivos do projeto, “a prática esportiva e artística incluem a promoção da saúde física e mental, desenvolvimento de habilidades cognitivas e motoras, redução da violência, melhoria da autoestima, fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários, além do desenvolvimento da cidadania”.
Nesses oito anos do Prevenindo com Arte, o projeto já atendeu cerca de 10 mil pessoas, mas chegou a correr risco de continuidade durante a pandemia da Covid-19, quando todas as atividades tiveram que ser interrompidas por quase três anos. Mas, quando recomeçava a tomar ritmo após a pandemia, o projeto teve que novamente ser paralisado durante a prisão do ex-ministro da Justiça, Anderson Tores, no Batalhão de Aviação Operacional, que faz parte do complexo do 4º Batalhão, por questões de segurança.
Aproximação com a comunidade
Para o comandante do 4º BPM do Guará, coronel Adauton Santana da Conceição, o projeto é uma forma de incentivar a prática de atividades físicas, trabalhar a parte psicológica e promover a socialização. “Para a Polícia Militar do Distrito Federal é uma ferramenta para a gente afastar os jovens – sobretudo as crianças – da marginalidade, das ruas. A gente tá aproximando a Polícia Militar da comunidade como um todo”, avalia.
Uma das alunas mais engajadas no projeto Prevenindo com Arte é a servidora pública Patrícia Calazans Oliveira, que participa de aulas de defesa pessoal no batalhão, há cinco anos, junto com a filha, que foi diagnosticada com transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) e muito se beneficiou com a inserção das aulas em seus dias de sábado, uma indicação médica para ajudar no tratamento da doença, que não tem cura. Nessa meia década de participação no projeto, Patrícia fez amizades nas aulas, incluindo o mestre, que ensina as técnicas de autodefesa para participantes (em sua maioria, mulheres). “Minha filha simpatizou muito com ele e o mestre Rodrigo [Lelis] foi se apegando às pessoas que foram chegando e foi se tornando uma grande família e uma grande amizade”. Segundo ela, “a convivência social com o mestre e pessoas do projeto representa uma rotina, um fluxo, que foi interrompido”. “Eu tenho testemunhos dos resultados dessas aulas, mais de quatro alunas que se valeram daqueles conhecimentos para se livrarem de abordagens criminosas na rua”, destaca a servidora pública, que também é faixa preta em karatê-do tradicional.
Outro participante entusiasta do projeto é o profissional do marketing médico Luan Cesar Correia Mello, que procurou o projeto em 2016 para perder peso e buscar ajuda no tratamento da depressão que adquiriu após um acidente de carro. “Além de perder e controlar meu peso, as atividades do projeto me fazem um grande bem psicológico”, afirma.
Como participar
Os interessados em participar do projeto podem procurar no Instagram @prevenindocomarte ou pelo e-mail projeto4bpm@gmail.com. Caso o interessado seja menor de idade, será necessário comparecer presencialmente ao 4º BPM para o responsável assinar e preencha algumas informações na ficha de inscrição.