“Guará nunca recebeu tantos investimentos como neste ano” – administrador regional Artur Nogueira

Ao completar um ano de gestão (assumiu no início de janeiro), o administrador regional Artur Nogueira faz um balanço bem positivo do que a cidade conseguiu, se comparado aos anos anteriores. Somente em investimentos em grandes obras, algumas iniciadas, no total de R$ 150 milhões, e outras anunciadas, como o Hospital Geral Ortopédico, que vai custar cerca de R$ 200 milhões. Artur garante que conseguiu realizar a maior parte do que havia planejado e explica que seu estilo, diferente dos últimos administradores regionais anteriores, é de conhecer as demandas in loco e com isso consegue agilizar as providências.

EXPECTATIVA E REALIDADE
Nesse primeiro ano de gestão, que balanço o sr faz, em relação ao que previa encontrar e fazer, e ao que recebeu?
Posso dizer que foi um ano de muita luta, muito trabalho e, sobretudo de muitas conquistas para a comunidade guaraense. Nunca a cidade recebeu tantos investimentos como em 2023. Claro que não foi por minha causa, foi pelo reconhecimento do governo Ibaneis para com a cidade, mas fiz parte desse esforço de ajudar a trazer esses investimentos. Tivemos algumas dificuldades de gestão, por conta da pouca estrutura que recebemos na Administração do Guará, mas hoje está bem melhor.
Claro que nem tudo foram flores, porque também cometemos erros, mas eles foram aproveitados para corrigir a rota. Fui administrador de outras duas cidades antes, Riacho Fundo I e Paranoá, e aprendi a administrar bem essas dificuldades. Nada me surpreendeu ou me frustrou.

NÍVEL DA POPULAÇÃO GUARAENSE
O que te surpreendeu negativa ou positivamente em relação ao que esperava encontrar?
Negativamente, nada. Positivamente, o nível da população guaraense, que é bem mais consciente do que eu imaginava. Sabe cobrar, mas também sabe reconhecer o que é feito. Embora já tenha morado no Guará por 9 anos, desde quando cheguei em Brasília, e onde voltei a morar, não tinha essa percepção sob o olhar do gestor público.

O QUE NÃO CONSEGUIU REALIZAR
O que o sr. pretendia fazer e não conseguiu nesse primeiro ano?
Apenas o que não dependeu da minha vontade ou do nosso esforço. É o caso da limpeza, principalmente nas quadras da orla do Guará II, do Setor de Oficinas à QE 38. Fizemos várias operações de recolhimento de lixo, campanhas de conscientização, mas não adiantou muita coisa, principalmente no Polo de Moda. É uma questão cultural mesmo.
Mas, para atenuar essa falta de conscientização, estamos implantando seis papa lixos enterrados e outras 30 lixeiras de médio e grande porte, para ajudar nesse recolhimento. Acredito que vai melhorar bastante.

BURACOS
O sr. havia prometido que até o final do ano que todos os buracos no asfalto da cidade seriam tapados, mas não conseguiu. Por que?
Na primeira avaliação, quando recebemos a Administração Regional, a informação é que a cidade tinha pouco mais de 1 mil buracos catalogados. Mas tinha mais de 4 mil. No total, conseguimos tapar mais de 5 mil, mas ainda restam cerca de 200, que serão tapados até o início de janeiro. Considero a promessa praticamente cumprida.

ILUMINAÇÃO PÚBLICA
Como está a troca da iluminação pública?
Recebemos a cidade com 14% das lâmpadas de sódio trocadas por Led e estamos chegando ao final do ano com 45% da troca concluída. E até o início do segundo semestre ou no máximo até o final de 2024 estaremos com 100% da iluminação do Guará substituída., o que vai tornar a cidade muito melhor iluminada e representar uma garande economia para os cofres públicos

ESTRUTURA DA ADMINISTRAÇÃO REGIONAL
Como o sr. recebeu e como está agora a estrutura da Administração Regional?
Melhorou, mas ainda considero insuficiente para manter uma cidade com mais de 150 mil habitantes. Tivemos uma pequena reestruturação interna, que nos permitiu montar uma equipe muito boa, com sangue novo. Contratamos arquiteto, engenheiro e duplicamos o tamanho da Divisão de Obras, para dar uma resposta cada vez mais rápida às demandas dos moradores. Hoje, o morador liga e no outro dia já temos condições de atender à sua reivindicação, se ela depender da capacidade da nossas equipes. Montamos três equipes, uma para atender às demandas da Ouvidoria e outra para me atender diretamente.

AJUDA DE¨OUTROS ÓRGÃOS
O sr tem conseguido muita ajuda de outros órgãos, como não acontecia antes. O que se deve a isso?
Sempre digo que o administrador regional é um office boy, porque precisa ficar percorrendo à cidade e correr atrás de ajuda onde for possível. Tenho conseguido muita ajuda da Novacap – antes, recebíamos cerca de duas toneladas de massa asfáltica por dia e hoje estamos recebendo 10 toneladas por dia.
A maior parte do meu tempo gasto percorrendo a cidade e menos no gabinete. Como moro sozinho, posso dedicar a maior parte do meu tempo nas ruas. Quando chega uma demanda da comunidade, geralmente já sei do que se trata. Tudo o que vejo nas minhas andanças no final de semana, despacho as providências na segunda de manhã com a Divisão de Obras.

CICLOFAIXA E ESTACIONAMENTO DA FEIRA
O sr teve que administrar duas interferências na mobilidade na cidade, que foram muito criticadas pela população, que foi a ciclofaixa do Guará II e o estacionamento da Feira. Como está conseguindo resolver?
Em relação à ciclofaixa, conseguimos interromper a obra até que o Detran apresente uma solução que agrade aos moradores. Se não apresentar, a obra não será reiniciada. Sobre o estacionamento da Feira, conseguimos paralisá-la por mais de 60 dias, até que a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh) apresentasse um projeto que amenizasse as interferências, um deles a criação de um novo estacionamento, que será concluído em janeiro, com mais de 200 vagas, praticamente a mesma quantidade perdida com a obra.
É bom frisar, que essa obra não foi decidida por este governo, mas é fruto de compensação urbanística negociada há mais de dez anos e executada agora por imposição do Ministério Público.

LICITAÇÃO DO CAVE
Estava prevista para este ano a licitação da concessão do Complexo do Cave, mas não aconteceu por conta do imbróglio em relação ao Teatro de Arena. Como o sr avalia o que aconteceu e qual sua expectativa?
A retirada do Teatro de Arena da chamada PPP do Cave foi uma vitória do segmento cultural, o que acabou apaziguando a disputa. Outra situação resolvida foi a definição do novo local do Centro de Convivência do Idoso (CCI), que ficará a apenas 100 metros do atual, num prédio muito mais moderno. Conseguimos também a promessa do governo de negociar com os futuros concessionários do Cave a reconstrução do prédio da antiga Casa da Cultura, para ser transformado num espaço de oficinas, cursos e atividades culturais. Mas será um prédio novo e mais confortável.

MUITOS INVESTIMENTOS
O sr disse que a cidade nunca recebeu tantos investimentos como este ano. Resuma o que está sendo investido…
São R$ 40 milhões no Guará Park, em drenagem e urbanização; R$ 62 milhões no Park Sul (Antigo Sof Sul), em drenagem e urbanização; R$ 15 milhões na urbanização das quadras novas (QEs 48 a 58); R$ 10 milhões na duplicação da via Guará-Núcleo Bandeirante; R$ 16 milhões na construção da creche pública. Além disso, já conseguimos trocar cerca de 800 placas de endereçamento, construímos muitas calçadas, reformamos a pista de bicicross, que passa a ser a melhor do Centro Oeste, e estamos concluindo a reforma do teatro/auditório da Administração do Guará.
E a comunidade pode esperar muito mais nos próximos anos.

RELAÇÃO COM AS LIDERANÇAS
O sr diz que a população guaraense sabe cobrar e também sabe reconhecer. Como está sendo a sua relação com as lideranças locais?
Com muito respeito e diálogo. Faço ver a elas que não tenho partido político e não defendo interesse de qualquer instituição, a não ser o governo. E, claro, os interesses dos moradores, independente de credo ou preferência política. E que estou disposto sempre a ouvir e atender quem me procura, sempre com respeito recíproco.