A população guaraense pode ainda não sentir totalmente os efeitos dos investimentos na área de saúde este ano, mas já vai se animar com o que a cidade começa a receber. O principal investimento será o início da construção do Hospital Geral Ortopédico, ao lado da via contorno do Guará II e das QEs 17 e 19, que foi licitado no dia 18 de dezembro, e também o início das obras da Unidade Pronto Atendimento do Guará, que será construída na QI 23 do Guará II, em frente à estação Guará do metrô. Além disso, o Hospital Regional do Guará também vai receber melhorias e a Unidade de Pronto Atendimento 3, na QE 38, está com a reforma adiantada.
Mas, além dos investimentos diretos na cidade, a população guaraense também vai se beneficiar de outros investimentos na Região Centro-Sul da Saúde Pública. Para melhorar o atendimento a uma população de quase 400 mil habitantes (dados do Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal), a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) tem investido em reformas dos equipamentos já existentes e em construções de novas unidades na Região Centro-Sul de Saúde. A área abrange Candangolândia, Estrutural, Guará, Park Way, Núcleo Bandeirante, Riacho Fundo, Riacho Fundo II, Setor de Indústria e Abastecimento (SIA) e Setor Complementar de Indústria e Abastecimento (SCIA).
A novidade mais robusta é o Hospital Clínico Ortopédico do Guará, que terá cerca de 160 leitos, sendo 90 de ortopedia, 50 de clínica médica de retaguarda e 20 de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulta. No projeto, estão ainda centro cirúrgico com seis salas, laboratório de apoio, diagnóstico por imagem e ambulatório. O valor da obra está estimado em R$ 204 milhões.
Com perfil de assistência em ortopedia, o novo hospital vai oferecer atendimentos nas áreas de coluna, ombro, braço, cotovelo, mão, quadril, perna, joelho, pé, tornozelo, alongamento e reconstrução óssea. As obras serão executadas pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap). “A população ganhará um hospital de referência, vocacionado a um setor que é muito demandado”, destaca a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio.
Está prevista, ainda, a construção de uma nova unidade básica de daúde (UBS) na Estrutural, com um investimento previsto de R$ 12,3 milhões. Hoje, são 18 UBSs, distribuídas nessas localidades.
A Região Centro-Sul também vai receber duas novas unidades de pronto atendimento (UPAs): uma na Estrutural e outra no Guará. Somadas a essas, a atual gestão deve atingir a marca de nove UPAs construídas em quatro anos. Juntas, as unidades vão somar aproximadamente 40,5 mil atendimentos mensais.
A UPA do Núcleo Bandeirante é uma das seis em funcionamento no DF com atendimento 24h. As demais estão instaladas em Ceilândia, Recanto das Emas, Samambaia, São Sebastião e Sobradinho.
Melhorias na infraestrutura
Em 2023, o governo do DF, por meio da SES-DF, investiu mais de R$ 4 milhões em reformas de unidades de saúde na área. “Neste ano de 2024, esperamos receber um aporte ainda maior”, avalia o superintendente da Região de Saúde Centro-Sul, Ronan Garcia. Atualmente, explica ele, há oito processos de melhorias: a cozinha e a pediatria do Hospital do Guará (HRGu) e a cozinha e o arquivo do Instituto de Saúde Mental (ISM), além das UBSs 2 e 3 do Guará, UBS 1 do Núcleo Bandeirante, UBS 1 do Riacho Fundo e UBS 2 da Estrutural.
“A população ganhará um hospital de referência, vocacionado a um setor que é muito demandado”Lucilene Florêncio, secretária de Saúde
A reforma no HRGu é um dos destaques, uma vez que a unidade é referência em atendimento de clínica médica e pediátrica, sobressaindo-se pela linha materno-infantil robusta e pelo serviço de pronto-socorro em pediatria. As melhorias que já ocorrem na cozinha da unidade vão levar conforto aos servidores e mais segurança na manipulação dos alimentos oferecidos aos pacientes.
As intervenções na ala pediátrica começam na segunda etapa. ”O projeto inclui a criação de novos consultórios pediátricos, com um ambiente mais adequado ao atendimento, bem como uma sala vermelha pediátrica mais estruturada. Além disso, será disponibilizado um banheiro exclusivo para as crianças”, detalha a diretora do HRGu, Roshini Babulal.
Ela avalia que as alterações também terão impacto positivo no próprio tratamento dos pacientes. “Teremos um local mais acolhedor e adequado ao público infantil e às suas famílias. A brinquedoteca, por exemplo, além de ser um espaço para fisioterapia motora e respiratória, será lúdica. Isso pode refletir no tempo de recuperação dos pacientes”, explica.
Atendimento integrado
Para integrar os atendimentos e o serviço nas UBSs, o superintendente da Região Centro-Sul destaca que há um esforço no matriciamento realizado nas atenções Primária e Secundária. Estima-se que entre 70% e 85% dos problemas de saúde são resolvidos na Atenção Básica. “Por isso, o trabalho das equipes de Saúde da Família [nas UBSs] é fundamental para ampliar as possibilidades de cuidados ofertados à população”, exemplifica Garcia.
Um exemplo bem-sucedido é o atendimento integrado que ocorre no Centro Especializado em Diabetes, Hipertensão e Insuficiência Cardíaca (Cedhic), localizado Hospital Regional do Guará. “Como forma de otimizar a consulta, o paciente recebe assistência de todas as especialidades em uma única ida à unidade”, pontua o superintendente. “No local, o usuário é atendido por uma equipe integrada, composta por cardiologista, endocrinologista, fisioterapeuta, nutricionista, psicólogo, assistente social, enfermeiro e técnico de enfermagem”.
Além de melhorar a qualidade de vida das pessoas, o Cedhic foca a redução de internações e, consequentemente, o número de óbitos por complicações causadas por diabetes, hipertensão e insuficiência cardíaca.