Mais um setor de luxo para o Guará

Compradora da área ao lado do ParkShopping prepara um conjunto residencial de alto padrão, com muita área verde. Mas não há prazo para o lançamento

A Área 28-A, entre o ParkShopping e a Estrada Parque Guará (EPGu), que quase recebeu uma filial do parque aquático Wet´n Wild no governo Cristovam Buarque e chegou a pertencer ao Parque Ezechias Heringer, o Parque do Guará, vai receber um conjunto de condomínios de luxo nos próximos anos. A empreendedora Emplavi, que arrematou o terreno de 165 mil metros quadrados em 2021, está concluindo o projeto de ocupação da área, que promete ser o mais luxuoso e mais valorizado setor residencial de Brasília.
Por questão de estratégia empresarial, a Emplavi não informa detalhes do projeto e nem previsão de lançamento, mas uma fonte que tem conhecimento do que está sendo planejado e prefere não ser identificada, garante que será um conjunto de edifícios entremeados de uma grande área verde, com espaços para lazer, comércio e prestação de serviços. A proposta é criar uma mini cidade, em que o morador possa ter à sua disposição a maioria de suas demandas de compras e serviços atendidas, completadas com um shopping, no caso o próprio ParkShopping.
Corretores que atuam no setor Park Sul trabalham com a expectativa do anúncio do empreendimento no final do segundo semestre deste ano ou no início de 2025. Segundo alguns deles ouvidos pela reportagem do Jornal do Guará, a Emplavi deve aguardar o lançamento do grande condomínio que começou a ser construído pela PaulOOctávio na área entre a Leroy Merlin, The Union e a Hípica, no Setor de Múltiplas Atividades Sul (SMAS), que também pertence à Região do Guará, para lançar o seu grande empreendimento.

Terreno foi vendido por R$ 406 milhões

Área 28-A foi arrematada pela Emplavi em dezembro de 2021 no leilão promovido pela Terracap. Foi a maior venda efetuada pela Terracap na sua história. O valor ficou em R$ 53,67 milhões acima do preço mínimo que havia sido estipulado no Edital, que era de R$ 353 milhões. Foram apresentadas apenas duas propostas.
Localizada na margem da Estrada Parque Indústria e Abastecimento (EPIA), a Área 28-A é uma das mais bem localizadas no DF, primeiro por estar no principal eixo rodoviário da capital – a Epia se une à BR-020, seguindo em direção ao Norte e Nordeste do Brasil, e à BR-040, em direção ao Sudeste. A Rodoviária Interestadual e a estação do Metrô ficam a menos de um quilômetro, e está a menos de dez quilômetros do Aeroporto de Brasília. Ao lado do futuro novo setor guaraense, está o maior shopping do DF e os principais supermercados e novos prédios residenciais no Park Sul.
A Lei Complementar 916/2016, alterou a lei 1826/1998, que criou o parque. Mesmo perdendo a Área 28-A, o Parque do Guará cresceu de 304 para 346 hectares. A nova poligonal foi desenhada ainda no governo de Agnelo Queiroz, por uma comissão composta pelo então presidente do Instituto Brasília Ambiental, Nilton Reis, representantes da Administração do Guará e defensores do parque moradores da cidade, chamada de Comissão de Regularização Fundiária do Parque Ecológico Ezechias Heringer.
Além de estar fisicamente separada do Parque do Guará pela pista de acesso ao Parkshopping e pela Estrada Parque Guará, a Área 28-A era alvo de especuladores e do mercado imobiliário há anos. O próprio Governo do Distrito Federal, durante a gestão de Cristovam Buarque, autorizou a limpeza de toda a área, o que destruiu a vegetação nativa, para a instalação de um parque aquático, que seria construído e explorado por um empresário brasiliense da área de informática, amigo e financiador do ex-presidente Lula.
A iniciativa frustrada resultou em um grande lote terraplanado e transformado posteriormente em estacionamento e alvo de invasores, que brigaram na Justiça, e perderam, pelo direito a ocupá-lo.