Tudo pronto para a volta às aulas no Guará

As 29 escolas da Coordenação Regional de Ensino do Guará estão preparadas para o retorno dos mais de 12 mil alunos matriculados

Fernanda Mateus inicia o segundo ano à frente das escolas do Guará e da Estrutural. Desafio agora é manter a qualidade, realizar melhorias em algumas escolas e construir o Complexo Educacional da cidade, que vai reunir escolas de todas as séries, dos anos iniciais ao fim do Ensino Médio, o Centro de Línguas do Guará e a sede da Coordenação Regional de Ensino

Dia 19 de fevereiro a rede pública de ensino retoma as atividades. Nesta semana os diretores e professores participaram da preparação para receber novamente os estudantes. E, segundo a coordenadora regional de ensino da cidade, Fernanda Mateus, está tudo pronto. A meta é que até o primeiro dia de aula todos os professores estejam designados, atendendo todos os alunos matriculados. “As escolas passaram por pequenos reparos, o material didático está pronto e os uniformes novos devem chegar até março de 2024”, garante Fernanda.
As escolas do Guará atendem à demanda atual da escola. Há vagas, professores e transporte público para a maioria dos alunos que procuraram a Regional de Ensino. Apenas cerca de 200 alunos não conseguiram ser encaixados nas vagas remanescentes. “São alunos de 4 e 5 anos, que saíram de creches privadas e os pais perderam o prazo para matrícula. Estes são os casos que não conseguiram vagas. Mas, a Escola Classe 8, na QE 30, vai ganhar mais 10 salas de aula este ano, o que deve suprir esta demanda”, explica Fernanda.
Segundo ela, a maior demanda não atendida da população do Guará é por creches públicas. Há disputa de vagas nas creches do governo e nas conveniadas. A nova creche ao lado da QE 19, em construção, vai aumentar o número de vagas, mas a demanda por vagas é muito maior do que será ofertado. E não há previsão para novas creches na cidade nos próximos anos. Há, ainda, cerca de 200 alunos que vêm diariamente da Estrutural para o Guará, apesar da cidade vizinha ter duas escolas e previsão de construção de mais duas nos próximos anos.
Mesmo assim, a Secretaria de Educação planeja uma ampliação da oferta nos próximos anos. A preocupação é com o crescimento natural da cidade e a falta de estrutura das regiões vizinhas, como a Estrutural, que faz parte da Regional de Ensino do Guará, e Águas Claras, que não tem escolas públicas. Assim, o Guará deve ganhar um Complexo Escolar, em terreno da Secretaria de Educação próximo ao Cave e ao futuro Hospital Ortopédico, em um terreno de 60 mil metros quadrados. “A licitação deve sair este ano. Teremos enfim um complexo com escolas de ensino fundamental e médio, o Centro de Línguas e a sede da Coordenação Regional de Ensino”, conta a coordenadora. O projeto vai custar R$ 38 milhões e o GDF conta com um financiamento do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e de emendas parlamentares para tirá-lo do papel. As novas unidades vão oferecer 3.924 novas vagas na rede pública. Serão erguidos, lado a lado, um Centro de Educação Infantil, que atenderá crianças de zero a três anos, com 376 vagas; uma Escola Classe, que oferecerá turmas do 1º ao 5º ano, com 868 vagas; um Centro de Ensino Fundamental, que irá do 6º ao 9º ano, com 1,4 mil vagas; e, um Centro Educacional, destinado aos alunos do ensino médio, com 1.280 vagas.
Enquanto o complexo não sai, as escolas existentes têm recebido reformas pontuais. Cantinas de 4 escolas serão reformadas e 7 quadras poliesportivas serão cobertas, com recursos de emenda parlamentar da deputada Dayse Amarilio.

Professores já começam a ser designados para suas turmas. Preparação intensa para um início tranquilo das aulas
Merenda escolar

O Guará é referência na merenda entre as escolas no DF. A atual coordenadora de ensino da cidade foi diretora de Alimentação Escolar da Secretaria de Educação. Duas merendeiras da cidade foram finalistas no concurso Sabor de Escola em 2023. E todas as refeições nas escolas públicas do Guará são preparadas com produtos orgânicos oriundos da agricultura familiar.
No ano passado, o governo destinou R$ 38,2 milhões a produtores rurais, com a compra de 6.267 toneladas de alimentos. Uma parceria que garante o escoamento de boa parte da produção dos 2,5 mil agricultores familiares, gera renda no campo e pretende alimentar os alunos da rede pública e famílias em situação de insegurança alimentar e nutricional. Por agricultura familiar, entendem-se aquelas produções em que mais da metade dos trabalhadores são compostos por membros de um mesmo núcleo familiar, responsáveis por gerir o negócio.
“Tivemos um edital de R$ 3 milhões para produtos orgânicos na Secretaria de Educação. É uma grande novidade, a primeira vez que temos isso, e o setor se beneficia muito com essa medida. Por enquanto, o projeto é piloto. Atendemos as regionais de ensino do Guará e de São Sebastião e teremos uma maior execução ao longo de 2024”, afirma o diretor de Compras Institucionais da Seagri, Lúcio Flávio da Silva. A iniciativa atende 28 escolas da Regional de Ensino do Guará e distribui, em média, cinco toneladas de hortifrutigranjeiros por semana às escolas, tudo orgânico. Ver a produção atender os alunos de forma perene traz segurança aos produtores.
No ano passado, as instituições de ensino passaram a contar com a manteiga e o queijo produzidos pelas famílias rurais. Este ano, a expectativa é que o iogurte natural seja introduzido. Ainda em relação a esse núcleo, o GDF trabalha com percentuais acima do previsto.

Escola Técnica
A escola técnica do Guará, comandada pela professora Gisele Calovi, oferece cursos profissionalizantes e técnicos, abertos para toda a comunidade. Os alunos podem cursar paralelamente às aulas (em turno contrário) ou mesmo quem já terminou o Ensino Médio pode inscrever-se para uma vaga na escola. É preciso apenas ficar atento ao edital, lançado semestralmente, e ao sorteio das vagas

Entre a QE 19 e a QE 17, no centro do Guará II está a Escola Técnica do Guará. Dirigida pela professora Gisele Calovi, reeleita para o cargo, a escola atende hoje a mais de 1200 alunos nas mais variadas áreas. São cursos profissionalizantes com duração de 1 a 3 semestres. Alunos que cursam o ensino médio podem frequentar as aulas no turno contrário às aulas, mas toda a comunidade pode se inscrever no edital de sorteio de vagas se matricular em um dos cursos, sem limite de idade.
Apesar da estrutura parecer grande, os cursos oferecidos precisam de muito espaço e laboratórios específicos, como os de robótica, webdesing ou computação gráfica e os da área da saúde, como de Técnico em Enfermagem, Primeiros Socorros, Técnico em Nutrição e Dietética. “Para manter a qualidade dos cursos, é preciso limitar o número de vagas. Mas, todos os anos há vagas remanescentes em alguns dos cursos. Recomendo quem quiser frequentar a escola técnica, inscrever-se no edital, aberto a cada 6 meses e esperar ser sorteado, acompanhando as novas chamadas após as primeiras matrículas. Se mesmo assim não forem contemplados, podem procurar a escola para saber se há vagas remanescentes em algum dos cursos”, explica a diretora Gisele Calovi. Os cursos da área da saúde são os mais populares, com as vagas mais disputadas. Nos outros sempre há vagas disponíveis, mesmo após o sorteio, como o curso de Programador Web, com opção de ensino à distância.