Hospital Clínico Ortopédico do Guará sai do papel

Governador Ibaneis Rocha assina ordem de serviço para o início da construção, entre o Parque Ezechias Heringer e a Unidade Básica de Saúde 2. Hospital vai custar R$ 174 milhões e vai gerar 500 empregos

Após três anos de espera desde quando o projeto foi anunciado, finalmente a construção do Hospital Clínico Ortopédico dá seu passo mais importante nessa primeira faze. Nesta sexta-feira, 26 de abril, o governador Ibaneis Rocha, a secretária de Saúde, Lucilene Coutinho, e o presidente da Novacap, Fernando Leite, assinou a ordem de serviço que autoriza o início da obra. O novo hospital, que será construído às margens da via contorno do Guará, entre Unidade Básica de Saúde e o Parque Ezechias Heringer, terá 160 leitos.
O hospital terá perfil de assistência em ortopedia, com atendimentos nas áreas de coluna, ombro, braço, cotovelo, mão, quadril, perna, joelho, pé, tornozelo, alongamento e reconstrução óssea. Dos 160 leitos, 90 serão de ortopedia, 50 de clínica médica e 20 de UTI adulta.

Ibaneis Rocha: “É um hospital que vai atender uma população muito importante, principalmente o pessoal mais idoso, que é quem sofre mais com os traumas, sofre mais com as cirurgias ortopédicas”

 

Para erguer o hospital, o GDF vai investir R$ 174 milhões, R$ 30 milhões a menos do que o previsto inicialmente, gerando economia aos cofres públicos. A obra está a cargo da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) e vai gerar 500 empregos.
Ao comentar a obra, o governador Ibaneis Rocha listou investimentos na saúde que chegam a R$ 2 bilhões. Nessa conta estão quatro novos hospitais, entre eles o do Guará e o do Recanto das Emas, lançado na semana passada, e também as futuras estruturas de São Sebastião e Gama. Além disso, estão incluídas unidades básicas de saúde (UBSs), o Hospital Oncológico e sete unidades de pronto atendimento (UPAs) – Guará, Estrutural, Sol Nascente/Pôr do Sol, Arapoanga, Água Quente, Águas Claras e Vicente Pires.
“O Distrito Federal tinha 16 anos que não iniciava uma obra de um hospital. O último foi o de Santa Maria. E agora, com isso, a gente espera poder ampliar o atendimento para toda a população. É um investimento da ordem de R$ 2 bilhões sendo feito pelo GDF para que a gente possa melhorar a saúde da nossa população e diminuir as filas dos atendimentos. Além disso, nós estamos trabalhando muito na questão do RH com a contratação de profissionais”, afirmou Ibaneis Rocha.

Não é só ortopedia

O grande hospital do Guará também vai dispor de atendimento ambulatorial, internação ortopédica, centro cirúrgico, apoios diagnóstico e terapia e de nutrição e dietética, bem como uma farmácia hospitalar e centrais de Material Esterilizado (CME) e de Ensino e Pesquisa.

Lucilene Florêncio: “Agora, nessa unidade teremos 160 leitos, sendo 90 voltados para a ortopedia, permitindo esse giro maior de leitos, inclusive para a ortopedia”

A área principal está dividida em quatro blocos. O primeiro será destinado a ensino e pesquisa; o segundo é uma área de circulação; o terceiro é o coração do hospital, onde ficam o ambulatório, os leitos de internação e o centro cirúrgico; enquanto o quarto bloco abriga as estruturas de água, energia e esgoto. O hospital terá também auditório, anfiteatro e uma capela, além de estacionamento para os pacientes e funcionários.
“É um hospital que vai atender uma população muito importante, principalmente o pessoal mais idoso, que é quem sofre mais com os traumas, sofre mais com as cirurgias ortopédicas. A gente espera com isso fazer andar a fila de cirurgias ortopédicas, que ainda é muito grande no DF. Então, às vezes, as pessoas ficam sofrendo, aguardando uma cirurgia ortopédica, e a gente sofre junto. Mas, a gente tem que procurar enfrentar os problemas e dar soluções para esses problemas”, acrescentou o governador.

Maria do Amparo da Silva conta que esperava essa obra há mais de 30 anos
Mais leitos para a ortopedia

Segundo a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, o DF dará um salto nos leitos voltados para ortopedia, passando de 246 para 336 leitos quando somados os 90 de ortopedia previstos para o Hospital Clínico Ortopédico do Guará.
“O Hospital do Guará tem 52 leitos e a população carecia desse aumento de leitos. Agora, nessa unidade teremos 160 leitos, sendo 90 voltados para a ortopedia, permitindo esse giro maior de leitos, inclusive para a ortopedia. Hoje, o DF tem ao todo 246 leitos de ortopedia e agora está somando mais 90 leitos desse hospital que vamos construir”, detalha Lucilene Florêncio.
Segundo o presidente da Novacap, Fernando Leite, a construção também será importante para auxiliar o Hospital de Base, referência no DF para a ortopedia e traumatologia. “Vai desafogar a ortopedia do Hospital de Base, que é muito sobrecarregada. Aqui vai ser de alguma forma um hospital de apoio ao Base”, avalia. Somente em 2023, o Base fez 19.938 atendimentos ambulatoriais, 21.350 atendimentos de urgência e emergência e 2.274 cirurgias na área de ortopedia e traumatologia.

Preocupação com o meio ambiente

A construção também foi pensada no meio ambiente. O Hospital do Guará terá climatização e iluminação naturais, reutilização de águas pluviais e área verde, seguindo as diretrizes do Certificado Leed, selo verde, concedido a construções sustentáveis em todo o mundo.
O prédio foi pensado de forma sustentável. Para tanto, vão utilizar água captada da chuva nas descargas dos banheiros e para regar as áreas verdes. Serão criados pátios e jardins em locais estratégicos para garantir ventilação e iluminação naturais.
Além disso, placas fotovoltaicas vão permitir que a energia consumida pelos equipamentos do hospital seja produzida pelo próprio prédio. Por fim, o uso da eletricidade será otimizado com lâmpadas munidas de sensores de presença.
Empresária e moradora da cidade, Maria do Amparo Rocha da Silva, 67 anos, comemora o lançamento da obra e dá o tom do quanto ela será essencial para atender os moradores. “É a coisa mais importante para o Guará e para a região. Moro aqui há mais de 40 anos e esse hospital está programado há mais de 30 anos. A gente só espera e nunca sai, e isso vai ser muito importante para a saúde do DF como um todo”, elogia.