Insatisfeitos com a demora na conclusão das obras de troca de asfalto e de drenagem, moradores do setor Guará Park (antiga colônia Guará Águas Claras) resolveram radicalizar nos protestos para chamar a atenção do governo. O trânsito da rua principal foi interrompido nesta quinta-feira, 27 de junho, com queima de pneus e faixas de protesto pelo que consideram descaso do governo para dar fim aos transtornos provocados pela poeira na época da seca e inundações no período chuvoso.
Os moradores temem que o atraso nas obras repita o casos verificado nos primeiros dias de janeiro, quando uma combinação de chuvas fortes e contínuas, com serviços paralisados repitam as enxurradas que destruíram ruas inteiras e inundações de casas próximas ao córrego Vicente Pires.
Embora afirme que não concorda com a forma radical dos protestos, com interrupção do trânsito e queima de pneus, a prefeita comunitária do Guará Park, Gleide Soares, diz que os moradores já chegaram ao limite da tolerância com o atraso das obras. Segundo ela, o secretário de Obras, Valter Casimiro, havia prometido concluir o asfalto até 15 de junho. “Não adianta ficar explicando para os moradores que as obras estão em andamento e que os atrasos foram provocados por interocorrências técnicas, porque eles querem saber é do resultado, por causa do receio da repetição do que aconteceu no início do ano”, explica.
“Os moradores do setor Guará Park se sentem indignados e abandonados pelo poder público, pois, após um ano e dois meses de paralisação das obras no setor, o GDF concluiu rapidamente a repavimentação da Avenida Contorno do Guará II, enquanto a UBS-7, com apenas 600 metros, permanece sem pavimentação. Eles se sentem desrespeitados pelo governo”, reforça Gleide.
Secretaria de Obras justiça atrasos
Através de nota, a Secretaria de Obras informa que, “questões jurídicas e administrativas resultaram no atraso da entrega das obras. No lote 1, houve alteração na composição societária do consórcio responsável pela obra. Essa alteração contratual impactou diretamente na execução dos serviços, que acabaram temporariamente suspensos. Questão resolvida, estamos aproveitando o tempo seco, sem chuva, para avançar o mais rapidamente possível. No lote 4, por sua vez, o maior entrave foi a identificação de solo mole e lençol freático aflorado em alguns trechos da obra. Assim, foi necessário fazer ajustes importantes no projeto”.
E continua: “No Lote 1, que compreende as chácaras de 1 a 12 e de 62 a 52, estão em execução serviços de pavimentação, sinalização horizontal e vertical, drenagem urbana, meios-fios e calçadas. Investimentos de R$ 18 milhões. No momento, a via BS07 está em fase de pavimentação. Trechos da via, inclusive, já receberam o BGS, etapa que antecede a chegada do asfalto. Paralelamente, há obras de pavimentação em andamento nos condomínios 60, 61 e 62, além do rebaixamento das redes de água e esgoto existentes em execução pela Caesb. Destaca-se que somente é possível avançar na pavimentação da BS07 quando os serviços da Caesb e os em execução nos condomínios estiverem concluídos. Caso contrário, o movimento do maquinário pesado acabaria danificando o novo pavimento, assim como a tubulação das redes de água e esgoto, causando vazamentos e a necessidade de paralisação dos serviços em execução. A previsão é de que as obras do Lote 1 sejam concluídas em outubro deste ano”.
Governo afirma que está investindo R$ 18 milhões no Guará Park
Como meio de tentar reduzir a insatisfação dos moradores, a Secretaria de Obras informa que está investindo mais de R$ 18 milhões somente com as obras de drenagem, contenção e asfaltamento do Guará Park.
Pelo cronograma do governo, ao todo, o condomínio vai ganhar 32 km de rede coletora de águas pluviais e 46 km de pavimentação asfáltica em uma área de 354,74 hectares. O investimento total em todo o setor Bernardo Sayão, que passará a ser o nome definitivo da região que envolve ainda os condomínios Bernardo Sayão (ao lado da QE 40/Polo de Moda) e Iapi, vai se aproximar dos R$ 100 milhões.
Caesb investe R$ 14 milhões em adutora que serve ao Guará
A Caesb vai investir R$ 14 milhões na revitalização da adutora reversível de água instalada na Estrada Parque Taguatinga (EPTG), localizada na entrada do Guará Park. A obra vai melhorar a segurança do sistema de distribuição que abastece 15 setores habitacionais da região, como Guará, Núcleo Bandeirante e Estrutural. O edital de licitação já foi publicado – a abertura das propostas está marcada para 13 de junho. Após a proclamação do resultado e da assinatura da ordem de serviço, a empresa vencedora terá oito meses para concluir a obra.
A plena operação da adutora garantirá que a população da região continue sendo abastecida caso algum dos mananciais que integram o sistema interrompa o fornecimento. Assim, o abastecimento estará assegurado para os moradores das seguintes localidades: Núcleo Bandeirante, Candangolândia, Park Way (quadras 1 a 5) Guará, Guará II, Cruzeiro, Octogonal, Sudoeste, Estrutural, Cidade do Automóvel, Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), Setor Complementar de Indústria e Abastecimento (SCIA) e colônias agrícolas Águas Claras e Bernardo Sayão.
O presidente da Caesb, Luís Antônio Reis, explicou que, com a modernização da adutora da EPTG, a companhia terá flexibilidade para movimentar mil litros de água por segundo, deslocando esse volume de acordo com a demanda e com a necessidade de abastecimento. “Com essa obra, estaremos garantindo a segurança hídrica dessas cidades”, afirmou.