Uma casa localizada na Colônia Agrícola Bernardo Sayão, no Guará II, desmoronou após a Secretaria de Obras realizar a construção de uma bacia destinada a conter águas pluviais na área. O incidente ocorreu no início da tarde de quarta-feira (4 de setembro), e outras duas casas estão sob risco de desabamento também.
Clarissa Dutra, funcionária pública, ficou em choque ao retornar para casa depois do almoço e se deparar com parte do imóvel, que havia adquirido há apenas cinco meses, no chão. “Era o fruto de uma vida inteira de economias”, desabafa. “Saí só com a roupa do corpo. Agora, só tenho uma calça jeans”, disse, lutando contra as lágrimas.
Clarissa relatou que, no dia anterior ao desabamento, ocorreu um deslizamento de terra nas proximidades, o que também surpreendeu os moradores. Eles notificaram a Secretaria de Obras e a construtora sobre o perigo.
“Engenheiros, e até um geólogo, estiveram aqui e nos garantiram que não havia necessidade de evacuar a casa, recomendando apenas que evitássemos a área próxima ao muro. Mas, para minha surpresa, quando voltei do almoço, minha casa já tinha desabado completamente”, acrescenta a dona da casa. O muro da casa vizinha à de Clarissa também caiu.
Moradores de um condomínio próximo ao local relatam que os trabalhadores da obra tentaram acessar a área da nascente pelos fundos das casas, mas alguns residentes não permitiram. Mesmo assim, a obra prosseguiu com o acesso sendo feito por outro condomínio.
Solo cedeu
A Secretaria de Obras informou, em comunicado, que o solo da área onde está sendo construída uma lagoa de detenção, no lote 2 da Colônia Agrícola Bernardo Sayão, cedeu, resultando no desabamento da casa e colocando outras duas em risco. Não houve feridos. Em nota, a secretaria lamentou o incidente e declarou que o Governo do Distrito Federal e a empresa responsável pela obra estão fornecendo todo o apoio necessário para reparar os danos estruturais da casa afetada (com
Metrópoles)