No dia 7 de dezembro, a Escola Palhaço Interior, coordenada pelo pedagogo e arte-educador Cláudio Moraes, celebrou o encerramento de mais uma turma do Curso de Palhaçaria Terapêutica. Ao longo de 12 encontros, os participantes mergulharam em uma jornada única, combinando arte, terapia e autodescoberta.
O curso se destacou não apenas pelo ensino de técnicas de palhaçaria, mas por sua capacidade de despertar o lado mais leve, espontâneo e autêntico dos participantes, transformando a relação deles com suas emoções, com o riso e com o mundo.
Do riso ao autoconhecimento
A experiência foi, para muitos, um reencontro com a criança interior, como relatou Rafaella Nunes, que deu vida à palhaça Frufru: “Ao me ver adulta, percebi que minha criança estava desaparecendo, sufocada pelas exigências da vida. No curso, reencontrei essa parte leve e genuína de mim. A Frufru veio para resgatar essa alegria simples.”
Essa reconexão com o lúdico e a leveza também marcou a trajetória de Megr Neres, que destacou: “O curso nos ensina que não é preciso deixar de brincar, sorrir e se divertir. O adulto chato insiste em querer ficar por perto, mas aqui pude redescobrir que a criança ainda habita em mim.”
Na mesma linha, Maria dos Remédios compartilhou como a experiência reavivou memórias antigas e trouxe sentido ao presente: “Há muito tempo procurava algo que estava escondido em minha alma. O curso me fez entender por que sempre fui apaixonada por palhaço: ele me transforma e me faz capaz de trazer alegria aos outros.”
Para Manu Rosa, que se expressa como a palhaça AstroNata ManuxX, o curso foi mais do que um reencontro; foi um espaço de acolhimento e liberdade emocional: “Ali, pude expressar minhas fragilidades e imperfeições sem medo. Fui acolhida como nunca antes. Reafirmei que minha essência é o amor em todas as suas formas.”
Essa liberdade de se expressar sem julgamento também foi ressaltada por Milene Castellen Sathler e Maria Clara Castellen Costa, que participaram juntas: “O curso nos conduz a nos conectar com o lado mais leve e espontâneo, superando bloqueios e revelando a autenticidade que, às vezes, escondemos.”
Já Eurico Eduardo Campos Chaves trouxe outra perspectiva sobre essa autenticidade, ressaltando a importância da autoaceitação: “O palhaço é uma oportunidade de conexão com os outros e, principalmente, consigo mesmo. Descobri partes de mim que há tempos não acessava.”
A transformação também tocou Albanete Fernandes Suassuna, que descreveu a jornada como um mergulho profundo nas vulnerabilidades: “Vivenciei medo e leveza, dor e pureza. Levo esses ensinamentos para a vida, mesmo que não me torne uma palhaça.”
De maneira semelhante, Izac Gonzaga de Araújo, o palhaço Batata, destacou o crescimento pessoal e técnico: “Aprendi não apenas como o Batata, mas também como pessoa. Foi um aprendizado maravilhoso, conduzido com excelência pelo professor Cláudio.”
Por fim, a artista Marina Bonotto, com sua sensibilidade, descreveu o encontro com o ridículo como libertador: “O curso nos convida a reconhecer e abraçar nosso estado ridículo, vulnerável, livre de medo de errar. O riso nasce do tropeço, e cada queda revela uma pedra preciosa.”
Para Cláudio Moraes, os resultados desta turma são motivo de celebração: “Os alunos foram extremamente dedicados em todo o processo. Eles aprenderam a externalizar seus palhaços interiores, dominaram automaquiagem, figurino e teoria da palhaçaria, além de praticar intervenções nas ruas do Guará. O palhaço é prática, e essas vivências foram fundamentais.” Cláudio ainda anunciou a abertura das inscrições para a próxima turma, prevista para agosto de 2025: “Nossos cursos e workshops já se tornaram uma referência no DF, e a cada turma buscamos aperfeiçoar ainda mais essa jornada.”