CLDF aprova Cleber Monteiro para presidência do IgesDF

Morador do Guará foi indicado pelo governo para ser o presidente do instituto que administra UPAs e alguns hospitais públicos. Ele já era o vice-presidente do órgão

A deputada Dayse Amarilio (PSB), moradora do Guará, pediu durante a sabatina na Câmara Legislativa que as unidades de saúde administradas pelo IgesDF, agora sob o comando de Cleber Monteiro, voltem à Secretaria de Saúde

Com o voto favorável de 12 deputados distritais, cinco contrários e duas abstenções, o nome de Cleber Monteiro Fernandes, indicado pelo GDF para ocupar o cargo de diretor-presidente do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF), foi aprovado pela Câmara Legislativa na sessão ordinária da terça-feira (18 de março).
Os parlamentares de oposição ao governo, mesmo sem fazer críticas ao novo diretor, que acompanhou a votação no plenário, condenaram o modelo de gestão de saúde pública empreendido pelo instituto, que é responsável pelo Hospital de Base, Hospital de Santa Maria, Hospital Cidade do Sol, além das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).
Gabriel Magno (PT), que votou contra, por exemplo, lembrou que este será oitavo presidente do IgesDF em seis anos. “Não resta dúvida de que o modelo não dá conta. Virou sinônimo de crise da saúde”, afirmou. Fábio Felix (Psol), que também votou “não”, reforçou: “É contra o modelo, não a pessoa”.

Aprovado na Comissão de Saúde
Um dia antes da votação em plenário, Cléber Monteiro foi sabatinado por cerca de cinco horas na Comissão de Saúde da Câmara Legislativa. Durante a sabatina, a presidente do colegiado, deputada Dayse Amarilio (PSB), também moradora do Guará, disse que “é chegado o momento de discutir a volta das unidades de saúde administradas pelo IgesDF para a Secretaria de Saúde”. Cleber respondeu aos questionamentos levantados pelos deputados. A audiência foi acompanhada de perto por associações, conselhos de classe e sindicatos ligados à saúde.
Por outro lado, a bancada governista apoiou a indicação de Cleber Monteiro e declarou acreditar em melhorias que serão perceptíveis durante a nova gestão. “Tenho certeza de que o modelo vai dar uma alavancada”, apostou o deputado Wellington Luiz (MDB), presidente da Câmara Legislativa, seguido pelos deputados Pastor Daniel de Castro (PP),

Capacidade técnica
Um dos pontos de maior destaque foi apresentado pela deputada Dayse Amarilio. A distrital questionou se, mesmo não tendo formação na área da saúde, o indicado teria a expertise necessária para assumir o cargo. “Será que aprovariam a indicação de um profissional de saúde para ser diretor da polícia civil?”, indagou a parlamentar, referindo-se ao fato de Cleber ser oriundo da Polícia Civil do DF.
Em sua defesa, Cleber Monteiro mencionou um conjunto de experiências de gestão em diferentes órgãos públicos – entre elas a de diretor-geral da PCDF – para demonstrar que reúne as aptidões necessárias para gerir o instituto e solucionar possíveis crises. “Como gestor, desenvolvi diversas habilidades que fui melhorando com o tempo. Uma delas é a de gerir pessoas. Fui negociador da polícia, tenho uma qualidade que é montar equipes e cercar-me de pessoas com qualidades de gestão”, ponderou.
Cleber Monteiro prometeu uma gestão coparticipativa, com escuta dos usuários do sistema de saúde e amplo debate com os demais diretores do instituto. “A palavra final nunca vai ser exclusivamente minha. Temos uma equipe capacitada e vamos discutir, ouvindo sempre o usuário e o trabalhador que atua na ponta”, declarou.
O deputado Wellington Luiz (MDB) ratificou a fala de Monteiro, afirmando que, mesmo não sendo graduado na área da saúde, sua capacidade de gestão já foi colocada à prova e validada em todos os lugares onde já passou. “Quero declarar que sou testemunha da competência, interlocução política e a capacidade técnica em resolver problemas do Cleber. Não é sua formação profissional que vai determinar seus resultados. É sua capacidade de ouvir, sua capacidade técnica, e sua competência”, defendeu o presidente da Câmara Legislativa.